Um roteiro de inspeção padronizado para os serviços de hemoterapia brasileiros baseado em níveis de criticidade. Esta é a proposta de uma das 20 monografias produzidas pelos 52 alunos do curso de especialização "Regulação em Vigilância Sanitária em Hemoterapia e Transplantes", que passarão pela avaliação das bancas examinadoras esta semana em Brasília (DF).


No roteiro de inspeção proposto, os níveis de criticidade seriam determinados pelo risco que cada ponto de controle do sangue impõe, levando em conta conceitos de boas práticas de fabricação, a exemplo do que acontece nas linhas de produção das indústrias. "O formato seria uma alternativa aos roteiros de inspeção atuais, que não dão ao inspetor a possibilidade de avaliar se aquele item é de menor ou maior risco", esclarece um dos pesquisadores do grupo que apresentou a proposta, João Batista Silva Junior.


Dentre os outros temas abordados nas monografias produzidas pelos alunos da primeira turma da especialização estão: biossegurança nos hemocentros, avaliação externa da qualidade em serviços de hemoterapia, condições de transporte das amostras biológicas e perfis de doadores de córneas em bancos de tecidos oculares.


O curso é promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que desenvolveu o programa de capacitação, em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). O público-alvo é composto de inspetores de vigilância sanitária dos estados e municípios, profissionais de hemocentros e da Coordenação Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.



Indicadores


Para a gerente geral de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos da Anvisa, Amal Kozak, o mérito da especialização vai além do incentivo à produção científica no campo da regulação dos serviços. "A expectativa é melhorar a qualidade das tomadas de decisão dos inspetores, no tocante à avaliação e ao gerenciamento do risco", sinaliza a gerente geral.


"A idéia é que o inspetor esteja preparado para avaliar muito mais que a infra-estrutura do serviço, mas saiba analisar o que representam os dados em termos de risco, de investimentos, de impacto à saúde", completa a coordenadora pedagógica do curso, Elenice Defunne.


Espera-se ainda que o incentivo à produção de conhecimento na área possa permitir a produção, a análise e o uso dos indicadores de forma eficiente. Para o bio-estatístico Carlos Roberto Padovani, professor de metodologia e estatística do curso, "a produção e análise de dados estatísticos ajudam a fazer uma leitura objetiva de situações subjetivas, que são correntes no campo da saúde".


Para Padovani, o controle sobre a variabilidade dos dados está diretamente ligado à qualidade e aplicabilidade da tomada de decisão: "Quanto mais definimos o modelo biológico e conhecemos as possíveis variações controladas no modelo, maior é nosso grau de certeza na tomada de decisão. E no campo da saúde isso é extremamente relevante", afirma.




Defesa de monografias do Curso de Especialização de Regulação em Vigilância Sanitária em Hemoterapia e Transplantes

Quando: de 14 a 17 de julho

Onde: Elo Consultoria Empresarial e Produção de Eventos. Setor Comercial Norte, Quadra 2, Bloco A, 1º Andar - Ed. Corporate Financial Center.



Fonte: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa