O trânsito continua a produzir número crescentes de vítimas entre pessoas que dependem de se locomover a outras cidades para receber assistência médico-hospitalar, numa situação que também já interrompeu a carreira de muitos médicos que se desdobram para cumprir jornadas de trabalho em cidades diferentes.

A sucessão de tragédias exige, no mínimo, uma análise sobre as reais condições de segurança com que tem sido realizado o transporte intermunicipal de pessoas em busca de atendimento médico, já que o saldo tem sido de famílias enlutadas, pessoas com sequelas e a frustração entre instituições e profissionais que se voltam na atenção à saúde.

O último acidente trágico foi registrado na manhã desta quinta-feira (11), na PR-082, próximo à entrada do município de Lunardelli (156 km de Londrina e 290 km de Curitiba). Colisão entre veículo de passeio e um micro-ônibus/Van com placa de Floresta, que transportava pacientes que buscariam atendimento em Curitiba, resultou na morte imediata de sete pessoas e ferimentos em outras nove. Os veículos se incendiaram após a batida. As pessoas que estavam na Van procediam das cidades de Quinta do Sol, Fênix, Barbosa Ferraz e Godoy Moreira.

Entre os muitos acidentes envolvendo veículos transportando doentes no Paraná, dois ocorreram em agosto último. No primeiro deles, na madrugada do dia 18, choque entre micro-ônibus e um caminhão próximo ao município de Palmeira, nos Campos Gerais, matou duas pessoas e feriu outras cinco, duas gravemente.

Quatro dias depois, duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas em acidente no trecho entre Piraí do Sul e Castro da PR-151, também nos Campos Gerais. As vítimas ocupavam um veículo da prefeitura de Santo Antonio da Platina que seguia para Curitiba (340 km de distância) para tratamento de saúde. A colisão foi provocada pelo condutor de uma camioneta, que estava embriagado e não se feriu.

Seis pessoas morreram e três ficaram feridas em um acidente entre um caminhão e dois carros, na região dos Campos Gerais, na BR-376, próximo a ponte do Rio Tibaji, em Ponta Grossa.

Outra tragédia foi registrada no início de março deste ano na BR-376, também nos Campos Gerais. Seis pessoas morreram e três ficaram feridas numa colisão entre caminhão e dois carros. Dos mortos, cinco eram de Cianorte e ocupavam um carro Gol da secretaria municipal de saúde do município. Os passageiros estavam sendo transportados à capital para receber atendimento.

Dentre os muitos registros singulares ainda aparece o acidente ocorrido em 2012 na PR-092, entre Siqueira Campos e Wenceslau Braz, que vitimou três pessoas que viajavam num veíiculo da prefeitura de Ribeirão Claro e que buscariam atendimento na Capital.