10/10/2013
Escrita por mais de 40 autores, obra inclui todos os tipos de ocorrências por causas externas, alerta que os acidentes e violências causam mais mortes na infância do que todas as doenças juntas e reúne as várias formas de promover a segurança de crianças e adolescentes
Com mais de 40 autores e sob coordenação do Departamento Científico de Segurança, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lança, em parceria com a editora Manole, em Curitiba, durante o Congresso Brasileiro de Pediatria, que será realizado na cidade até sábado, o livro “Crianças e adolescentes em Segurança” (516 pgs). Com informações atualizadas e em linguagem de fácil compreensão, bem ilustrado, é voltado para os pais e cuidadores. Mas, pela abrangência e interdisciplinariedade, muito interessará também a todos os profissionais que lidam com a questão em diferentes áreas. “Estamos inaugurando uma nova linha de manuais, com público bem amplo”, assinala o Dr. Danilo Blank, coordenador da publicação, juntamente com as Dras. Renata Waksman e Regina Gikas.
Contendo textos curtos que alertam para o que os pais devem saber e o que devem fazer nas várias situações, o manual chama atenção, para questões como: “Um número razoável de ferimentos não são tão inocentes assim. Embora grande parte dos machucados possam ser tratados em casa, os acidentes e as violências (classificados como causas externas) ocasionam mais mortes em crianças e jovens a partir de um ano do que todas as principais doenças juntas. Dependendo da idade, até dois terços das mortes ocorrem por causas externas, principalmente traumas no trânsito, afogamentos, queimaduras e, a partir da adolescência, homicídios. Além disso, para cada uma das mais de 20 mil crianças brasileiras que morrem todo ano por trauma, ocorrem entre 20 e 50 hospitalizações e até mil atendimentos ambulatoriais, que deixam cerca de 200 mil jovens com deficiências físicas para o resto da vida”.
O livro lembra que, “durante muito tempo, todas as medidas preventivas baseavam-se na tentativa de mudar o comportamento das pessoas; e prevenir acidentes significava simplesmente educar os pais e, no caso dos adolescentes, transmitir recomendações de cautela. Hoje, as estratégias preventivas são muito mais efetivas, se forem bem aplicadas: reconhecem os riscos inerentes à imaturidade da criança e às hostilidades do meio; combatem a desinformação, a imprevisão, a falta de cuidado e promovem a segurança no âmbito da comunidade”. A abordagem da obra deixa claro que há múltiplas causas ambientais, sociais, econômicas e culturais envolvidas na segurança. Foram incluídos todos os aspectos e tipos de acidentes e violências, relacionando riscos com o desenvolvimento ambientes no meio urbano e rural, no lar, na escola, em parques e nas ruas. Trata-se de “uma concepção do problema da segurança sob o olhar da nova epidemiologia, considerando as estruturas familiares e microambientais e com destaque para as ações da comunidade, algo absolutamente inédito em obras desta natureza”, salienta também o dr. Danilo.
Ambiente e poluição
Até agressões tão específicas como o som e os campos magnéticos são abordados. Sobre o capítulo, intitulado “Ambiente e Segurança”, dra. Renata Waksman frisa que crianças e adolescentes são mais sensíveis aos efeitos adversos dos poluentes, porque apresentam ‘janelas de vulnerabilidade” – presentes desde o período fetal, quando são mais importantes, até a adolescência – e nas quais ocorrem a formação, o crescimento e o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do corpo. O texto informa, por exemplo, que “as crianças estão mais expostas aos poluentes e toxinas transportados pelo ar porque em repouso, inalam quase três vezes mais ar do que um adulto na mesma situação”; acrescenta que “as crianças de até seis anos de idade ingerem, em média, de 3,5 a 4,5 vezes mais alimentos e de 5 a 6 vezes mais água do que os adultos proporcionalmente ao peso”.
Riscos nas várias fases
“Reunimos, num único manual as várias formas de promover a segurança de crianças e adolescentes nas várias fases, do pré-natal até a adolescência. Para proteger e educar, é preciso conhecer as principais características dos pequenos, que mudam ao longo do seu crescimento e desenvolvimento com a aquisição de novas habilidades”, assinala a dra. Regina Gikas. As quedas representam a principal causa de atendimentos em serviços de emergência e internações em crianças de zero a nova anos e, dependendo da idade, as consequências são muito diferentes. Por tudo isso, o adulto deve olhar o ambiente “com olhos de criança”, diz. Dentre as dicas, estão “nunca deixar o bebê sozinho em qualquer local da casa” e não esquecer que os “andadores são perigosos, desnecessários e severamente contraindicados pela SBP”, ressalta. Também importante é saber que as regras de segurança em viagens de avião são exatamente as mesmas que no transporte em terra, o bebê deve ter seu bilhete próprio, com direito a cadeira individual e ser colocado em assento de segurança (próprio, levado pelos pais).
A violência é discutida com orientações que abrangem a física, a psicológica, a negligência, a sexual, incluindo temas como pedofilia, bullying, autoagressão, estresse pós-traumático e prevenção da violência intradomiciliar. Também estão na obra questões contemporâneas, como a internet, a televisão, tatuagens e piercings, bem como o abuso de drogas, bullying, estresse pós-traumático “Crianças e adolescentes em segurança” também aborda o “Suporte básico de vida” e os primeiros socorros.
O livro custa R$118,00, sendo que associados da SBP têm desconto de 20% (R$ 94,40). Poderá ser adquirido pelo site da editora (www.manole.com.br) a partir do dia 12 de outubro e em novembro começará a chegar nas livrarias do país.
Fonte: Assessoria de imprensa do Congresso