10/02/2008
Venda de medicamentos controlados está mais rigorosa
Os consumidores de medicamentos de controle especial podem encontrar dificuldades para comprar os produtos, conhecidos como
"tarja preta", mesmo com a receita médica e o documento de identidade em mãos.
Desde o último dia 27 de janeiro, as farmácias de Londrina passaram a se reportar diretamente ao Sistema Nacional de Gerenciamento
de Produtos Controlados (SNGDC), mantido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para informar a quantidade,
o lote dos remédios vendidos e a identificação do comprador.
Segundo o coordenador da Vigilância Sanitária em Londrina, Rogério Lampe, cerca de 30% das 130 farmácias particulares
da cidade fizeram o cadastro no SNGDC. As farmácias públicas de hospitais e postos de saúde ainda não foram enquadradas no
sistema. As particulares que ainda não fizeram não podem vender os medicamentos controlados. Cerca de dez proprietários de
farmácia já devolveram seus medicamentos tarja preta para a Vigilância, uma vez que não atendem e não vão se adequar aos quesitos.
"Tem o custo com o computador, com a internet e cada farmácia tem que comprar seu software, custa cerca de R$ 500. Para
quem não está atualizado, não compensa muito", afirmou Lampe. Além disso, há um congestionamento no site do sistema, conforme
informou Rogério Lampe. "São cerca de 55 mil farmácias em todo Brasil se cadastrando e cadastrando seus medicamentos. À medida
que as farmácias finalizam esse acesso inicial, a conexão vai melhorando", informou.
Um leitor do JL que não se identificou informou por e-mail que, na noite da última quarta-feira, percorreu cinco farmácias
da cidade na tentativa de comprar um medicamento controlado. Nenhum dos estabelecimentos fez a venda, alegando "problemas
no sistema".
Rigor
Rubens Augusto, proprietário da rede de farmácias Vale Verde e presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina
(Acil), apontou outra dificuldade. "As lojas precisam ter um inventário com o código de barra e o lote dos medicamentos controlados.
Antes controlávamos o tipo e a quantidade, mas agora está mais rigoroso", disse.
As próximas remessas de medicamento, segundo Augusto, virão com o número do lote discriminado na nota de compra. O estoque,
entretanto, precisa ser todo inventariado. Na avaliação do empresário, a medida, embora trabalhosa, é bem-vinda. "É um rastreamento
do produto desde a saída do laboratório até o consumidor final. Para quem trabalha certo, é muito bom", observou.
Mudança visa agilizar a fiscalização
O comunicado ao SNGDC é semanal e feito pela internet. Antes, o anúncio da venda de medicamento controlado era feito manualmente
à Vigilância Sanitária Municipal, que passava os dados para a Anvisa a cada trimestre. O objetivo da mudança, segundo informações
do site da Anvisa, é conferir mais agilidade à fiscalização e prevenir eventuais fraudes em prescrições de receitas.
Além disso, o maior rigor na venda vai dificultar o consumo de anabolizantes, remédios para emagrecer e abortivos. Medicamentos
anticonvulsionantes, antidepressivos, ansiolíticos, precursores, anorexígenos, retinóides, antiretrovirais e psicotrópicos
também integram a lista de controle especial.
O coordenador da Vigilância Sanitária de Londrina, Rogério Lame, informou que não foram formalizadas reclamações no órgão
acerca da mudança. Quem tiver dificuldade na compra desses medicamentos deve entrar em contato com o órgão pelo telefone 3339-2818.
Fonte: Gazeta do Povo