Na semana em que se comemora o Dia do Médico (18 de outubro) proponho a seguinte questão: Afinal, quanto vale a Medicina?
Ora, a Medicina trabalha em prol da vida e do bem estar dos indivíduos e do coletivo. Sendo assim, podemos considerar que
ao valorizá-la está sendo valorizada também a própria existência de cada ser humano.
Isso exige o estímulo à boa prática médica e à melhora da assistência. Para tanto, impossível ignorar a importância da
adoção imediata por parte dos gestores - públicos e privados - de medidas que representem a oferta de melhores condições de
trabalho aos profissionais, o respeito à sua autonomia no atendimento dos pacientes e o retorno a cada médico de honorários
dignos e adequados, correspondentes à formação e à responsabilidade que lhes são exigidos.
Atualmente, assistimos nossa categoria se mobilizar. Na Saúde Suplementar, consolida-se a luta contra as operadoras, cuja
cultura do lucro ignora a vida. No âmbito do SUS, aumenta a insatisfação com a indiferença histórica dos tomadores de decisão,
que compromete a prática da Medicina e o direito dos 190 milhões de brasileiros de acesso universal, integral e equânime a
serviços assistenciais, conforme previsto na Constituição.
Seremos, sim, corporativos se isso representar o pleito para que os médicos possam trabalhar plenamente, garantindo aos
seus pacientes o diagnóstico e o tratamento que esperam. Seremos, sim, corporativos, se formos obrigados a manter o confronto
com os empresários que penalizam a população seduzida por promessas de atendimento diferenciado.
Estaremos alertas contra as soluções mirabolantes e falaciosas que fazem um desserviço à Nação. Por isso, bradamos alto
contra a abertura de mais escolas médicas, pois o país não necessita de mais médicos, mas de uma carreira de Estado que estimule
sua fixação nas áreas de difícil provimento. Também combatemos os argumentos que pretendem estender a outros profissionais
a possibilidade do diagnostico e da prescrição, prerrogativa dos médicos cuja flexibilização coloca a segurança de todos em
risco e abre as portas para a assistência de segunda linha, reservando os médicos apenas aos ricos.
Os médicos não pactuam com o silêncio. Por meio do CFM, eles se expressarão com o intuito de construir um projeto legítimo
de Brasil.
Artigo escrito por Roberto Luiz d Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)
Fonte:
href=" HTTP://www.jornaldebrasilia.com.br" target="_blank">Jornal de Brasília