18/07/2013

Saúde: resolver ou não, eis a questão

Weber de Arruda Leite

Em vez de criar estrutura básica para ter o mínimo de qualidade para dar o atendimento medico com dignidade para a população, o governo por meio de impacto de mídia política resolve o problema da saúde no Brasil, mais uma vez com um programa mágico, com interesse único e verdadeiro: desviar a atenção com uma simples canetada. Resolvido. Saúde já era.

Da população que clama nas ruas por melhorias em todas as instâncias de serviços públicos, cansados de pagar impostos, sem resposta contra a violência urbana e do campo, progressiva, contaminante em rodas as esferas, com subornos, maldades, mortes e superfaturamento em obras, obras inacabadas, inexistentes, mensalão etc.

Única finalidade: criar uma imagem de ter dado solução para a saúde e alavancar dividendos para candidatura à reeleição; que era certa e está desmoronando. Graças a Deus (ele é brasileiro).

Construíram um barco (país) e no primeiro confronto está afundando. Era de papel cheio de ilusões, mentiras etc.

Se os hospitais e postos de saúde já existentes, que estão sucateados (falta de pessoal, goteiras, gambiarras na instalação elétrica, construções caindo, rachaduras, constante falta de medicações etc.), fossem vistoriados com o rigor que a vigilância sanitária impõe aos serviços hospitalares e clínicas particulares, não teríamos mais locais de atendimento para o SUS no país. O abandono é total, a população amontoada em corredores, banheiros, quartos... Enquanto tiver maca vai colocando pacientes. Acabou? Põe no chão!!! Este é o retrato da saúde do Brasil.

A vinda de médicos sem avaliação de capacitação é como abrir a fiscalização e entrar à vontade, sem saber o perfil profissional, ético e psíquico para dar atendimento, ou seja "engana que eu gosto".

Já pensaram quem vai auditar os atendimentos? Aí são capazes de envolver CFM, com os CRM's estaduais, e se negarem? irão para imprensa e culparão as entidades por não colaborarem. O tempo dirá. Eles são sempre inocentes.

A prorrogação dos cursos de Medicina para mais dois anos sem estruturas prévias, sem estudos, e que médicos irão trabalhar em locais remotos, é uma mentira maior; é tapar o sol com a peneira. Os jovens estudantes ficarão assanhados por uma remuneração de início de carreira, atrativa, mas aonde o governo achará os supervisores para ensinarem, para lhes dar formação? Quanto vão pagar para estes? Cadê a base de sustentação para dar o atendimento completo? Serão novamente ambulâncias para remoção?

Acordem estudantes de Medicina, o futuro é de vocês. Unidos, lutem por um país mais digno, humano, sério e transparente. Juntem "os irmãos brasileiros, pois verá que filho não foge a luta, mas tenha o orgulho de ser Brasileiro".

Não somos passivos, somos demais tolerantes. O copo transbordou, a corrupção pelo excesso de confiança deixou a máscara cair e conseguimos enxergar os politiqueiros, golpistas, mensaleiros, abusivos desrespeitos à legislação e ao povo brasileiro; não importa as classes, é um todo.

Uma vergonha internacional.

Daí o movimento nas ruas. E os mandatários não enxergam ou não querem; só veem preço de ônibus... que lástima, tanta ignorância junta.

Quando a impunidade acabar, começando pelo governo - e efeito cascata aos estados -, não teremos passeata para reivindicar, mas sim para nos confraternizarmos com um país novo.

Diante destas pinceladas da saúde, situação econômica e política, podemos dizer: resolver ou não, eis a questão.

Acordem governantes, vamos ser mais patriotas!

Artigo escrito por Weber de Arruda Leite, médico em Londrina e especialista em Administração em Saúde pela Sociedade Medicina Brasileira de Administração em Saúde (SP). 

 

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