12/11/2009

Tapumes e correntes lacram entradas dos prontos-socorros da Santa Casa e Evangélico

Crise da Saúde em Londrina


Médicos plantonistas cumpriram a promessa e suspenderam o atendimento aos pacientes do SUS. Movimento no início da manhã era considerado tranquilo nos hospitais



Os médicos plantonistas de Londrina cumpriram a promessa e paralisaram, às 7h desta sexta-feira (13), o atendimento aos pacientes do SUS nos prontos-socorros (PS) da Santa Casa, Evangélico e Infantil. A interrupção foi provocada pela suspensão da prefeitura do pagamento do incentivo por plantão à distância.


Na Santa Casa, tapumes de madeiras, utilizados em construção, lacraram as portas do pronto-socorro. Segundo o diretor clínico do hospital, Weber de Arruda Leite, a medida foi adotada para evitar qualquer tipo de depredação ou atos de vandalismo. Ele informou que apenas uma pessoa procurou atendimento na unidade no início da manhã e foi orientada a buscar assistência médica nos hospitais públicos.


Leite afirmou que todos os pacientes que foram atendidos durante o plantão da madrugada continuam sendo assistidos pelo corpo clínico do hospital. "Por enquanto, a situação está tranquila e não está ocorrendo procura na Santa Casa. Para os pacientes internados durante a madrugada o atendimento não foi suspenso", disse.


No Evangélico, três seguranças e uma corrente fecharam a entrada do PS. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a procura de pacientes por atendimento foi pequena e as pessoas foram orientadas a procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).


A falta de médicos obrigou a direção do Hospital do Câncer a cancelar consultas que estavam agendadas. De acordo com o diretor da instituição, Nelson Dequech, os outros atendimentos estão ocorrendo normalmente. Ele disse que o "impacto não será tão grande como nos outros hospitais, pois o pronto-socorro é oncológico [tratamento de câncer]".


Dezenas de pessoas tiveram que voltar para casa, pois não foram atendidas. Um dos casos foi o da paciente Maria do Carmo de Oliveira, 60 anos, que mora em Jaguapitã, a 55 km/h de Londrina. Ela relatou que tem um tumor na axila direita e tinha uma consulta agendada para o dia 27 de novembro, no entanto, como sente muitas dores conseguiu antecipar o atendimento para esta sexta. "Cheguei aqui e não fui atendida. Remarcaram a minha consulta para o dia 4 de dezembro. Preciso tomar morfina a cada quatro horas para aliviar a dor e não consegui a receita do remédio. Vou voltar para a casa do mesmo jeito que cheguei aqui, com muita dor", disse.


No Hospital Universitário (HU), que deverá receber a maior demanda dos pacientes, o movimento, no início da manhã, também era considerado tranquilo. Para evitar superlotação no hospital, a direção está restringindo o atendimento. Todos os casos estão sendo triados e os pacientes só são internados com a autorização da direção.



Faltam médicos nas Unidades Básicas de Saúde


Com a paralisação dos prontos-socorros dos hospitais filantrópicos, a demanda de atendimento está sendo encaminhada para unidades hospitalares estaduais e para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). No entanto, em algumas UBS não há a presença de médicos.


Dagmar Souza, 40 anos, moradora do Conjunto Ernani Moura Lima, zona norte, relatou que procurou a unidade do bairro para buscar atendimento, pois estava com o pulso aberto. Para a surpresa dela, no local não havia nenhum médico para atendê-la. Uma auxiliar de enfermagem preencheu um encaminhamento para o Hospital da Zona Norte (HZN).


Contudo ao chegar no HZN, Dagmar a princípio não foi atendida, pois, segundo a diretora-geral do hospital, Andreza Daeir Delfino Sentonne, "serão atendidos somente os pacientes encaminhados pelos serviços de emergência Siate e Samu". No entanto, a presença da reportagem do JL facilitou o atendimento a Dagmar.


Fonte: href="http://portal.rpc.com.br/jl/online/conteudo.phtml?id=943919" target="_blank">Jornal de Londrina

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