25/02/2021

Reunião na Sociedade Médica de Maringá aponta para situação dramática da rede de saúde

Entre os participaram do encontro na noite desta quarta-feira, 24, estavam o prefeito Ulisses Maia e o vice, Edson Scabora, além de representantes de hospitais, planos de saúde, CRM-PR, OAB, Associação Comercial, Codem e Sinepe

A Sociedade Médica de Maringá (SMM) promoveu uma reunião, com participação do prefeito Ulisses Maia e do vice, Edson Scabora, e diversos secretários municipais nesta quarta-feira, 24, à noite. Estiveram presentes, além de médicos associados, representantes de hospitais, planos de saúde, Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), OAB, Associação Comercial, Codem e Sinepe.

clique para ampliarclique para ampliarReunião ocorreu na noite de quarta-feira, 24, na Sociedade Médica de Maringá (Foto: Mileny Melo/PMM)
Lucas Eduardo Savóia de Oliveira, presidente da SMM, lembrou que a pandemia de coronavírus atingiu níveis críticos. Ele elogiou o recente decreto da Prefeitura para diminuir a aglomeração de pessoas. “Vemos que muitos jovens não entenderam a gravidade da situação. Nossa preocupação é chegar a um ponto em que não consigamos prestar serviços com qualidade. Estamos quase entrando em colapso e os profissionais da saúde estão no limite de sua capacidade”, explicou. 

A superintendente do Hospital Universitário, Elisabete Kobayashi, lembrou que a taxa de ocupação da instituição está em 100%, enfermaria e UTI. “Temos 50 pacientes na fila de internação. Aqueles que são internados permanecem de 1 a 2 meses e muitos, normalmente, vão a óbito. De 50 pacientes dia, passamos a atender 200. É fundamental diminuir a transmissibilidade do vírus”, alertou.

Kobayashi também frisou que é preciso tirar as pessoas das ruas para diminuir a incidência de acidentes. “Nosso centro cirúrgico continua atendendo ocorrências. Foram 16 cirurgias em 2 dias”. Relatos de dirigentes da Unimed apontam que houve dia em que a instituição recebeu oito pacientes com Covid e não havia vagas em hospitais. 

Durval Francisco do Santos Filho, presidente da Unimed, disse que a situação está um caos. “O pessoal da linha de frente está estressado. A vacina deu uma aliviada, mas os cuidados não acabam. Existe o medo do desconhecido. Atendemos 800 pacientes por mês. Hoje, maioria é Covid e com virulência agressiva. As festas continuam e é preciso conter isso. As pessoas estão angustiadas. Vai morrer gente em pronto atendimento, em casa, no carro”, previu.

O prefeito Ulisses Maia disse que o decreto da Prefeitura é um dos mais rigorosos do país no momento e que o mesmo foi feito para diminuir os índices de transmissibilidade da doença. Para os médicos, o lockdown seria o ideal, mas eles compreendem que é a última medida a ser tomada, como frisou o diretor da Unimed, Reynaldo Brovini. “É a medida mais eficaz, mas sabemos que é drástica e deve ser tomada somente se nos próximos dias o quadro não melhorar”.

O presidente da Acim, Michel Soares, mostrou-se contra a eficácia do lockdown em Maringá e defendeu fiscalização rigorosa. “Não adianta fechar se as cidades da região ficarem com as portas abertas. Vamos contribuir reativando uma campanha de conscientização das pessoas”.

Representando o CRM-PR, o conselheiro Márcio de Carvalho, a diretora da Representação Regional em Maringá, Fabíola Menegoti Tasca, e o representante Kazumichi Koga endossaram as medidas adotadas pelo município. O conselheiro Márcio de Carvalho chamou a atenção para a relevância da autonomia do médico na prescrição das terapêuticas para os pacientes com Covid-19. Já a diretora Fabíola Tasca solicitou a otimização da vacinação dos profissionais da saúde, reforçando ainda a necessidade de conscientização da sociedade em relação aos cuidados básicos de prevenção.

Por fim, a diretora também destacou a necessidade de que os decretos municipais sejam mais claros no que se refere à atividade médica e observem o horário de atendimento dos consultórios, tendo em vista que muitas especialidades atendem urgência após as 18 horas, o que diminui o fluxo de pacientes nos hospitais, que já estão sobrecarregados.

Diante da situação, os médicos presentes frisaram a importância da proibição da venda de bebidas. Segundo eles, o álcool deixa as pessoas mais à vontade para desrespeitar as regras básicas do controle da pandemia e ainda aumenta o número de acidentes. Ao final do encontro, a Sociedade Médica promoveu uma votação e os presentes ratificaram que é preciso adotar a lei seca. O prefeito Ulisses Maia disse que a equipe da Prefeitura vai se reunir nesta quinta-feira pela manhã para definir esta questão. Outro compromisso de Ulisses Maia foi de analisar a possibilidade de a Prefeitura realizar testes de Covid.

Os médicos solicitaram que a ACIM e outras instituições do meio empresarial incentivem o home office nos próximos dias, também como alternativa para evitar a transmissibilidade do vírus. As instituições presentes se comprometeram em usar todos os meios para dar capilaridade  a campanhas de conscientização da população. Estiveram presentes os secretários Marcelo Puzzi e Marcos Cordiolli.

Bares, restaurantes e eventos

Também na quarta-feira, à tarde, a Prefeitura recebeu uma comissão de empresários dos setores de eventos, bares e restaurantes. Eles falaram sobre a situação difícil em que se encontram. Disseram não ser contra medidas restritivas, pois entendem a gravidade da pandemia. E solicitaram relaxamento do decreto em alguns pontos e pediram apoio da Prefeitura para manter suas empresas e empregos.

A Prefeitura ficou de analisar alguns pedidos pontuais dos empresários. O vice-prefeito, Edson Scabora, lembrou que a prefeitura doou 30 mil cestas básicas durante a pandemia, grande parte direcionada ao setor de eventos; disse que cerca de R$ 3 milhões devolvidos pela Câmara Municipal também foram utilizados para apoio das empresas a juro zero e que a prefeitura ainda conseguiu uma linha de crédito de até R$ 15 mil via fundo garantidor. “Nosso setor jurídico está analisando outras medidas de apoio. Precisamos respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e ao mesmo tempo encontrar mecanismos legais de apoio ao setor”.

Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá, com informações do CRM-PR

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