Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, evento de Educação Médica Continuada contou com a participação de três convidadas
em diferentes momentos da vida e da carreira médica
clique para ampliarO secretário-geral do CRM-PR, Dr. Pujol, com
a estudante Mariah, a recém-formada Dra. Eloísa e a ex-conselheira Dra. Monica. (Foto: CRM-PR)
O Dia Internacional da Mulher foi celebrado pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) na última sexta-feira,
8, com a realização de um painel especial sobre a Trajetória da mulher na Medicina, dentro do Projeto de Educação Médica Continuada.
A partir da presença e do depoimento de três convidadas em diferentes momentos da vida e da carreira, o evento buscou homenagear
as mais de 11 mil médicas atualmente em atividade no Paraná, abarcando também as que já se foram e aquelas que ainda exercerão
a nobre profissão.
Abrindo a noite de apresentações, o secretário-geral do CRM-PR, Dr. Luiz Ernesto Pujol, agradeceu a presença das
convidadas e do público presencial e online. “Nós trouxemos hoje uma história de três representantes de etapas da vida médica.
Uma acadêmica, com o olhar de desbravar o novo; uma médica recém-formada, com um olhar de sedimentar conhecimentos; e uma
médica e ex-conselheira, com um olhar do saber consolidado, que não vê menos, apenas vê diferente”, resumiu.
Estudante
de Medicina
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para ampliarEstudante de Medicina Mariah Gomes foi a primeira palestrante da noite (Foto: CRM-PR)
Representando as estudantes de Medicina, a caloura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mariah Joanna Koch Gomes, falou
sobre a emoção de passar em um vestibular tão concorrido e iniciar neste ano os estudos no tradicional Curso de Medicina da
UFPR. Aos 18 anos, ela começou na universidade há apenas um mês, após muito estudo e dedicação. “Decidi cursar Medicina aos
14 anos, quando tive a oportunidade de estudar em um colégio particular com uma bolsa de estudos”, destacou.
A futura médica atribuiu o sucesso em conseguir uma vaga no tão desejado curso ao apoio que recebeu de sua família
e amigos. “Sou muito grata por tudo o que aconteceu em minha vida que me permitiu chegar até aqui”, explicou a jovem, que
pretende ser Obstetra. Entre suas referências de mulheres, a jovem citou a médica Carlota de Queiroz, primeira mulher a ser
eleita deputada federal, durante o governo Vargas.
Iniciando a carreira
clique para ampliarDra Eloísa Scariotti formou-se em Medicina em janeiro deste ano e falou sobre mulheres
que a inspiraram (Foto: CRM-PR)
Na sequência, foi a vez da médica recém-formada Dra. Eloísa Sotilli Scarioti (CRM-PR 41.593) contribuir com seu depoimento.
Prestes a completar 23 anos, ela se graduou em janeiro de 2019 pela UFPR. Natural de São Lourenço do Oeste, interior de Santa
Catarina, veio à capital paranaense para estudar em 2011. Antes de a médica iniciar sua fala, o secretário-geral do CRM-PR,
Dr. Pujol, pediu licença para ler uma mensagem enviada pela mãe da jovem, que não pôde estar presente, mas que acompanhou
a apresentação da filha via transmissão online.
Abordando as dificuldades e pressões do meio social que as mulheres enfrentam, a nova médica ressaltou que ainda
há muitos obstáculos e avanços a serem alcançados. “Apesar de a Medicina ainda ser um ambiente machista em alguns casos, encontrei
ao longo desses anos de faculdade professoras e médicas que fizeram a diferença e me inspiraram a seguir seus exemplos”, contou.
Entre suas inspirações, ela citou a Dra. Maria Falce de Macedo, primeira médica a se formar também pela UFPR há
quase um século, em dezembro de 1919, e a Dra. Silvania Klug Pimentel (CRM-PR 15.048), cirurgiã do aparelho digestivo que
foi paraninfa de sua turma. “Todos esses laços entre colegas mulheres são extremamente importantes para mim; o exercício da
sororidade é essencial e transformador”, completou.
Quatro décadas de Medicina
clique
para ampliarDra. Monica de Biase Wright Kastrup encerrou a noite compartilhando sua rica história
de vida (Foto: CRM-PR)
Fechando a noite, a Dra. Monica de Biase Wright Kastrup (CRM-PR 6.281) compartilhou com os presentes toda sua experiência
de 40 anos de profissão. Natural do Rio de Janeiro, ela se formou em dezembro de 1978 também pela UFPR. Especialista em Endocrinologia
e Metabologia, Dra. Monica desempenhou ao longo de sua carreira diversos cargos e funções, sendo conselheira do CRM-PR por
quase duas décadas.
Prestes a completar 79 anos, ela resumiu sua rica história de vida, passando pela infância no Rio de Janeiro e
logo em seguida na África do Sul, acompanhando a família em plena II Guerra Mundial. De volta ao Rio, fez planos de cursar
Arquitetura, estudou Jornalismo na PUC Rio e chegou a trabalhar na antiga TV Tupi e jornal O Globo, onde teve a oportunidade
de entrevistar grandes personagens da época.
Em 1962, casou-se e saiu do Rio de Janeiro, dessa vez, para Curitiba. Com três filhos já em idade escolar, decidiu
mudar novamente o rumo de sua vida e passou no curso de Medicina da UFPR. O ano era 1973 e, seis anos depois, receberia o
Prêmio Nilo Cairo por seu excelente aproveitamento do curso.
Após se formar, Dra. Monica trabalhou em diversos cargos, sempre clinicando e se dedicando aos seus pacientes.
Mesmo após se aposentar, em 2013, ela ressaltou que continua atendendo em seu consultório, mas que sua semana agora possui
apenas três dias úteis. “Entre as coisas que aprendi em 79 anos de vida e 40 de profissão é que nós, mulheres, nunca devemos
parar de sonhar; o sonho não tem idade, o sonho nunca envelhece”, finalizou a médica, inspirando as novas gerações.