12/09/2008
Sistema amplia controle sobre emagrecedores
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) já possui 55 mil farmácias cadastradas. O dado foi
divulgado, nesta quinta-feira (11), pelo diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo
de Mello. Ele falou sobre o tema Controle de Substâncias Psicotrópicas Anorexígenas, na 189ª Reunião Ordinária do Conselho
Nacional de Saúde (CNS).
De acordo com Mello, o SNGPC, iniciado em janeiro deste ano, aumenta o controle sobre a venda de medicamentos que agem
no sistema nervoso central, como os anorexígenos (emagrecedores). "O Sistema promove o uso racional e, além disso, por meio
dele, podemos identificar o estado, cidade, médico e até o paciente que utilizou o medicamento", ressalta.
O diretor acrescentou que o Sistema possibilita o acesso a informações precisas e atualizadas sobre a venda de controlados
no Brasil. De acordo com ele, antes da criação do SNGPC, os dados sobre a comercialização desses medicamentos demoravam até
nove meses para serem encaminhados à Anvisa. "Antes, eram gerados cerca de 350 mil cadernos de controle. Esses cadernos saíam
da farmácia, iam para a vigilância sanitária do município, depois para a do estado e só então chegavam à Agência", lembra.
Outro dado divulgado por Mello indica que a maior parte da venda de medicamentos controlados é feita por fórmulas magistrais.
"Em São Paulo, por exemplo, 90,5% das prescrições são em fórmulas magistrais. Somente 9,5% são de medicamentos industrializados",
afirma. O diretor acrescentou também que, de cada dez prescrições, somente uma é para pacientes do sexo masculino.
Esses números intrigaram o conselheiro do CNS Luiz Augusto Facchini. Para ele, o uso excessivo de substâncias anoréticas
no Brasil deve ser estudado. "Tenho dúvidas quanto à necessidade de anoréticos no nosso país. Mas, de qualquer forma, quero
parabenizar o sistema criado pela Anvisa", destacou.
O conselheiro Ronald Ferreira também elogiou a iniciativa da Agência. "Devo destacar que essa iniciativa é revolucionária
para a vigilância sanitária". Segundo ele, o SNGPC irá possibilitar ações mais efetivas da Anvisa e até da Polícia Federal
no combate ao tráfico de drogas.
O conselheiro Rogério Tokarski ressaltou a importância do sistema, mas fez uma ressalva: "Esse controle não pode ser exclusivo
para as farmácias e drogarias. Também deve ocorrer com as indústrias e distribuidoras", acentuou.
Fonte: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa