22/09/2020

Saúde da mulher médica é um dos focos da nova diretoria de Defesa Profissional da AMP

Ex-conselheira do CRM-PR e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Dra. Viviana de Mello Guzzo Lemke compõe a gestão eleita para o triênio 2020/2023

A preocupação com a saúde dos médicos, em especial das mulheres, é um dos principais focos da nova diretora de Departamento de Defesa Profissional da Associação Médica do Paraná (AMP), Dra. Viviana de Mello Guzzo Lemke. Integrante da nova gestão da entidade, eleita no final do último mês para o triênio 2020/2023, a cardiologista já compôs o quadro conselhal do CRM-PR (2013/2018) e foi, ainda, presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) no biênio 2018/2019.

clique para ampliarclique para ampliarDra. Viviana Lemke é ex-conselheira do CRM-PR; na foto, ao lado do ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho, Dr. Wilmar Guimarães (Foto: CRM-PR)
Após participar da primeira reunião oficial da nova diretoria da AMP na última quinta-feira, 17, a nova diretora explica os principais objetivos do Departamento que passa a representar, como promover a valorização profissional, econômica e política da classe médica, coerente com a missão da AMP. “Com uma estratégia de conhecer o associado e suas necessidades, buscaremos estabelecer uma linha de trabalho na defesa dos interesses dos médicos paranaenses”, destaca.

Outros pontos destacados pela nova diretora são: tabela CBHPM como única referência de honorários médicos na saúde suplementar, objetivo compartilhado com a Associação Médica Brasileira, e acompanhamento de projetos que impactam a saúde da população e todos os temas de interesse médico através de representatividade no Instituto Brasil de Medicina (IBDM). Neste último item, Dra. Viviana ressalta especial atenção a temas relacionados ao Sistema Único de Saúde e à obrigatoriedade da revalidação de diplomas para profissionais que concluíram o ensino médico em outros países. 

Também a busca pela igualdade de oportunidades e de remuneração para profissionais médicos, independentemente do gênero, está entre os objetivos da nova gestão do Departamento de Defesa Profissional da AMP.

Mulheres médicas

O impacto da profissão é especialmente relevante para as mulheres médicas, aponta Dra. Viviana. Cardiologista com área de atuação em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, ela cita como exemplo o porcentual de mulheres nesse segmento, que não chega a 7% do total.

A médica explica que uma das ações colocadas em prática durante sua gestão na SBHCI foi a criação do grupo MINT (Mulheres Intervencionistas), cujo objetivo é apoiar o ingresso das mulheres na especialidade. “Com isso, trabalhamos para diminuir as diferenças e contribuímos para que as mulheres tenham mais espaço e visibilidade na profissão”, pontua.

Outro importante impacto da Medicina na vida das profissionais é em relação à própria expectativa de vida. Em estudo publicado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) em 2012, foi avaliada a mortalidade dos médicos naquele estado ao longo de uma década (2000 a 2009).

Entre os resultados obtidos pela pesquisa, Dra. Viviana destaca o indicativo de que as mulheres médicas morrem dez anos mais cedo que homens médicos. Na comparação com a população em geral, são 12 anos a menos de vida. “Isso mostra que a mulher médica é sobrecarregada pela profissão e vida pessoal. Além das doenças psiquiátricas, como depressão e suicídio, vemos um alto índice de mortes por outras causas, que podem ter relação com a Síndrome de Burnout”, destaca.

Para compreender mais a fundo a questão, a cardiologista conta que participa do grupo “MEA - Mulheres em Ação”, que está desenvolvendo um estudo cujo objetivo é avaliar o Burnout, a qualidade de vida e a espiritualidade das médicas brasileiras durante a pandemia de Covid-19, com a finalidade conhecer os reflexos desse contexto na saúde dessas profissionais. “A partir desse estudo poderemos desenvolver estratégias para quem sabe mudar esse cenário”, acredita. Saiba mais sobre o grupo MEA aqui

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