Estiveram presentes no encontro o presidente do CRM-PR, Wilmar Mendonça Guimarães, o conselheiro José Carlos Amador, e os
conselheiros também representantes do Paraná no CFM Donizetti Giamberardino Filho e Lisete Rosa e Silva Benzoni
O I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina (ENCM) do ano de 2017, que teve início na quarta-feira (15),
em Brasília, tratou de temas como ética médica, o fim da vida e o impacto das tecnologias na prática
médica. O ENCM reúne representantes dos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRM).
As atividades começaram com a realização da I Conferência Nacional de Ética Médica
(Conem). O presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), Jairo Martinez Zapata, ressaltou, durante
a abertura, da importância de se discutir a ética médica e denunciou a precariedade da saúde pública,
que está sofrendo com a escassez de recursos. Em seguida, o presidente do CFM, Carlos Vital, explanou sobre os trabalhos
da Comissão Nacional de Revisão do Código de Ética Médica.
Desde o ano passado, foram realizadas 13 reuniões e três encontros regionais para ouvir sugestões
e debater as 1.189 propostas já apresentadas. Além da Conferência realizada nesta quarta-feira, está
prevista outra em novembro. Em 2018 será realizada a conferência que vai aprovar o texto final. “Tanto
na revisão do Código realizada em 2009, como desta fez, mantivemo-nos fiéis às diretrizes norteadoras
estabelecidas em 1988, baseadas na dignidade humana e na medicina como a arte do cuidar”, ressaltou o presidente do
CFM. Carlos Vital afirmou, ainda, que o Código de Ética é a principal resolução do CFM.
Diálogo – A Conferência começou com uma palestra do padre Aníbal
Gil Lopes, professor aposentado da faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que atualmente faz parte
do corpo docente da Unicastelo. Aníbal Lopes ressaltou que a medicina é a arte do cuidar e, como tal, vai além
de técnica.
O conferencista alertou que nenhum código irá abarcar todas as situações, mas que o
texto deve reforçar a necessidade do diálogo entre o médico e o paciente. “Temos de estabelecer
pontes usarmos a tolerância na medida correta. “É preciso saber ouvir o paciente, pois princípios
que são caros para nós podem não ser para outras culturas” defendeu. Para Aníbal Lopes,
a humanidade busca a felicidade e o médico deve ter uma conduta que proporcione este estado de espírito. O conferencista
também reforçou a necessidade de respeito às diferenças culturais.
Tecnologia – Seguindo a programação do encontro, o docente Instituto
de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, Carlos Costa Gomes, falou sobre o pós-humanismo. Segundo
o palestrante, o homem hoje está cada vez mais conectado e informatizado, o que se faz necessário um olhar mais
atento para a formação médica. “A tecnologia já está impregnada na sociedade. O médico
vive hoje numa selva informatizada, mas este deve ter sempre um papel humanista e humanizado”, observou.
A ética no mundo contemporâneo também foi abordada pelo palestrante. Para ele, a vida passa
por uma constante avaliação. “Há um mural de incertezas onde tudo é relativo. A ética
agora, contrariamente, é baseada nas decisões individuais. O homem desde sua origem conseguiu se adaptar e distinguir
o que era bom do mal. O futuro nos reserva o homem informatizado, mas vejo esse homem do futuro com esperança”,
concluiu Gomes.
O I ENCM 2017 também contou com as palestras “Avanços nas Discussões sobre O Fim
de Vida” e “O Impacto das Tecnologias de Comunicação na Prática Médica”, além
da apresentação das contas do CFM 2016. Também foi debatido o tema “Fator de Qualidade para o Setor
de Saúde Suplementar” e apresentado o Relatório da Comissão de Assuntos Políticos do CFM
(CAP). Hoje pela manhã também foi apresentado um plano de ação para abordar o bornout entre os
médicos.
Fonte: CFM