28/01/2016

Vice-presidente apoia proposta de carreira médica no SUS

Temer reuniu-se com lideranças da sociedade civil organizada na quinta, em Curitiba. CRM-PR e AMP se fizeram presentes

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            para ampliarMichel Temer (Foto: Henry Milleo (Gazeta do Povo)

Iniciando pela capital paranaense na manhã de quinta-feira (28) a chamada Caravana da Unidade, numa série de encontros entre integrantes do seu partido pelo país, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), participou de encontro no Hotel Pestana com representantes da sociedade civil organizada, incluindo o Conselho Regional de Medicina do Paraná e a Associação Médica do Paraná. Na oportunidade, ele se mostrou não apenas conhecedor como manifestou o seu apoio ao projeto de lei (PEC 454) voltado à futura criação da carreira de Estado no âmbito do Sistema Único de Saúde. O vice-presidente disse entender a proposta como um “bom caminho” na organização do modelo assistencial público, inclusive na fixação do médico nos centros menores.

No que se refere à área de saúde, coube ao presidente da AMP, João Carlos Baracho, fazer uma rápida - porém - incisiva exposição quanto a absoluta necessidade de maior disponibilidade de recursos à saúde pública, fazendo referência ao SUS-10, ignorado no atual governo. Baracho também defendeu maior controle de qualidade das escolas médicas já existentes e que seja freada a abertura indiscriminada de faculdades de medicina sem critérios justificáveis. Em sua resposta, Michel Temer mostrou-se cordato com as ponderações do presidente da AMP, quando aproveitou para também tecer considerações sobre o plano de carreira, antiga aspiração da classe médica brasileira e que tem grande perspectiva de ser endossada este ano pelo Congresso Nacional.

O presidente do CRM-PR, Luiz Ernesto Pujol, avaliou como muito positiva a interação da classe médica com o vice-presidente e expressou seu entendimento de que o PMDB prepara-se para a disputa eleitoral à Presidência da República, sem, contudo, citar algum nome de candidato próprio para se escolhido. Na análise ainda do presidente do Conselho, as manifestações emanadas dos setores de comercial, industrial, construção civil, de serviços, da área de jurídica e do segmento religioso, “ficou patente que não há uma crise institucional e que as necessidades de aperfeiçoamento e modificação econômica e política são reconhecidas pelas lideranças políticas que se fizeram presentes”.

A abertura do encontro contou com manifestações do deputado estadual Requião Filho, do presidente do Sistema Fecomércio, Darcy Piana, do senador Roberto Requião e, por último, do vice-presidente Michel Temer. Em sua manifestação de aproximadamente meia hora, admitiu que o país vive uma crise e ressaltou a necessidade de uma unidade “não só dentro de um partido, mas de toda a sociedade.”

Na sequência ocorreram as breves falas de alguns representantes da sociedade civil organizada. Entidades empresariais criticaram o excesso de carga tributária e a OAB-PR criticou a não implantação do Tribunal Regional Federal da 6.ª Região. Em sua abordagem, o presidente da Associação Médica também criticou o caráter político dado ao programa Mais Médicos, propagandeado sob a falsa impressão de resolver os problemas da atenção à saúde no país.

Caravana
Dada a partida da Caravana da Unidade, o movimento peemedebista iniciado em Curitiba agora se estenderá a outras grandes cidades do país. Temer, que esteve na sede do PMDB com os ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, defendeu que o partido priorize a disputa eleitoral de 2016, especialmente nas cidades com mais de 200 mil habitantes.

O objetivo assinalado pelo vice-presidente da República é dialogar com representantes de vários setores das comunidades para coordenar o que chama de “Projeto Nacional”, tendo em vista a unificação de ideias e ações expostas pela sociedade no que tange correções da crise econômica e política pela qual passa o Brasil. O setor de saúde, como admitido pelo governo federal, deve entrar sérias restrições orçamentárias este ano, impactando em desabastecimento assistencial e dificuldades financeiras aos prestadores de serviços, sobretudo no último trimestre.

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