Dormir menos do que necessita ou dormir tempo suficiente,
mas sem qualidade. Conviver com distúrbios do sono, como insônia e apneia. Tornou-se tão comum que, se
você não se identifica, uma pessoa da sua família deve se encontrar nesta situação. Hoje,
metade da população mundial sonha, literalmente, com um sono saudável e satisfatório. Um dado
alarmante, tendo em vista que a privação do sono pode provocar imunodeficiência, problemas nos sistemas
metabólicos e cardiovasculares, além de aumentar a incidência de doenças mentais e que afetam a
memória, como Alzheimer.
O sono é
um fator de impacto na qualidade de vida da população e também no desempenho das funções
rotineiras. “Aumentou muito o interesse das pessoas em monitorar e entender mais sobre o seu sono. Um exemplo disso
é alta procura pelos relógios disponíveis comercialmente que monitoram e analisam a quantidade e qualidade
do descanso noturno, checando, inclusive, o tempo que você fica nas fases do sono, dando uma pontuação”,
explica a otorrinolaringologista e especialista em Medicina do Sono do Hospital INC, Dra. Carla Fabiane da Costa Zonta, alertando
que, apesar de todo o investimento por trás desses dispositivos, é preciso lembrar também das limitações
e precisão desses relógios.
Com
o tema “Faça da saúde do sono uma prioridade”, a Associação Brasileira do Sono (ABS)
realiza a Semana do Sono, entre os dias 14 e 20 de março, em todo o território nacional. O Hospital INC participa
dessa iniciativa e promove uma programação gratuita, no dia 19 de março, na filial do Pátio Batel,
para informar a população sobre a importância do sono de qualidade no manejo e promoção
de saúde e prevenção de doenças. Já está comprovado que um sono de tempo curto,
seja por privação ou insônia, está associado ao aumento do risco cardiovascular, tendo em vista
as quedas de oxigenação durante a noite, secundárias a apneia do sono.
De acordo com a ABS, 45% dos brasileiros apresentam insônia e 33% da população
adulta sofre de apneia do sono. Outro dado a ser considerado: a apneia do sono grave triplica o risco para acidente vascular
cerebral (AVC) e morte. Dessa forma, o tratamento para esse distúrbio pode reduzir em cerca de 80% o risco de AVC.
“É dormindo que as toxinas do cérebro são eliminadas, evitando doenças que afetam a memória,
como a doença de Alzheimer. Durante o sono, os hormônios que controlam o apetite e a saciedade são liberados,
e isso afeta diretamente o controle do peso”.
A
especialista pontua que muitas pesquisas sobre o sono estão sendo realizadas, como o estudo publicado recentemente
pela Alzheimer’s & Dementia Journal que avalia como a demora para atingir o sono REM – estágio
do sono em que ocorrem os sonhos e há movimento rápido dos olhos - está associada aos principais biomarcadores
plasmáticos relacionados à doença de Alzheimer e outras formas de demências. “O sono REM
ajuda no processamento e consolidação de informações no cérebro. Esse estudo e outros mostram
que a demora para entrar em sono REM, bem como a redução da quantidade de sono REM podem estar associados ao
aumento do risco de doenças que afetam a memória”, explica Dra. Carla Fabiane.
Ainda de acordo com a otorrinolaringologista, a insônia é mais prevalente
em mulheres, e já se sabe que a dificuldade de iniciar o sono também está em crescimento entre crianças
e adolescentes, devido ao abuso de telas, que acabam atrapalhando a rotina do sono e impactando em menor tempo de sono e num
sono mais agitado. Por isso, é importante estar atento aos sinais e sintomas dos distúrbios do sono e procurar
auxílio médico para diagnóstico e tratamento.
SERVIÇO:
Semana do Sono – Hospital INC
Data: 19 de março, às
10h
Local: Filial Pátio Batel (Avenida
do Batel, nº 1868 - Piso S1)