16/09/2008
Aumento de repasse
Parte do rombo, cerca
de R$ 2,5 bilhões, é motivada pelo aumento, no ano passado, do repasse de recursos do Ministério da
Saúde aos Estados para pagamento de procedimentos de alta e média complexidade, que envolve consultas especializadas,
cirurgias, internações, entre outros.
Os repasses foram programados com recursos da extinta
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A origem da falta de verba
na saúde, indicam os especialistas consultados pelos deputados, começou com a ausência de uma reprogramação
orçamentária com o fim do imposto do cheque.
No ano passado, o orçamento da Saúde
foi de R$ 44 bilhões, sendo que desse total, mais de 35% (R$ 15,8 bilhões) tiveram origem na CPMF. O orçamento
do ministério neste ano é de R$ 52,2 bilhões. Havia a programação de, até 2011,
mais R$ 24 bilhões da CPMF, sendo apenas neste ano, R$ 6 bilhões.
Sem a contribuição, o governo, no
entanto, engessou boa parte da ampliação que estava prevista para os próximos quatro anos e tem utilizado
apenas os recursos disponíveis no caixa da Pasta, ou seja, o Orçamento, que é o montante do ano anterior
mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).
- A arrecadação está indo bem,
a economia está crescendo, não se justifica a falta de uma atenção especial para o setor - disse
o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). - O governo precisa acordar antes que seja tarde.
Sensibilidade
A preocupação da bancada da saúde
e dos secretários é que neste ano com o atraso na votação da Contribuição Social
à Saúde (CSS) - novo imposto nos moldes da CPMF que aguarda votação de um último destaque
na Câmara - o incremento para o setor depende da sensibilidade da equipe econômica. A CSS foi a solução
encontrada pelo governo para segurar a regulamentação da Emenda 29, dispositivo que define repasses federais,
estaduais e municipais para a saúde, e vinculava aplicação da verba da União na área em
10% da receita corrente bruta.
- O governo precisa sentar na mesa e discutir a
situação com calma para ter a real idéia do que está acontecendo nos Estados - disse o secretário-executivo
do Conas, Jurandir Frutuoso, ex-secretário da Saúde do Ceará. - Ao que tudo indica precisamos definir
uma estratégia para evitar problemas no atendimento.
Fonte: Jornal do Brasil