A Sociedade Paranaense de Psiquiatria emitiu nota lamentando e repudiando as declarações da superintendente de Políticas de
Atenção Primária em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná - SESA, Márcia Cecília Huçulak, publicadas em jornal
de grande circulação no Estado no dia 1.º de março.
De acordo com os dirigentes da SPP, a fonte de informações da gestora de saúde está distanciada da realidade prática e
científica da atenção à saúde mental, pois sua posição não corresponde à análise crítica dos profissionais especializados
da área. Confira a seguir a íntegra do documento.
NOTA OFICIAL
A Sociedade Paranaense de Psiquiatria vem de público manifestar seu repudio a postura da Secretaria de Estado da Saúde
do Paraná (SESA) sobre a falta de leitos psiquiátricos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em reportagem veiculada no jornal Gazeta do Povo em 1.º de março de 2012, sob o título "
href="http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1228779" target="_blank">Brasil perde 2 mil leitos
por ano", a Superintendente de Políticas de Atenção Primária em Saúde da SESA, Márcia Cecília Huçulak, declarou que a
defasagem não é preocupante, que o baixo valor da diária hospitalar paga pelo SUS é compensada por uma ajuda de custo utilizando
25% do repasse do Governo Federal e que o fato do paciente psiquiátrico ser tratado por equipe multidisciplinar permite que
seja reduzida a necessidade de internamento. Sobre não existirem leitos suficientes para atender as necessidades da população
e aos patamares recomendados pelas organizações de saúde, a representante do Governo do Estado afirmou não trabalhar com estes
números.
Para os dirigentes da entidade representativa dos médicos psiquiatras no Estado, a assistência à população com problemas
de saúde mental deve ser priorizada e não pode ser tratada de forma simplista e assistencialista. Os órgãos de Governo devem
apontar soluções baseadas em estudos médicos para evitar situações extremadas, como pais que precisam amarrar seus filhos
em casa para controlar surtos psicóticos ou crises de abstinência de substâncias psicoativas.
A SPP entende que a Secretaria de Saúde não pode reduzir a assistência psiquiátrica meramente à questão política, pois
Programas Saúde Pública utilizados em outros países não devem ser importados para o Brasil assim como, na época do Império,
patins eram importados para utilização em gelo.
A Federada da Associação Brasileira de Psiquiatria acredita que não há como esconder a barbarie que é o atendimento psiquiátrico
no País e entende que a assistência à saúde da população brasileira irá melhorar quando forem propostas soluções baseadas
em estudos técnico-científicos realizados em nosso País.
Fonte: href="http://www.psiquiatria-pr.org.br/v1/index.php?mod=rn&id=2580" target="_blank">SPP