19/05/2008
Samu dribla dificuldades para salvar vidas em Curitiba
Atendimento acontece 24 horas por dia. Em 2007, Samu atendeu 38.523 ocorrências na capital.
Chamada no telefone 192, o telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Por trás desse pedido de socorro,
existe uma enorme logística para atender pessoas que precisam de atendimento médico ou de transporte especial. Foram 38.523
ocorrências atendidas pelo Samu em Curitiba em 2007. Os números não expressam, entretanto, as dificuldades na operação de
todo o sistema e também no aspecto financeiro. A defasagem dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde obriga o município
a arcar com uma porcentagem maior das despesas do que o previsto.
O Samu é composto por duas unidades, a de suporte básico e a de suporte avançado (Unidade de Tratamento Intensivo Móvel).
De acordo com a legislação de implantação do Samu, o Ministério da Saúde repassa mensalmente R$ 12,5 mil para cada ambulância
de suporte básico, R$ 27,5 mil para cada ambulância de suporte avançado e R$ 19 mil para a Central de Regulação (a central
de atendimento). Quando o Estado participa dessa parceria (caso do Paraná), repassa ao município metade desses valores. Cabe
à administração arcar com o restante das despesas, ou seja, 25% do total.
O diretor do Sistema de Urgências e Emergências de Curitiba, Matheos Chomatas, conta que repasses citados acima foram
definidos em 2003 e não sofreram qualquer reajuste. "A maior dificuldade que temos hoje é financeira. Os valores precisam
ser atualizados. O Ministério da Saúde sabe dessa dificuldade e está tentando melhorar", comenta. De acordo com Chomatas,
a defasagem é de, pelo menos, 15%. Somente a Central de Regulação custa mais de R$ 200 mil por mês. "Quem banca a diferença
é o município. O valor acaba sendo superior ao que o ministério repassa", revela.
Apesar disso tudo, o Samu atende normalmente e a cada dia torna-se referência para a população curitibana. O atendimento
acontece 24 horas por dia, em um modelo semelhante ao do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate),
que funciona em parceria entre as secretarias de Estado da Saúde e da Segurança Pública e a Prefeitura de Curitiba.
Chomatas explica que a capital paranaense já estudava um serviço como o do Samu - havia uma lacuna deixada pelos atendimentos
do Siate - quando o Ministério da Saúde veio com a idéia. Grande parte da experiência do Siate foi usada na composição do
serviço do Samu.
A implantação do Samu depende da adesão municipal. Nas cidades onde funciona, o sistema atende todas as emergências. Uma
das exceções é justamente Curitiba, onde o Samu atende as emergências clínicas e o transporte de pacientes e o Siate fica
com as ocorrências de trauma (acidentes automobilísticos, ferimentos com armas de fogo ou brancas).
Chamadas pelo 192
A central de atendimento do Samu funciona 24 horas por dia. Quando alguém liga para o telefone 192, profissionais de enfermagem
atendem o chamado e captam informações sobre o problema. Posteriormente, o caso é repassado para médicos, que definem o atendimento.
Eles podem passar orientações por telefone ou determinar a necessidade da ida de uma unidade móvel até o local e a classificação
da mesma (básica ou avançada). O médico despacha o pedido de deslocamento para o setor responsável. As ambulâncias saem dos
quartéis do Corpo de Bombeiros ou dos Centros Municipais de Urgências.
"No Samu, mais da metade dos atendimentos acaba em orientações por telefone. Ao contrário do Siate, que mais de 90% dos
atendimentos são locais", comenta Matheos Chomatas, diretor do Sistema de Urgências e Emergências de Curitiba. Quando o Samu
faz o atendimento no domicílio, local de trabalho ou via pública, posteriormente leva o paciente aos Centros Municipais de
Urgências, na maioria dos casos.
Durante todo o atendimento, quem está no local (médico, enfermeiro ou auxiliar de enfermagem) passa as informações para
o médico que permaneceu na central de atendimento. Este acompanhamento será ainda mais intensivo dentro de alguns meses. Será
implantado um sistema no qual é possível verificar em um painel os deslocamentos das unidades móveis e os locais de onde foram
feitas as chamadas.
Fonte: Paraná On-line