26/06/2008

Vigilância Sanitária amplia ações no combate a doença de chagas


Um plano de ação vai orientar a atuação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) na prevenção e controle da doença de chagas aguda transmitida via oral devido ao consumo de alimentos contaminados. Essa medida, publicada em Informe Técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é uma resposta da Agência aos 100 casos da doença registrados na região Norte do país, em 2007.


Além de identificar quais providências devem ser tomadas, o plano indica os órgãos que devem estar envolvidos em cada medida e a urgência de cada ação. O documento também apresenta uma série de recomendações práticas aos processadores de açaí e um histórico da doença no país.


Os casos mais recentes de doença de chagas aguda transmitida por alimento, registrados no Brasil, estão relacionados ao consumo do suco de açaí. “A Anvisa se articulou de forma imediata com as Vigilâncias Sanitárias locais, a fim de garantir o consumo seguro deste alimento tão fundamental na dieta da população amazônica”, explica a diretora da Anvisa, Maria Cecília Martins Brito.


O plano de ação foi desenvolvido, em setembro de 2007, por profissionais da Anvisa, representantes dos órgãos de vigilância sanitária estaduais da Região Norte e especialistas da área. “Este ano, além de dar continuidade as ações planejadas, o foco da Anvisa será a capacitação dos órgãos de vigilância sanitária, da população e dos batedores de açaí”,afirma Brito.


A Agência já encaminhou o informe técnico para todas as vigilâncias sanitárias estaduais e vigilâncias sanitárias municipais das capitais brasileiras. O Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), secretários estaduais de Saúde e secretários municipais de Saúde das capitais também receberam as orientações da Anvisa.


Casos


De janeiro a outubro de 2007, foram notificados 100 casos de doença de chagas aguda no Brasil. Desse total, quatro óbitos (letalidade de 4%) foram relacionados ao surto desta doença.


Esses surtos ocorreram em 11 municípios da região Norte: um município do estado do Amazonas, um município do estado do Amapá e nove municípios do estado do Pará. Além dos surtos, também, foram registrados 12 casos isolados da doença.












Entenda a doença

1.O que é doença de chagas?


A doença de chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanossoma cruzi, que pode ser transmitido ao homem pelas seguintes vias: vetorial (clássica), transfusional (reduzida com o controle sanitário de hemoderivados e hemocomponentes), congênita (transplacentária), acidental (acidentes em laboratórios), oral (com alimentos contaminados) e transplantes.


2. Quais os principais sintomas desta doença?


O quadro clínico de um paciente com doença de chagas caracteriza-se por febre prolongada, cefaléia, edema de face ou membros, manchas na pele, aumento do fígado ou baço, cardiopatia aguda, dentre outros. A confirmação da doença é feita por exame parasitológico e sorológico, conforme orientação médica.


3. O que é doença de chagas aguda?


A doença de chagas corresponde ao período inicial da infecção pelo T. cruzi e pode variar de três a oito semanas. É caracterizada pela elevada parasitemia e estado febril nos casos aparentes, sendo que a maioria dos casos é assintomática. A doença de chagas ocorre em forma de microepidemia, com casos graves e elevada letalidade.


4. Como ocorre a contaminação dos alimentos pelo Trypanossoma cruzi?


A contaminação dos alimentos à base de vegetais in natura com Trypanossoma cruzi é acidental e pode ocorrer durante a colheita, armazenamento, transporte ou até mesmo na etapa de preparação. Alguns estudos descrevem que a transmissão ao homem pode dar-se pela ingestão de insetos infectados ou de suas fezes, na hipótese de que sejam preparados junto com o alimento (caldo de cana, açaí); pelo consumo de animais que estejam infectados, sem uma cocção adequada da carne; pela ingestão de sangue de animais infectados; e pelo consumo de alimentos contaminados pela secreção dos animais reservatórios (do ciclo silvestre).



Fonte: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa

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