06/05/2022

Referência em qualidade de vida, Maringá comemora 75 anos com mais de 2,5 mil médicos ativos

Com mais de 400 mil habitantes, a cidade que leva o nome inspirado na canção do médico Joubert de Carvalho abriga terceiro maior quantitativo de profissionais no Estado, sendo ainda sede de três escolas médicas

Considerada uma das melhores cidades do Estado para se viver, com elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a cidade de Maringá completa 75 anos de história nesta terça-feira, 10 de maio, sendo base para a terceira maior população do Paraná e do terceiro maior contingente de médicos inscritos, com total de 2.509 profissionais atualmente ativos, além de ser um dos principais polos formadores do País. Ao longo desses três quartos de século, a Cidade Canção foi palco de constante e rápido desenvolvimento, tendo recebido a contribuição de muitos médicos pioneiros na construção de sua história.

Entre eles, destacam-se o Dr. Lafayette da Costa Tourinho, considerado o primeiro médico da cidade, fundador do Hospital Santa Cruz e primeiro presidente da Sociedade Médica de Maringá; o Dr. José Gerardo Braga (Hospital e Maternidade Maringá); e os Drs. Gallileu Pasquinelli Filho e Waldemar Prandi (Hospital São José). Na política, ocuparam o cargo de prefeito do município os médicos Said Felício Ferreira (1983-1988 e 1993-1996) e Luiz Moreira de Carvalho (1965 a 1968). O atual prefeito é o advogado Ulisses Maia, reeleito pelo PSD para o período de 2021 a 2024. Irmão do prefeito, o Dr. Georges José Maia Kotsifas (CRM-PR 15.138), é especialista em Nutrologia e atua na cidade. Faz parte do grupo de vereadores da atual legislatura o médico Manoel Alvares Sobrinho (9.732), enquanto outro médico da cidade, Manoel Batista da Silva Junior, o Dr. Batista (9.894), é deputado estadual e preside a Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa.

clique para ampliarclique para ampliarVista geral da cidade, tendo em destaque a Catedral, seu cartão postal. (Foto: Arquivo)

Na passagem dessa importante data, o Conselho de Medicina do Paraná congratula todos os gestores e servidores públicos, assim como os cidadãos maringaenses e, em especial, os profissionais de Medicina e demais áreas de saúde que contribuem diariamente para o desenvolvimento do município e região. Importante destacar a inestimável contribuição desses profissionais ao longo da pandemia pela Covid-19. De acordo com as estimativas oficiais da Secretaria de Saúde do Estado (SESA), já foram confirmados mais de 123 mil casos da doença desde o início da pandemia, com pelo menos 1.744 mortes.

Alguns dos óbitos por causa da doença foram de médicos com atuação em Maringá ou que faleceu em hospital da cidade. A primeira morte de médico na cidade foi a do Dr. Jorge Karigyo (CRM-PR 13.729), em 8 de julho de 2020, que se constituiu na quinta no Estado. Depois dele, dentre outras, ocorreram as dos Drs. Ary Jacomossi (CRM-PR 28.770), em 13 de julho; do neurocirurgião Lucas Pires Augusto (CRM-PR 28.770), dia 9 de agosto; e Cleusa Ema Quilici Belczak (CRM-PR 4.356), em 30 de outubro de 2020, deixando viúvo o pneumologista Valdemar de Lima e os filhos médicos Sérgio Quilici Belczak e Rafael Belczak. Em 27 de julho do ano passado faleceu vítima da doença o cirurgião pediátrico Dagmar Roque Sotier (CRM-PR 6.162). As condolências da classe médica aos familiares e amigos dos maringaenses que fazem parte desta triste estatística.

clique para ampliarclique para ampliarNo sentido horário, foto aérea da cidade nos anos 1970, Dr. Borba Côrtes, Drs. Laffayette Tourinho e Mitzy Villanova, Dr. Gerardo defronte seu hospital, Casa de Saúde Maringá (1948), Dr. Gallileu em seu consultório e fachada do Hospital São José. (Foto: Arquivo/montagem)

