07/03/2012

SPP repudia posicionamento da Secretaria de Saúde

A Sociedade Paranaense de Psiquiatria emitiu nota lamentando e repudiando as declarações da superintendente de Políticas de Atenção Primária em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná - SESA, Márcia Cecília Huçulak, publicadas em jornal de grande circulação no Estado no dia 1.º de março.


De acordo com os dirigentes da SPP, a fonte de informações da gestora de saúde está distanciada da realidade prática e científica da atenção à saúde mental, pois sua posição não corresponde à análise crítica dos profissionais especializados da área. Confira a seguir a íntegra do documento.



NOTA OFICIAL



A Sociedade Paranaense de Psiquiatria vem de público manifestar seu repudio a postura da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) sobre a falta de leitos psiquiátricos no Sistema Único de Saúde (SUS).


Em reportagem veiculada no jornal Gazeta do Povo em 1.º de março de 2012, sob o título "href="http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1228779" target="_blank">Brasil perde 2 mil leitos por ano", a Superintendente de Políticas de Atenção Primária em Saúde da SESA, Márcia Cecília Huçulak, declarou que a defasagem não é preocupante, que o baixo valor da diária hospitalar paga pelo SUS é compensada por uma ajuda de custo utilizando 25% do repasse do Governo Federal e que o fato do paciente psiquiátrico ser tratado por equipe multidisciplinar permite que seja reduzida a necessidade de internamento. Sobre não existirem leitos suficientes para atender as necessidades da população e aos patamares recomendados pelas organizações de saúde, a representante do Governo do Estado afirmou não trabalhar com estes números.


Para os dirigentes da entidade representativa dos médicos psiquiatras no Estado, a assistência à população com problemas de saúde mental deve ser priorizada e não pode ser tratada de forma simplista e assistencialista. Os órgãos de Governo devem apontar soluções baseadas em estudos médicos para evitar situações extremadas, como pais que precisam amarrar seus filhos em casa para controlar surtos psicóticos ou crises de abstinência de substâncias psicoativas.


A SPP entende que a Secretaria de Saúde não pode reduzir a assistência psiquiátrica meramente à questão política, pois Programas Saúde Pública utilizados em outros países não devem ser importados para o Brasil assim como, na época do Império, patins eram importados para utilização em gelo.


A Federada da Associação Brasileira de Psiquiatria acredita que não há como esconder a barbarie que é o atendimento psiquiátrico no País e entende que a assistência à saúde da população brasileira irá melhorar quando forem propostas soluções baseadas em estudos técnico-científicos realizados em nosso País.



Fonte: href="http://www.psiquiatria-pr.org.br/v1/index.php?mod=rn&id=2580" target="_blank">SPP

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