17/02/2023
Solenidade ocorreu na noite de 16 último, no auditório da Acip. Médicos concluíram residência em oftalmologia, anestesiologia, cirurgia geral, clínica médica, gineco-obstetra e pré-requisito em área cirúrgica básica
Em solenidade realizada na noite de quinta-feira (dia 16), no auditório da Acip, a Comissão de Residência Médica da Santa Casa de Paranavaí entregou o título de especialistas para 11 médicos. Esta foi a 8ª turma de formandos. No total, já foram formados 78 especialistas.
A cerimônia foi presidida pelo coordenador da Coreme, Jorge luiz Pelisson (CRM-7.311), que ocupou a mesa diretiva junto com o presidente da Santa Casa, Renato Augusto Platz Guimarães, o diretor clínico Rubens Costa Monteiro Filho (CRM-PR 15.806) e o intensivista Bruno César Leal (CRM-PR 21.849), representando os preceptores do curso.
Os formandos são os seguintes: Beatriz Kawano de Oliveira (oftalmologia), Edson Campanharo e Marcelle da Silva Lima (anestesiologia), Elis Marina Martinelli Guelfi (cirurgia geral), Gabriela Bragheto da Costa, Gabriel Henrique Nunes Chagas e Guilherme Henrique Silva Fogaça (clínica médica), Isabela Forti Semencio e Isadora Cabral Teixeira (ginecologia e obstetrícia) e Janaina Gatto e Lara Carvalho Sagrado (pré-requisito em área cirúrgica básica).
Agradecimento
Falando em nome da turma, a formanda Gabriela Bragheto da Costa, inscrita desde novembro de 2017 no CRM-PR (n° 38.884), agradeceu aos pais, preceptores, colegas residentes, ao corpo clínico e funcionários da Santa Casa, “enfim, todos vocês foram imprescindíveis e muitas vezes transformaram nossa vida corrida mais leve e prazerosa. Com certeza os laços que fizemos aqui permanecerão”.
Ela discorreu sobre o período da pandemia da Covid-19, “uma doença que nos trouxe tantos obstáculos, medos, sensação de impotência e desfechos cruéis”. Continuou: “e durante meses, sem saber quando tudo ia ficar bem, passávamos mais tempo com nossos colegas de trabalho do que com a nossa própria família e assim ganhamos uma nova família, estreitamos laços, nos apoiamos, nos consolamos, crescemos juntos tecnicamente, pessoalmente e espiritualmente em uma progressão inestimável. Eu costumava dizer que fomos ‘sorteados’ para passar por isso, os famosos ‘pés frios’, mas hoje entendo que nada é por acaso”.
Em nome dos preceptores, falou Bruno Leal. Ele leu uma mensagem escrita pela colega Gislaine Erédia Araújo, que falaria em nome dos preceptores. Na mensagem ela fez um relato dramático sobre o período da pandemia e disse em seguida: “perdemos familiares, amigos, colegas de trabalho, anônimos, mas nunca a esperança e a vontade de tentar mais uma vez, de cuidar, de acolher, de ter ‘mãos estendidas’ e os braços abertos mesmo que fosse através de uma última vídeo chamada a gente estava ali. Quantos olhares de mães, filhos, amigos, pais nos implorando por vida”.
A mensagem encerra afirmando que “não somos médicos por acaso. Escolhemos a virtude de cuidar do outro e que sejamos sempre a mão que ajuda a curar, a diminuir a dor, o sofrimento, a acolher mesmo sem entender o outro. Que sejamos luz em cada corredor do hospital que passarmos e que assim possamos iluminar vidas escurecidas pela dor, que tenhamos sempre a humildade, a bondade e a sabedoria, não apenas para diminuir a dor, mas para tocar almas. Ter coragem não é ausência do medo, mas é agir apesar do medo”.
Desafio
O presidente Renato Guimarães destacou o sucesso da residência Médica do hospital que está funcionando desde 2014. “Por isso, meu primeiro agradecimento nesta noite é para a diretoria do Coreme, aos coordenadores e aos preceptores da Residência Médica, pela parceria, pelo compromisso e pela disposição em compartilhar os seus conhecimentos. A todos o nosso muito obrigado”!
Na sequência, agradeceu “a cada um dos formandos por este gesto de confiança no hospital, na sua estrutura, nos médicos e nos demais profissionais de saúde e desejo que, agora especialistas, tenham muito sucesso em suas vidas profissionais. Nosso hospital estará sempre de portas abertas para vocês”.
Guimarães citou em seguida a crise que os hospitais filantrópicos brasileiros, entre eles a Santa Casa de Paranavaí, estão vivendo por conta da
a pandemia da Covid-19, que aumentou as despesas e reduziu as receitas e em razão da desatualização da tabela de remuneração do SUS, que há quase 20 anos não é reajustada. “As dificuldades têm sido enormes, mas não maior que a disposição da diretoria e da administração da Santa Casa em superar as dificuldades”, disse o presidente.
Ele lembrou da crise vivida pelo hospital nos anos 2000. “Graças a dedicação de todos – funcionários, corpo clínico, diretoria e da sociedade – superamos aquele momento, ampliamos o hospital e o tornamos num dos melhores do Paraná”.
Finalizou garantindo que “estamos trabalhando para superar os desafios do presente e preparar o hospital para o futuro. E, com a participação de todos vamos fortalecer ainda mais a Santa Casa de Paranavaí para que continue dando um atendimento digno à população regional”.
O último a se pronunciar foi o presidente da Coreme, Jorge Pelisson. Antes de sua mensagem aos formandos, ele lembrou do início da Residência médica na Santa Casa. “O medo nos cercava a todos quando foi implantada a Residência. Tínhamos uma grande insegurança, pois era um desafio grande oferecer esta pós em nível de especialização”. Mas, reconheceu, ao chegar a oitava turma de formandos, a residência está consolidada e tem um excelente nível, porque os residentes “entram em cena e não ficam apenas assistindo os procedimentos”. E lembrou que alguns dos preceptores presentes foram residentes na Santa Casa.
Jorge Pelisson parabenizou os formandos “pela brilhante conquista, que a partir desta data coloca-vos em um patamar profissional diferenciado, não só em relação ao mercado de trabalho, mas principalmente no que se refere a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências na assistência aos pacientes que são a essência de nossa profissão”.
Mais adiante disse aos formandos que “a jornada está apenas começando e o aprimoramento deverá ser constante. O profissional médico consciente é um eterno aprendiz. Encerrou pedindo aos novos especialistas que “durante o tempo em que exercerem esta nobre profissão. Tenham em mente os três princípios básicos da bioética: beneficência, autonomia do paciente e equidade”.
Fonte: Diário do Noroeste/Paranavaí