No segundo semestre de 2017, ainda na iminência de formar a sua primeira turma do curso de Medicina, a UniCesumar (Centro Universitário de Maringá), teve elevado para 298 o total de vagas de ingresso para este ano. A notícia teve ampla repercussão nos meio acadêmicos e entidades médicas ante a expectativa de se assegurar a devida qualidade na formação de tamanho contingente de futuros médicos numa mesma instituição. A reação dos alunos de graduação da própria escola, que questionaram a coordenação do curso sobre as dificuldades existentes, gerou uma reunião com representantes acadêmicos no início de novembro, quando foi dada a garantia de adoção de medidas capazes de assegurar ensino de qualidade.

Na última quarta-feira (21) pela manhã, o reitor da UniCesumar, Prof. Wilson de Matos Silva, e a coordenadora do curso de Medicina, Dra. Ana Maria Silveira Machado, participaram de reunião com diretores do CRM-PR, na sede em Curitiba, quando ratificaram os compromissos da instituição de ensino de lançar no mercado médicos bem preparados ética e tecnicamente. Acompanhados ainda da assistente Iausy Analiv Farias Martins Pera, os representantes da UniCesumar também confirmaram ter preparado para o segundo semestre de 2018 a absorção das vagas adicionais autorizadas pelo MEC, num processo planejado para o fluxo das turmas de alunos.

Durante o encontro com diretores do Conselho de Medicina, o reitor Wilson de Matos Filho fez exibição de vídeo institucional, onde realça a trajetória da escola de curso superior inaugurada em 1990 e que hoje, com duas centenas de cursos de graduação, pós-graduação e EAD, constitui-se num dos quatro maiores complexos formadores do país. O reitor assinalou que, nesta trajetória, foram formados aproximadamente 70 mil profissionais, observados sempre a missão, visão e os valores da instituição.

Sobre o curso de medicina, o reitor e a coordenadora destacaram que o corpo docente é formado por 46 não médicos e 86 médicos, além de 18 preceptores, que são custeados pela própria universidade e atuam em cinco áreas de residência em hospitais locais – Municipal, Santa Casa e Santa Rita – e que terão agora os primeiros especializandos. De acordo com a Prof.ª Ana Maria Machado, também os residentes de GO, pediatria, medicina de família e comunidade, clínica médica e cirurgia geral tem a bolsa custeada pela universidade, que se prepara para também assumir o hospital municipal de Paiçandu, que fica na Grande Maringá e tem 60 leitos. Na parte ambulatorial, de treinamento dos alunos, também fazem parte serviços de outro município vizinho, Sarandi. “É a expansão da rede de atendimento no sistema público e que reforça o cumprimento das diretrizes médicas fixadas pelo MEC”, reforçou o reitor.

Ainda de acordo com os representantes da UniCesumar, a instituição está bem avaliada no Enade e no Natsul II, que congrega 12 escolas do Sul e realiza prova conjunta sob respaldo da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM). A coordenadora do curso aproveitou para apresentar o projeto pedagógico da escola, baseado em modelo integrado, e reforçou que as aulas a partir do 4.º anos são ministradas exclusivamente por professores com formação médica e que são mestres ou doutores. Indicou ainda que, em 2018, são 100 alunos no 6.º ano, 102 no 5.º e 156 no 4.º. No último dia 14, estes alunos participaram de aula inaugural no SAMU e no Corpo de Bombeiros, enquanto no dia 15 ocorreu a recepção aos calouros.

Ao falar sobre a primeira turma de médicos formados pela universidade e que está chegando ao mercado, o reitor Wilson de Matos Filho destacou o desempenho alcançado nos concursos para residência médica em várias regiões do país. A maioria dos formandos recebe sua carteira em solenidade no dia 2 de março, na Delegacia Regional de Maringá.

Defesa da sociedade

A reunião com os representantes da UniCesumar teve as participações do presidente do Conselho de Medicina, Wilmar Mendonça Guimarães; do secretário-geral Luiz Ernesto Pujol, do 1.º secretário Carlos Roberto Naufel Junior, do tesoureiro José Clemente Linhares, do gestor do Departamento de Inscrição e Qualificação Profissional, Hélcio Bertolozzi Soares, e do diretor da Dereg de Maringá, Marcio de Carvalho. Todos fizeram questão de destacar a preocupação com a formação médica, num momento em que o país chega a 307 cursos – 20 no Paraná –, e que tem de exercer o seu papel de proteção à sociedade.

Wilmar Mendonça Guimarães ressaltou que o CRM-PR não é contra a abertura de escolas ou ampliação de vagas, desde que assegurados os instrumentos necessários para a boa formação para que os médicos cheguem ao mercado de trabalho preparados para a melhor atenção à saúde da população. A partir de convite do reitor, o presidente do Conselho manifestou a disposição de, em breve, coordenar uma visita ao centro formador e ter contato com docentes e alunos. O diretor da Dereg de Maringá, por sua vez, destacou que o CRM-PR continua à disposição para contribuir com palestras de orientação ética aos alunos, incluindo a realização de julgamentos simulados. A abertura de um canal direto de comunicação entre direção e alunos do curso de Medicina, para encaminhamento de demandas, foi anunciada pela universidade após a reunião no final do ano passado entre as partes e mereceu elogios.