20/03/2022
O Paraná foi pioneiro e já habilitou mais de mil médicos. No último fim de semana, o treinamento envolveu 60 profissionais que atuam em unidades de tratamento intensivo, emergência e atendimento do paciente grave
A Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, por meio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) em parceria com a Central de Transplantes do Paraná (CET/PR), realizou neste sábado e domingo (19 e 20), o curso para Capacitação em Determinação de Morte Encefálica (CDME).
A doação de órgãos só é possível acontecer após o diagnóstico de morte encefálica, uma das principais linhas de cuidado em transplantes. Após 2017, com a publicação da Resolução 2173/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas médicos capacitados podem realizar este diagnóstico.
Durante o final de semana, 60 médicos que atuam em unidades de tratamento intensivo, emergência e atendimento do paciente grave da rede pública e privada do Estado, serão capacitados.
O Paraná foi o primeiro Estado a desenvolver o curso no início de 2018 e já habilitou mais de mil médicos para esse diagnóstico.
“Precisamos estimular os profissionais sobre o importante papel que desempenham no processo de doação de órgãos, desde o diagnóstico rápido, passando pelos cuidados médicos de manutenção dos órgãos até o delicado momento de conversar com os familiares sobre a morte. Todas essas etapas precisam ser ágeis para viabilizar a doação”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
O curso com conteúdo amplo sobre o tema, possibilita que os médicos aperfeiçoem as técnicas de manejo e manutenção hemodinâmica, ou seja, como tratar um paciente para que seja possível concluir o diagnóstico e se for um potencial doador, manter os órgãos viáveis até o momento da doação.
De acordo com o médico e coordenador responsável pelo curso, Luiz Antônio da Costa Sardinha, além de aprender como realizar de maneira correta e segura o diagnóstico de morte encefálica, no curso são treinadas “estratégias para se comunicar com os familiares frente a situações de perda”, explica.
Segundo a médica responsável técnica do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná (SET/PR), Luana Alves Tannous, esse curso qualifica a assistência prestada nos hospitais de todo o Estado.
“Com o curso, o paciente em morte encefálica tem o diagnóstico realizado adequadamente conforme a legislação. Isso possibilitará ao Estado uma melhora nos indicadores de qualidade do processo e consequentemente no número de doações, refletindo assim em mais transplantes”, disse.
INSTRUTORES
Estiveram presentes no evento, o coordenador nacional do CDME, Joel de Andrade, médico coordenador de transplantes de Santa Catarina, o médico intensivista Glauco Adriano Westphal e o médico neurologista Gerson Luís Costa.