18/09/2007
Tecnologia agiliza atividades da rede de transplantes de órgãos
São Paulo, Um passo à frente do resto do País, a rede de transplantes do estado de São Paulo viu a sua administração dar um
salto de agilidade no último ano, depois de criar um sistema para o tráfego de suas informações via internet, o Webtransplante.
O programa foi desenvolvido entre agosto de 2005 e maio de 2006 - quando passou a ser utilizado - por uma parceria entre
o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do estado e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP), contando com um investimento
de R$ 300 mil da Secretaria de Saúde.
Com mais de 6,5 mil cirurgias realizadas anualmente, ou 45% do total do País, e tendo 16 mil pessoas aguardando hoje
na fila de espera, o sistema paulista de transplantes movimenta um volume de 90 mil documentos por ano, em um total de 1 milhão
de dados a serem organizados, que vão desde a inscrição de novos pacientes até o acompanhamento pós-operatório.
As estimativas são da Central de Transplantes do Estado, órgão da Secretaria de Saúde responsável pela administração
das informações e a distribuição dos órgãos.
Antes do Webtransplante, todo esse volume era feito em papel e devia ser encaminhado por cada uma das 350 equipes transplantadoras
do estado, via correio, fax ou office boy, para a central na capital paulista. Lá, um grupo de cinco pessoas era responsável
por atualizar as informações diariamente na base de dados da secretaria. O programa anterior não fazia comunicação pela internet.
No momento em que ele passou a ser utilizado pelo Sistema Nacional, São Paulo começou substituí-lo pelo Webtransplante.
Por meio dele, os integrantes das equipes transplantadoras possuem um cadastro e podem acessar o sistema na internet,
de qualquer lugar, para atualizar imediatamente as informações necessárias. São hoje 400 médicos cadastrados, com uma média
de 300 acessos por dia.
"Nós descentralizamos o sistema. A atualização era feita antes por cinco pessoas, agora há 400, com ganho de agilidade
e controle", avalia o coordenador da Central e um dos idealizadores do programa, Luiz Augusto Pereira.
Segundo o órgão, os gastos com postagem e o volume de papéis utilizados caíram entre 80% e 90% nesse tempo. Havia inclusive
uma sala no prédio destinada exclusivamente a guardar a papelada.
"O Webtransplante obrigou as equipes a comunicarem todos os seus resultados. A Central tem 100% de retorno", conta Ben-Hur
Ferraz Neto, gerente-médico executivo de transplantes do Hospital Albert Einstein, maior transplantador de fígados do estado.
O médico lembra que mais de 90% dos transplantes no País são feitos por meio de Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que
se trata de um procedimento caro e dificilmente coberto por convênios ou iniciativa particular. "O gestor vê onde está investindo
o seu dinheiro", completa.
Fonte: Gazeta Mercantil