11/02/2015

Sociedade de Ortopedia lança campanha "Carnaval sem Traumas", para evitar epidemia de acidentes

Ação incluirá distribuição de material educativo nas estradas do estado (Ecovia e Caminhos do Paraná) às vésperas do feriadão

clique para ampliar>clique para ampliarColabore! Converse com seus familiares e pacientes sobre a importância da direção segura e defensiva. (Foto: thinkstock)

Dias: sexta-feira nas praças de pedágio Ecovia (BR-277) e Caminhos do Paraná (Palmeira)

A verdadeira epidemia de acidentes que afeta o Brasil inteiro durante o Carnaval, pelo não uso do cinto de segurança e pelo binômio álcool-direção, levou a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT a lançar a campanha ‘Carnaval sem Traumas’, a ser promovida pelas secções estaduais da SBOT em todo o Brasil. No Paraná, serão parceiros na ação as concessionárias Caminhos do Paraná e Ecovia.

* Paraná registrou o maior número de mortes nas estradas federais no carnaval do ano passado. Imprudência e ultrapassagens em locais proibidos contribuíram com as estatísticas. *

O ano passado os acidentes de trânsito registrados somente no carnaval nas estradas federais provocaram 144 mortes e 1.823 feridos. O Paraná liderou o ranking de mortes nas estradas federais no período (27 óbitos). Além disto, o número de acidentes entre 28 de fevereiro de 2014 a 06 de março, fim do feriado, foi superior ao de 2013, incluindo todas as estradas (35 vítimas fatais, contra 33 do ano anterior). A imprudência e ultrapassagens em locais proibidos estiveram entre as principais causas dos acidentes.

Segundo o presidente da SBOT, Marco Antonio Percope, um ferido significa horas de trabalho na mesa cirúrgica, meses de tratamento para reabilitação, no caso de uma fratura de fêmur, de braço e pior ainda, quando na coluna e problemas correlatos.

Peso de um elefante

O ortopedista Carlos Henrique Ramos, presidente da Sociedade Paranaense de Ortopedia e Traumatologia (Regional Paraná), explica que quando um carro se choca com outro mesmo a velocidade reduzida, 50 quilômetros por hora, um adulto de 60 quilos sentado sem cinto no banco de trás é lançado contra o passageiro do banco da frente com tanta força, que o impacto corresponde a mais de mil quilos, o peso de um elefante pequeno.

No caso de uma criança de 20 quilos sem cinto, o impacto que seu corpo causa contra o motorista é de 300 quilos e quanto à criança, se sobreviver, certamente terá ossos quebrados e possivelmente sequelas.

Para comprovar que o risco existe e é real, a SBOT usou uma equipe de estudantes de Medicina para fazer um levantamento no Rio de Janeiro, onde foram pesquisados 5.728 veículos e em São Paulo, 5.082 veículos. A conclusão é que 87% dos motoristas usavam o cinto, mas no banco de trás 97% dos passageiros entrevistados não usavam e as crianças sem cinto correspondiam a 86% do total.

Já em São Paulo, os motoristas com cinto eram mais numerosos, 96,5%, mas só 3% dos passageiros do banco de trás se valiam do cinco de segurança, o mesmo índice registrado entre os cariocas. Quanto às crianças, o resultado igual ao do Rio, 86% estavam sem cinto.

Risco representado pelo ‘outro’

“Nossa campanha visa mostrar que um cuidado simples, como o uso do cinto, pode evitar e efetivamente sequelas de acidentes que representam muita dor, prejuízo e também arrependimento”, diz o diretor de campanhas temáticas da SBOT, Wagner Nogueira da Silva. O diretor lembra que muita gente pensa que basta ser cuidadoso, esquecendo o risco representado pelo ‘outro’, o que foi comprovado por outra pesquisa, igualmente feita no Rio e em São Paulo.

“Dos pedestres, 89% andam com celular, 66% confirmam que não param de usar o aparelho mesmo ao atravessar a rua e 74% costumam atravessar fora da faixa”, diz ele, citando o trabalho.

Também as causas de distração do motorista, que acabam em  acidentes, foram levantadas pela SBOT. Dos motoristas entrevistados, 30% dizem que comem ou tomam água ou refrigerante enquanto dirigem, 43% deixam de olhar a rua enquanto trocam um CD ou a estação do rádio, 53% se distraem ao conversar com passageiros e um total de 84% confessa que dirige falando ao celular, embora isso constitua em infração punida pelo Código Nacional de Trânsito.

O ortopedista conclui que mesmo guiando devagar e com cuidado,  o carro de uma pessoa pode ser abalroado por outro veículo cujo motorista se distraiu no celular ou trocando um CD. E exemplifica: há algum tempo, um ônibus que caiu num barranco em Uberlândia, matando 14 dos 41 passageiros (todos sem cinto), acidentou-se porque o motorista se distraiu ao trocar o CD.

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