05/06/2008
Tratamento dos transtornos mentais exclui 1,3 milhão de brasileiros
Associações de portadores realizam campanha para pressionar a rede pública a fornecer medicamentos atualizados, que permitam
ao paciente exercer suas atividades normais Iniciativa integra a programação do "I Fórum Paranaense de Pacientes em Saúde
Mental", programado para o dia 7 de junho, em Curitiba
Evento tem por objetivo combater a desinformação, que provoca o preconceito e marginaliza portadores de transtornos mentais
em casa e especialmente no trabalho.
"Informação, Respeito, Aceitação". Este é o tema principal de campanha destinada a alertar a população sobre os vários
aspectos que fazem dos transtornos mentais um grave problema de saúde pública no Brasil. Mais de 1,3 milhão de portadores
de males como a depressão, esquizofrenia, Parkinson, transtorno bipolar (bem como as vítimas dos efeitos provocados pelo alcoolismo
e outras formas de dependências) não tem acesso aos remédios que lhes permitem a garantia de boa qualidade de vida. Pela desinformação,
eles são marginalizados em casa e no trabalho.
A campanha integra a programação do "I Fórum Paranaense de Pacientes em Saúde Mental", programado para o dia 7 de junho,
no Hotel Victória Villa em Curitiba. O evento é aberto ao público e tem como principal desafio conscientizar, unir e fortalecer
os portadores dos vários tipos de transtornos mentais bem como os seus familiares. As inscrições podem ser realizadas pelo
fone (041) 3363-2506.
As quatro principais entidades envolvidas na campanha como porta-vozes dos direitos constitucionais dos portadores de
transtornos mentais são: Associação Paranaense de Familiares e Amigos dos Pacientes Esquizofrênicos (Apafape); Associação
Londrinense de Saúde Mental; Associação Maringaense de Saúde Mental; e a Associação dos Usuários do Centro de Atenção Psicossocial
de Foz do Iguaçu (Assucaps).
De acordo com os organizadores do Fórum e da campanha a abordagem sobre os transtornos mentais precisa ser revista no
Brasil. A começar pela informação, necessidade do cumprimento da Constituição, reavaliação das políticas públicas e do acesso
ao tratamento.
As dificuldades de acesso ocorrem porque a relação de remédios destinados a importantes doenças está desatualizada. O
sistema público não conta com medicamentos mais modernos destinados ao tratamento das várias doenças, provocando uma restrição
com graves implicações sociais e econômicas que atingem adultos jovens, na fase mais produtiva da vida, denunciam as entidades
organizadoras do Fórum.
Além disso, o paciente leva até três meses para conseguir uma consulta e quando a consegue corre o risco do lugar não
ter receituário para o medicamento controlado, nem mesmo o medicamento.
Pressão no trabalho
O número crescente de trabalhadores com transtornos mentais, nas várias áreas de atuação, é outro problema preocupante
que receberá especial atenção por parte dos organizadores do Fórum e da campanha. Estudo da Universidade de Brasília (UnB)
e do INSS mostra que bancários, frentistas, trabalhadores do comércio, metalúrgicos, ferroviários, rodoviários, profissionais
que atuam em Telemarketing e transportadores aéreos estão entre as categorias de maior risco. O levantamento comprovou que
aproximadamente 50% deles se afastou do trabalho por algum tipo de transtorno mental - incluindo as vítimas do alcoolismo
e de outras formas de dependências.
Esses indicadores levam a uma segunda preocupação bem mais grave, para os organizadores da campanha: a pressão exercida
pelos chefes sobre os trabalhadores. Como em boa parte das empresas o diagnóstico para as doenças mentais é impreciso, o paciente
não é reconhecido como portador de algum transtorno, tem dificuldades em aceitar a doença e acaba marginalizado.
Programação
Abertura ( Sr. Erasmo Becker - Associação Paranaense de Familiares e Amigos de Pacientes Esquizofrênicos - APAFAPE )
Pronunciamento Dep.Estadual Reinhold Stephanes Jr, autor de projeto de Lei que defende o acesso gratuito por parte dos
pacientes às modernas gerações de medicamentos
Palestra Médica " Novas Tendências no Tratamento TAB e Esquizofrenia ) - Dra. Maria Amélia - Curitiba
Palestra Médica " Impacto dos Tratamentos e Não Tratamentos em Saúde Mental " - Dr. Hamilton Grabowski - Curitiba
Apresentação Associação Parkinsonianos - Sr. Jorge Magno - Presidente - Curitiba
Abertura - Sr. Russel Siqueira de Carvalho - presidente da Associação Paranaense de Familiares e Amigos de Pacientes Esquizofrênicos
- APAFAPE
Associação Maringaense de Saúde Mental
Associação Londrinense de Saúde Mental
Assucaps-FI e Associação Pacientes Foz do Iguaçu
Reunião dos Presidentes das Associações