25/08/2008
Supremo realiza audiências para discutir aborto de fetos sem cérebro
Nesta semana o Supremo Tribunal Federal (STF) realizará audiência pública para discutir a descriminalização do aborto
de fetos anencéfalos, ou seja, que não possuem cérebro. Em 2004, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS)
recorreu ao STF para que deixasse de ser caracterizado como crime de aborto a antecipação do parto nesses casos específicos.
As discussões começam terça-feira (26) e continuam nos dia 28 de agosto e 4 de setembro. As sessões terão início sempre
às 9h. No dia 26, os ministros vão ouvir a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Igreja Universal do Reino de
Deus (Iurd), a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, a organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir
e a Associação Médico-Espírita do Brasil (AME).
Na próxima quinta-feira (28), expõem argumentos sobre a questão o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Brasileira
de Ginecologia e Obstetrícia, a Sociedade Brasileira de Medicina Fetal, a Sociedade Brasileira de Genética Clínica, a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência e parlamentares.
Na semana passada, a CNBB divulgou nota afirmando que os fetos anencéfalos não são descartáveis. "O aborto de feto com
anencefalia é uma pena de morte decretada contra um ser humano frágil e indefeso". Na nota, a CNBB argumenta que todos têm
direito à vida.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já se manifestou favorável à ação. Ele disse que espera do tribunal uma decisão
independente. "A postura do ministério é que esse é um direito das mulheres nessa situação extremamente específica", afirmou
durante evento no Rio de Janeiro.
Os debates se encerram no dia 4 de setembro, quando serão ouvidos o Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis),
a Associação de Desenvolvimento da Família (Adef), a ONG Escola de Gente e a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais
e Direitos Reprodutivos. A realização dos encontros é uma iniciativa do ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação apresentada
em 2004 pela CNTS.
Supremo ouve especialistas antes de julgar aborto em casos de anencefalia
O Supremo Tribunal Federal ouve, de amanhã (26) a quinta-feira (28), especialistas de diversas áreas do conhecimento com
o objetivo de instruir os ministros para o julgamento da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54, que
propõe a garantia do direito à antecipação terapêutica do parto (aborto) em casos de anencefalia no feto, ou seja, fetos sem
cérebro.
A ação, proposta em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), em parceria com a organização não-governamental
Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, tem o objetivo de garantir o direito de escolha das mulheres, além
de proteger os profissionais de saúde que quiserem realizar o procedimento.
Fonte: Agência Brasil