15/09/2017
Tradicional evento dos conselhos reúne seus dirigentes para analisar assuntos que constituem desafios para o exercício profissional e para a assistência em saúde no País
Respeito à diversidade de gênero e Núcleo de Segurança do Paciente foram os dois temas da pauta
desta quinta-feira (14) do II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina do Ano de 2017 (II ENCM 2017), tradicional evento
dos conselhos que reúne seus dirigentes para analisar temas que constituem desafios para o exercício profissional
e para a assistência em saúde no País.
Nas primeiras discussões do dia, sobre diversidade
de gênero, especialistas como os psiquiatras Alexandre Saadeh e Leonardo Sérvio Luz, e o ginecologista e obstetra
Antônio Celso Koehler Ayub falaram sobre conceitos envolvendo a transexualidade, trabalhos epidemiológicos, diagnóstico,
Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e perspectivas em relação à CID-11,
o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), tratamentos, prognóstico e a importância
da atuação dos médicos e de instituições como o CFM nesse campo.
Na parte da tarde,
os conselheiros do CFM, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti (3º vice-presidente) e Donizetti Giamberardino, além
do membro da Câmara Técnica de Segurança do Paciente do CFM, João de Lucena Gonçalves, falaram
sobre Núcleo de Segurança do Paciente (NPS).
O NSP, previsto na RDC n° 36/2013 é “a
instância do serviço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de ações
voltadas à segurança do paciente”. Os palestrantes abordaram aspectos como a importância de uma
cultura de segurança com criação de orientações, adesão a protocolos, comparação
de indicadores e notificação de eventos adversos. A esse respeito, Giamberardino apresentou sua experiência
positiva como diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba (PR), que tem uma média de 1.909
internações/mês e implantou o NPS em 2013. “É necessário identificar falhas, mensurá-las
e analisá-las criticamente”, disse.
Para João de Lucena Gonçalves, “uma cultura de
segurança gera transparência em todos os níveis e situações, evita o desperdício
de insumos, equipamentos e serviços, gera interação entre equipes de saúde, melhora a segurança
do paciente e dos profissionais de saúde, entre uma série de benefícios. Com ela, consigo um sistema
de alta confiabilidade com baixos níveis de efeitos adversos”.
Em sua apresentação, Emmanuel
Fortes lembrou que é um desafio, no Brasil, o desenvolvimento de uma cultura de segurança quando não
há infraestrutura mínima nos hospitais. “O maior dilema são os ambientes médicos sucateados,
desabastecidos, sem condições materiais e pessoais para a segurança do ato médico e com um sistema
anárquico de trabalho, sem respeito a hierarquias e competências. Não seria mais adequado estarmos falando
de condições mínimas de trabalho?”, questionou.
Programação
O II ENCM 2017 segue até amanhã, quando está programado um painel político com a participação
do ministro Osmar Terra e da senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS).
Outra atividade que consta na programação
é a apresentação sobre a atuação da Comissão de Assuntos Políticos no Congresso
Nacional. A comissão faz acompanhamento regular de Projetos de Lei que tocam mais de perto o médico e o seu
paciente junto aos seus relatores em ambas as casas do parlamento brasileiro.
Fonte: CFM