Os avanços implementados na atenção à saúde de Curitiba, com a redução das filas de consultas especializadas sob suporte do Programa de Telessaúde, foram apresentados na manhã desta quinta-feira (16) em reunião realizada no Conselho Regional de Medicina do Paraná. A experiência, aliás, vai merecer abordagem durante o I Fórum de Telemedicina do Conselho Federal de Medicina, que vai ocorrer em Brasília (DF), dia 19 de julho.

Presente na reunião realizada no CRM-PR, Gerson Zafalon Martins, da Câmara Técnica de Informática em Saúde do CFM, ressalta que o objetivo do fórum é fomentar a aproximação e uma maior interface entre a prática médica e os diferentes campos da telemedicina, com especial atenção à segurança e confidencialidade do trânsito de informações pessoais e dados de saúde. Hoje também consultor da Secretária Municipal da Saúde de Curitiba, o Dr. Gerson será um dos palestrantes no evento em Brasília, quando abordará aspectos éticos e legais da telemedicina.

No encontro com os representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, o presidente do Conselho de Medicina do Paraná, Luiz Ernesto Pujol, foi informado sobre as estatísticas positivas no fluxo de exames e consultas de especialidades neste período de ano e meio de reorganização do sistema de atendimento nas unidades básicas da Capital. Especialidades como cardiologia, neurologia e infectologia, de grande demanda, vêm apresentando resposta satisfatória e redução de filas. Uma das metas atuais é concentrar esforços para enfrentar a demanda represada na área de ortopedia.

Além do presidente do Conselho e do integrante da Câmara Técnica de Informática em Saúde do CFM, participaram da reunião a enfermeira Carmen Cristina Moura dos Santos, diretora do Departamento de Redes de Atenção à Saúde da Prefeitura; Flávia Quadros, de Apoio ao Departamento de Redes; Stela Maris Zanatta Dallastella, coordenadora da Área de Pessoa com Deficiência; e Rodrigo Cechelero Bagatelli, teleconsultor do Nutes (Núcleo Universitário de Telessaúde), da UFPR, unidade responsável pelo atendimento da demanda no Paraná dentro do Programa Telessaúde Brasil Redes.

A diretora do Departamento de Redes, Carmen Moura dos Santos, assinalou que a redução das filas está relacionada a três pontos: aumento da oferta de consultas e exames, qualificação do encaminhamento e inserção de novos serviços na atenção primária (unidades básicas de saúde). Neste aspecto, foi ressaltada a importância da implantação dos processos de telessaúde, plataformas on-line pela quais as unidades de saúde trocam informações sobre casos clínicos com especialistas do Hospital de Clínicas da UFPR (no caso da neurologia) e da própria Secretaria da Saúde (para outras especialidades, como reumatologia, hematologia e gastroenterologia).

Impossibilitado de participar da reunião desta semana, o secretário municipal da Saúde, César Monte Serrat Titton, em manifestação recente assinalou que repensar a atenção especializada tem sido o grande desafio da gestão e é um trabalho que tem envolvido todos os setores da secretaria. “As filas de espera passaram por uma avaliação e isso nos permitiu dar prioridade àqueles que realmente necessitavam de um especialista”, disse o secretário, para quem boa parte das pessoas que aguardavam atendimento especializado poderia ter seus problemas resolvidos na própria unidade de saúde.

Em termos globais, ao longo de 2015 foram agendadas na rede municipal de saúde 400.262 consultas especializadas e 363.744 exames.

Ação nacional

O Programa Telessaúde Brasil Redes é uma ação nacional que busca melhorar a qualidade do atendimento e da atenção básica no Sistema Único da Saúde (SUS), integrando ensino e serviço por meio de ferramentas de tecnologias da informação, que oferecem condições para promover a Teleassistência e a Teleducação.