Primeiros registros no CRM-PR

A médica Mitzy Villanova Menon e seu marido Robinson Menon foram os primeiros profissionais a se registrarem no CRM-PR indicando o domicílio de Maringá. Receberam os número 390 e 389, respectivamente. Foi em 28 de agosto de 1958. Nascida em Teixeira Soares (PR), a Dra. Mitzy era filha de Innocente Villanova Junior, primeiro prefeito de Maringá (1952-1956), irmã da pediatra Thelma Villanova Kasprowicz e mãe da médica pneumologista Liliane Villanova Menon e da engenheira Nara Villanova Menon. Em 1967, ela se tornou a primeira presidente da Sociedade Médica de Maringá, cargo que já havia sido ocupado duas vezes pelo marido, o cirurgião Robinson Menon (1963-1964). Foi uma das anestesiologistas pioneiras maringaenses, ao lado das Dras. Nilda Nishimura Satake e Sandra Leila Mady Cury. Ela faleceu em abril de 2011 em Maringá, logo após ter completado 82 anos de idade e hoje nomeia uma via pública no bairro Vila Nova. O Dr. Robinson, natural de São Paulo e formado em 1952 pela UFPR, foi diretor clínico da Santa Casa por mais de 25 anos, tendo dedicado toda a sua carreira profissional na instituição e também como servidor estadual na saúde. Ele também nomeia logradouro público da cidade.

Depois dos Drs. Robinson e Mitzy Villanova Menon, os registros seguintes entre o segundo semestre de 1958 e o início da segunda metade dos anos 1960 foram os dos Drs. José Haddad (510), Maurilio de Oliveira (657), Frederico Chalbaud Biscaia (662), Sebastião Rodrigues Pimentel (705), Luiz Moreira de Carvalho (708), José Gerardo Braga (709), Leandro Lobão Luz (711), Ricardo Plepis (712), Benedito Furquim (713), Augusto Pinto Pereira (714), Michel Felippe (715), Paulo Jacomini (716), Carlos Antonio Asinelli (722), Fabio Junqueira Villela Pedras (723), Hélenton Borba Cortes (724), Gallileu Pasquinelli Filho (726), Benedicto Ogava (747), Aloysio de Lima Bastos (841), Sylvio Bonoldi (842), Durval de Oliveira Cabral (903), Isola Valderez Silva Araújo (926), Francisco Alexandre de Araújo (927), Iorfinda Mora de Melo (941), Francisco Caponi de Melo (942), Ruy Ferreira (946), Said Felício Ferreira (948), Walter Álvaro da Silva (988), Adir Carlos Crespo (991) e Antonio Godinho Machado (992).

E ainda, os Drs. Pedro Bochnia (1.038), Arnor Silvestre Vieira Junior (1.050), Thelma Villanova Kasprowicz (1.051), Marcelo Infante Vieira (1.053), Alipio Miguel Jayme, (1.055), Arilio Sérgio Machado Soares (1.056), William Watfe (1.057), Walter Ferreira (1.058), Antonio Henrique (1.097), Elidir D'Oliveira (1.112), Antonio Mestriner (1.129), Roberto Feres (1.133), Adherbal Bazanella (1.187), Alfredo Garcia (1.192), Jurema Jorge Georgi (1.202), Itizo Nishimura (1.242), Gabriel (Marcelo B. Junqueira 1.280), Sérgio Doveinis (1.339), Fred José Poralla (1.347), Claudio Sandri (1.439), Nilda Tsuneko Nishimura Satake (1.445), Masaiti Satake (1.554), Alber de Brito (1.807), Hiran Mora Castilho (1.808), Onofre Pereira de Mendonça (1958), José Mario Hauari (2.006), Antonio Carlos Sanseverino (2.046), Mário Lins Peixoto (2.181), Kemel Jorge Chammas (2.278) e Airton Marques Pacheco (2.436).

clique para ampliarclique para ampliarInauguração do Hospital Santa Cruz, o primeiro, em 1944. (Foto: Arquivo)

Pioneiros e os hospitais

Desde a fundação da cidade, muitos médicos ocuparam posição de destaque na sociedade maringaense, atuando fortemente no desenvolvimento social e na promoção da saúde pública. Entre eles, destacam-se o Dr. Lafayette da Costa Tourinho, considerado o primeiro médico de Maringá, fundador do Hospital Santa Cruz no ano de 1944 e também primeiro presidente da Sociedade Médica de Maringá, em 1949, ao lado dos sócios fundadores Drs. José Gerardo Braga (fundador do Hospital e Maternidade Maringá e presidente da Sociedade Médica de 1952 a 1953), Gallileu Pasquinelli Filho e Waldemar Prandi (Hospital São José), José Mauro Hauari e Ivaldo Borges Horta.

