03/08/2016

Representante do Vaticano enaltece luta do CFM pelas crianças desaparecidas

Regional do Paraná apoia ativamente a campanha, levando conscientização à população e aos médicos

O oficial da Secretaria de Estado da Santa Sé Apostólica – equivalente ao Ministério do Exterior da Cidade do Vaticano –, monsenhor Osvaldo Neves de Almeida, participou nesta quinta-feira (21) da sessão Plenária do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em visita ao Brasil, o emissário do Papa Francisco parabenizou a iniciativa do Conselho, que, por meio de sua Comissão de Ações Sociais, tem mobilizado toda a sociedade brasileira em torno do desaparecimento de crianças e adolescentes.

Ao agradecer pela recepção, o sacerdote se colocou à disposição da autarquia para identificar possíveis caminhos internacionais que levem essa preocupação até as Nações Unidas (ONU). “Acredito que a ONU facilmente poderia criar um protocolo específico anexo às Convenções de Direitos Humanos com destaque há medidas que ajudariam reduzir a incidência de desaparecimentos de crianças e adolescentes”, disse Osvaldo Neves.

A articulação para a visita do religioso ao CFM ocorreu durante um encontro realizado em junho, no Vaticano, entre conselheiros federais e o Papa Francisco. Na ocasião, o conselheiro pelo Rio Grande do Norte e também vice-presidente da Confederação Médica Latino-Iberoamericana e do Caribe (Confemel), Jeancarlo Cavalcante, ressaltou que “a aproximação do Vaticano é importante para ampliar programas e fronteiras que privilegiem o compartilhamento de informações e enriquecem o exercício da medicina”.

Além do representante potiguar, também estiveram presentes no encontro com o pontífice os conselheiros Cláudio Franzen (RS) e Aldemir Soares (AMB), além do membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva.

clique para ampliar>clique para ampliarAção do CRM-PR em 2015 reuniu médicos, voluntários e a população em Curitiba. (Foto: CRM-PR)

Campanha Nacional

“Só no Brasil, são 50 mil registros de crianças e adolescentes desaparecidos. Este problema deve ser entendido como prioridade não apenas pelas famílias que vivem este drama, mas por todos”, explicou Carlos Vital, presidente do CFM. Por isso, desde 2011 o CFM, em parceria com outras importantes instituições, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a International Association of Medical Regulatory Authorities (IAMRA) e a Confederação Médica Latino-Iberoamericana e do Caribe (Confemel), tem buscado estimular o debate para a criação de políticas públicas que tratem dessa questão. 

De acordo com o integrante da Comissão de Ações do CFM, Ricardo Paiva, algumas medidas simples, que já estão sendo apresentadas aos representantes das Nações Unidas, permitiriam à sociedade avançar no combate a esta mazela. “Um exemplo seria a garantia de que todo recém-nascido tivesse sua certidão de nascimento expedida na própria maternidade e, aos dois anos, seu registro de identidade expedido nos postos de vacinação. Para auxiliar na busca, a numeração destas Carteiras de Identidade deveria ter caráter nacional, nos diversos países”.

Durante o encontro na sede do CFM, o monsenhor também apresentou aos conselheiros federais uma reflexão baseada na Encíclica Laudato Si, uma espécie de carta circular para toda Igreja Católica, na qual o Papa faz um alerta para o uso e abuso irresponsável dos bens naturais, com ênfase em seu impacto sobre os mais pobres. Ele ressaltou a importância do documento para uma mudança de comportamento do ser humano na relação com o dinheiro e com as novas tecnologias.

Fonte: CFM

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