10/07/2009
Relatora do projeto do salário mínino do médico vai emitir parecer favorável à proposta
A deputada Sandra Rosado (PSB/RN), relatora na Comissão de Constituição e Justiça do Projeto de Lei 3734/08, que fixa o salário
mínimo profissional de médicos e odontólogos em R$ 7 mil, vai emitir parecer favorável à proposta. "Vamos apresentar um relatório
que aprova o projeto", garantiu a parlamentar durante reunião com representantes das entidades que congregam as duas categorias,
realizada nesta quarta-feira (8/07), na Câmara dos Deputados. Ela pediu ainda que os médicos e odontólogos se mobilizem pela
aprovação do projeto. No encontro, o presidente da FENAM, Paulo de Argollo Mendes, disse à Sandra Rosado que a proposta é
muito importante, porque estabelece parâmetros para a contratação dos médicos.
Sandra Rosado afirmou que seu parecer será dado após o recesso parlamentar - que começa no dia 17 de julho e vai até a
primeira semana de agosto - e que o momento agora é de mobilização. "Nós vamos apresentar um relatório que aprova o projeto,
que é de origem do deputado Ribamar Alves, com o substitutivo do deputado Mauro Nazif. O que queremos, a partir de agora,
é uma mobilização para que os membros da CCCJ tenham o respaldo também desses grandes apoiadores, que são os médicos e os
dentistas do nosso pais", assinalou.
Durante a reunião, o presidente da FENAM, Paulo de Argollo Mendes, agradeceu a deputada pelo apoio e disse que o projeto
é importante, pois estabelece parâmetros para a contratação dos profissionais médicos. "Conseguiu-se fazer tal desordem, que
temos quem ofereça 600 reais, por 4 horas. Não há parâmetros, se perdeu o norte. Acho que talvez a maior virtude desse projeto
seja estipular um norte, que diga: 'Olha, o parâmetro é esse'. Talvez a União, o Estado não queira pagar isso agora, mas quem
sabe no futuro?", acentuou Argollo.
Emendas
Amparada por sua consultora legislativa, Beatriz Resende, Sandra Rosado explicou que a Comissão de Constituição, Justiça
e Cidadania (CCJC) tem função de julgar apenas a constitucionalidade dos projetos. Assim, a deputada não tem competência para
se manifestar quanto ao mérito do PL, uma vez que isso foi feito pelas outras comissões. Segundo a consultora, isso significa
que a emenda proposta pelo deputado José Linhares (PP-CE) será rejeitada. Linhares propôs que o piso salarial passasse a valer
de acordo com as convenções coletivas de trabalho. "A CCJ não pode se manifestar quanto ao mérito do projeto e a emenda é
de mérito, logo, não compete a deputada analisá-la," explicou Beatriz Resende.
A relatora do projeto na CCJ lembrou que quanto menos o projeto for alterado, com emendas, por exemplo, mais rápida será
sua chance de ser aprovado.
Mobilização
Todos os participantes da reunião agradeceram a deputada pelo apoio e pela recusa à emenda proposta. Os dirigentes das
entidades médicas e de odontólogos decidiram aproveitar o recesso parlamentar que se inicia em 17 de julho, para mobilizar
parlamentares e líderes dos partidos pela aprovação do projeto.
Sandra Rosado enfatizou que é importante a participação de todos na mobilização. "Enviem e-mails para os parlamentares
e peçam apoio nesta questão", recomendou. O representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Wirlande Santos da Luz, disse
que a Comissão de Assuntos Jurídicos, composta por membros da FENAM, Associação Médica Brasileira (AMB) e do CFM, vai se empenhar
para alcançar esse objetivo. "A Comissão de Assuntos Jurídicos vai falar com cada deputado com o objetivo de buscar apoio
na aprovação desse projeto", assegurou Wirlande.
O presidente da FENAM, também pediu o apoio dos médicos para mobilizar os parlamentares. "Penso que agora a tarefa das
entidades médicas é se comunicar com os médicos para que eles pressionem os deputados. Acho que o deputado Eleuses pode ter
um papel muito importante neste trabalho", ressaltou Paulo Argollo, ao se referir ao deputado Eleuses Paiva (DEM/SP), que
é médico e já presidiu a AMB.
Só para o setor privado
O PL 3734/08, que fixa o salário mínimo profissional de médicos e odontólogos em R$ 7 mil por mês para uma carga de 20h
semanais, é apenas para o setor privado. Isso porque só quem pode legislar e criar projetos no setor público é o Poder Executivo,
ou seja, o presidente da República. A Câmara e o Senado, como parte do Poder Legislativo, não tem competência para legislar
sobre alterações de salário no setor público.
Fonte:Fenam