Os programas de residência médica e multiprofissionais foram o foco do painel de debate realizado na sexta-feira (9)
no auditório do Hospital Universitário da UEM. O encontro se deu em meio a um impasse criado após a Secretaria Estadual de
Fazenda questionar o pagamento, via folha, das bolsas dos residentes, sistemática que era usada desde que as primeiras residências
foram implantadas no Paraná, ainda na década de 1970.
clique para ampliar![clique para ampliar clique para ampliar](https://www.crmpr.org.br/dbimages/lupa.gif)
Encontro no auditório da UEM reuniu representantes das universidades,
parlamentares, autoridades da área da Saúde e representante do CRM-PR (Foto: UEM)
Para debater e tentar encontrar uma saída para a questão, a Universidade Estadual de Maringá convidou diversos parlamentares,
entre eles os deputados Goura e Evandro Araújo, que integram a Frente Parlamentar em Defesa das Universidades, presentes no
evento.
As atuais superintendentes dos hospitais universitários de Maringá e de Londrina, Elizabeth Kobayashi e
Vivian Biazon Feijó, apresentaram os números e a dimensão dos respectivos programas. No caso da UEM, atualmente são 104 bolsistas
remunerados com recursos do Governo do Estado, que demandam cerca de R$ 420 mil por mês. “Os programas permitem uma formação
de qualidade e contribuem para que haja mais médicos especializados”, pontuou a superintendente do HU da UEM.
Com
46 cursos de residência e 360 alunos, o pagamento de bolsistas do HU da UEL gira em torno de R$ 1 milhão. Vivian Feijó observou
que o custo benefício é muito baixo, destacando que a bolsa por 60 horas semanais de trabalho é de pouco mais de R$ 3 mil,
abaixo do salário de um médico contratado.
Os hospitais não têm como fazer o pagamento direto, considerando que
já estão como os custeios bastante deficitários. Além disso, as bolsas têm recursos aprovados pela LOA (Lei Orçamentária Anual),
o que torna o problema uma questão técnica que precisa ser equacionada. Uma das propostas apresentadas foi criar uma rubrica
separada para o pagamento das residências.
O deputado Evandro Araujo adiantou que na próxima semana deve debater
o assunto com setores do governo. E disse que, em conversa com a Casa Civil e a Superintendência de Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior, recebeu a garantia de solução para o impasse.
O reitor da UEM, Julio Damasceno, reforçou a necessidade
de encontrar uma forma segura e estável para pagamento das bolsas, facilitando a gestão dos programas de residência que são
de extrema importância para o atendimento de qualidade à população do Estado. “Não é possível pensar no serviço médico de
excelência sem os programas de residência”, pontuou.
Na avaliação de Damasceno o encontro foi produtivo e as discussões
avançaram muito apontando inclusive para outros assuntos como a liberação da DREM (Desvinculação de Receitas de Estados e
Municípios), que hoje retém 30% dos recursos próprios das instituições de ensino superior.
Damasceno também pontuou
que as negociações com o governo têm caminhando à medida que as universidades estão conseguindo responder, com transparência
e sem abrir mão da autonomia, os diferentes questionamentos.
Décio Sabbatini, vice-reitor da UEL, destacou que
um novo painel para discutir os programas de residência será realizado em Londrina na próxima sexta-feira, dia 16, ampliando
ainda mais o debate. A preocupação é encontrar uma solução definitiva até para a continuidade dos programas e abertura de
novos editais.
O debate realizado no auditório do HUM também reuniu o secretário Municipal de Saúde, Jair Biato,
o representante do Conselho Regional de Medicina, Márcio de Carvalho, o diretor da 15ª Regional de Saúde, Ederlei Alkamim,
assessores dos deputados Delegado Fernando, Homero Marchese, Do Carmo e Jacovós. O deputado Dr. Batista também prestou seu
apoio.
Residentes, docentes e coordenadores dos programas estiveram no encontro que ainda contou com a participação
do vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, do Chefe de Gabinete, José Antônio Martins, do Pró-Reitor de Recursos Humanos,
Luis Otávio de Oliveira Goulart, do presidente do Sinteemar, José Maria de Oliveira Marques e dos ex-superintendentes do HUM,
Carlos Edmundo Rodrigues Fontes e Paulo Roberto Donadio.
FONTE: UEM