01/03/2019
Roteiro inclui mausoléu e reverência à memória da Dra. Maria Falce de Macedo, a primeira médica a se formar e a primeira mulher na docência do curso de Medicina
Durante três horas, os visitantes serão apresentados às biografias de precursoras em diferentes áreas. São nomes como a da primeira engenheira negra do Brasil, Enedina Alves Marques, a fotógrafa Fany Wolk, a professora Maria Nicolas, a feminista Marianna Coelho, a médica Maria Falce de Macedo e as poetisas Helena Kolody e Didi Caillet (que ficou conhecida por ter sido a primeira paranaense a disputar o Concurso Miss Brasil e que nomeia praça do Centro Cívico), entre outras.
Médica pioneira
A Dra. Maria Falce de Macedo, natural de Curitiba, surpreendeu os costumes da época ao ingressar no curso de medicina da Universidade do Paraná em 1914, aos 17 anos. Formou-se em Medicina em 12 de dezembro de 1919. Chegou a casar em 12 de fevereiro de 1921, aos 24 anos, com um dos seus 14 colegas de faculdade, José Pereira de Macedo, com quem teve o filho Diogo. Ela fundou em 1922 o primeiro laboratório de análises clínicas de Curitiba e do Estado. No ano seguinte, em 1923, mudou-se para o Rio de Janeiro. Na então capital federal, ela estudou bacteriologia e zoologia médica no Instituto Oswaldo Cruz, o máximo da medicina brasileira.
Depois de estagiar como bacteriologista, em Belo Horizonte, Maria Falce assumiu o laboratório de análises clínicas da Faculdade na Santa Casa. Prestou concurso público e para, espanto de muitos homens do período, foi aprovada. Tornou-se, assim, a primeira mulher professora da Faculdade de Medicina do Paraná para reger a matéria química médica, em 1925. Ela tornou-se catedrática em concurso de provas e títulos em 1929. Foi, dessa forma, nada menos que a primeira mulher a ocupar uma cátedra universitária no Brasil.
A vida acadêmica, como professora, de Maria Falce foi até 1950. Tida como uma pessoa e professora tranquila, carinhosa, tímida e competente, de fala mansa e atenciosa, ela seguiu ligada à Universidade Federal do Paraná, até 1968, quando se aposentou. Quatro anos depois, no dia 24 de abril de 1972, ela faleceu.
Leia artigo da conselheira Cecília Vasconcelos, de 2018, na passagem do Dia Internacional da Mulher.
Para visitar
Os interessados em participar da visita deverão fazer a inscrição via e-mail, a partir do dia 4 de março, segunda-feira, enviando nome completo e número do RG para o e-mail visitaguiada@smma.curitiba.pr.gov.br
Promovidas pela pesquisadora cemiterial da Fundação Cultural de Curitiba Clarissa Grassi, através de uma parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, as visitas guiadas ao Cemitério Municipal São Francisco de Paula contemplaram mais de 5 mil inscritos nos últimos dois anos.
A ação explora a potencialidade do primeiro cemitério da cidade como resumo simbólico de Curitiba, explorando a arquitetura, arte e geodiversidade por meio da trajetória das pessoas ali inumadas.