25/05/2007
Viagem virtual pelo corpo humano
Modelo computacional permite analisar detalhes dos órgãos
Pesquisadores canadenses apresentaram ontem o que chamaram de ser humano em quatro dimensões.
Quatro porque além de largura, altura e profundidade, o modelo mostra as transformações do organismo com a passagem do
tempo. Segundo os cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, trata-se do primeiro modelo computacional do corpo humano,
uma espécie de videogame sofisticado, desenvolvido a partir de uma imensa compilação de dados médicos e genéticos.
O modelo será útil para testar medicamentos e técnicas cirúrgicas complexas, por exemplo. Outra utilidade é mostrar a
estudantes o que acontece no interior do corpo humano quando nos alimentamos ou tomamos um remédio.
Os canadenses batizaram sua criação de Caveman (homem das cavernas). Controlado com um mouse, Caveman pode ter, por exemplo,
ossos e pele removidos para revelar cada veia, artéria e órgão. A imagem do homem virtual pode ser projetada em qualquer parede
e mostra três mil partes do corpo humano em funcionamento em tempo real. A imagem pode ser aumentada para facilitar estudos.
Um dos grandes avanços é que Caveman é personalizado. Médicos podem alimentar o modelo computacional com dados de seus
pacientes, como exames de raios X ou imagens por ressonância magnética. Assim, os médicos obtêm imagens de alta resolução
do organismo em funcionamento, como se uma pessoa real estivesse flutuando ao seu lado.
Por enquanto, o modelo é experimental, mas ele promete uma potencial revolução nos métodos de diagnóstico. Caveman foi
criado por cientistas o Centro Sun de Excelência para Genômica Virtual, ligado à Universidade de Calgary, no Canadá.
Outra aplicação é ajudar cientistas a estudar doenças como câncer, mal de Alzheimer, diabetes e esclerose múltipla. O
desenvolvimento do modelo custou cerca de US$ 1 milhão.
- O modelo é único no mundo. É um corpo inteiro em funcionamento. É mais que um videogame. Em vez de matar monstros, você
luta contra doenças graves - disse Christoph Sensen, diretor do centro de pesquisa canadense.
Fonte: O Globo