01/04/2010
Senado e Sociedade Brasileira de Pediatria lançam campanha
O presidente do Senado, José Sarney, a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) e o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP), Dioclécio Campos Júnior, lançam, na próxima terça-feira, dia 6 de abril, às 11 horas, na Sala de Audiências da Presidência
do Senado, uma campanha para estimular a adesão das empresas à licença-maternidade de seis meses. A campanha se chamará "Licença-maternidade
de seis meses: Agora é a vez da empresa".
A lei 11.770/08, resultante de projeto de autoria da senadora Patrícia em parceria
com a SBP, prevê a concessão dos seis meses de licença para as trabalhadoras da iniciativa privada que optarem pelo benefício
estendido. Os dois meses a mais de licença também são facultativos para as empresas, que receberão incentivos fiscais do governo
federal. A regulamentação da lei ocorreu em janeiro deste ano.
A campanha contará com diversas peças: um vídeo a ser veiculado nas televisões públicas, cartazes, um folder explicando
o passo a passo para as empresas aderirem à licença-maternidade de seis meses e uma carta dirigida aos empresários brasileiros,
ressaltando a importância da adoção do benefício ampliado para o bem-estar das crianças e das trabalhadoras. Para a solenidade
da próxima terça-feira, foram convidados presidentes de federações da indústria, de grandes empresas, dos bancos, além de
representantes dos trabalhadores.
Antes mesmo de a lei ser regulamentada, diversas empresas tomaram a iniciativa de conceder os seis meses de licença. Entre
elas, Nestlé, Wal-Mart, Eurofarma, Fersol, Masa da Amazônia, Phito Fórmulas e 24 empresas do Pólo Petroquímico de Camaçari,
na Bahia. No grupo das que aderiram depois da regulamentação, estão importantes bancos como Itaú, HSBC e Santander. É que
a categoria dos bancários conseguiu incluir no seu acordo coletivo de trabalho uma cláusula prevendo a concessão da licença-maternidade
de seis meses.
"A concessão dos seis meses de licença não é um custo, e sim um investimento no País. Afinal, todos sairão ganhando.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria mostram que a amamentação durante esse período reduz em 17 vezes as chances de
a criança ter pneumonia, em 5,4 vezes a incidência de anemia e em 2,5 vezes a possibilidade de diarréia. Portanto, reduz-se
o número de internações hospitalares", argumenta a senadora Patrícia Saboya na carta voltada para os empresários. "As crianças
vão crescer com mais saúde e equilíbrio emocional. Pesquisas comprovam que um forte vínculo afetivo entre mãe e bebê diminui
as chances de ele se tornar um adulto violento. E as próprias mulheres trabalharão mais motivadas e seguras. As empresas terão
a certeza de que estão dando uma maior parcela de contribuição à formação de uma sociedade mais avançada", completa Patrícia.
Lembrando a importância dos primeiros seis meses, quando "a permanência da criança em um ambiente afetivo favorável e
com a nutrição adequada são condições insubstituíveis para seu crescimento e desenvolvimento saudáveis", dr. Dioclécio Campos
Jr. salienta a importância da lei, que "permite que 150 mil grandes companhias brasileiras - que empregam quase a metade da
mão de obra no país - ofereçam o benefício a suas colaboradoras. O custo do governo com a menor arrecadação de IR será altamente
recompensado", garante, avaliando também que a conquista tornou-se irreversível e que os avanços vão continuar".
Fonte: AMB