Nascido e formado na Bahia, o Dr. Lafayette atuou em seu estado e ainda Sergipe, Paraíba e Minas Gerais, antes de se estabelecer no Paraná, seguindo convite do irmão, Mário, que primeiro chegou em Londrina e, em seguida, foi para Cambé. No início dos anos 1940 ele chegou ao distrito que se tornaria Maringá. O médico teve importante papel no desenvolvimento da região. Faleceu em 7 de maio de 1964 e, um ano depois, a Rua Jumbo, onde havia construído o hospital, ganhou o seu nome. Ele não chegou a fazer registro no CRM-PR, assim como alguns outros que chegaram à cidade em seus primórdios.

O Hospital São Paulo, fundado entre os anos de 1946 e 1947, era de propriedade do Dr. Augusto Pinto Pereira, formado pela USP em 1946, e consta como a segunda instituição hospitalar de Maringá. Logo depois, em 12 de abril de 1948, foi inaugurada a Casa de Saúde e Maternidade Maringá, empreendimento dos Drs. José Gerardo Braga, formado pela Federal do Rio de Janeiro em 1933, e Manoel Neto Leite. Era toda de madeira, à exceção de uma sala de cirurgia, em alvenaria. Passaria pela primeira grande reforma em 1954 e a partir de 1967 novas equipes médicas entraram para a sociedade. Mineiro, o Dr. Gerardo formou-se em 1933 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e veio ao Paraná a convite dos Drs. Vicente Andrade e Altino Peluzo, que pretendiam abrir hospital em Rolândia. Em 1946, a caminho de Rolândia, conheceu a jovem” Maringá, na época ainda distrito de Apucarana. Mudou os planos e decidiu que queria cumprir a sua missão de ajuda aos necessitados numa região que iniciava sua expansão. Iniciou os trabalhos médicos no próprio hospital onde morava, o Campestre, tendo importante atuação no combate à meningite e disenteria bacilar. Dr. Gerardo, que chegou a ser candidato a prefeito de Maringá, faleceu em janeiro de 1976 e hoje nomeia colégio estadual da cidade.

O Hospital e Maternidade São José surgiria quase na mesma época e foi o primeiro a dispor de aparelho de raio-x. Foi fundado pelos médicos e colegas de turma Gallileu Pasquinelli Filho e Waldemar Prandi. Este, na sequência, sairia da composição acionária para ser sócio do Dr. Manoel Neto Leite. O Dr. Gallileu havia chegado em Maringá na segunda metade dos anos 1940, logo depois de se formar em Medicina na capital paulista. Faleceu em agosto de 2016, aos 91 anos. O Dr. Waldemar ficou afamado não apenas por sua competência médica, mas também por suas habilidades artísticas. Como escultor, fez várias obras na cidade, onde ficou por sete anos até se mudar para Califórnia (EUA), para se especializar em cirurgia plástica. Faleceu antes de ver o filho mais velho também se tornar médico (hoje atua em São Paulo).

clique para ampliarclique para ampliarHospital Santa Lúcia, na década de 1960. (Foto: Arquivo)

O Hospital e Maternidade Santa Lúcia foi outro dos primeiros serviços de saúde a funcionar em Maringá. Localizado na Avenida Paraná, foi adquirido em fevereiro de 1953 pelo Dr. Michel Felippe, recém-chegado à cidade, e que mais tarde teria como um dos sócios o Dr. William Watfe. Por mais de década e meia contou com uma das maiores clínicas cirúrgicas da região. Hoje, é ocupado pelo Hospital Memorial Uningá, da universidade. Nascido em São Paulo (SP) em outubro de 1923, o Dr. Michel formou-se em Medicina em 1950, pela então Faculdade Nacional de Medicina na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Fez residência na Santa Casa do Rio e cursou especialização em cirurgia plástica geral e reparatória com o professor Ivo Pitanguy. Radicado em Maringá, teve atuação marcante no desenvolvimento da região, atuando não apenas como médico, mas também como empresário e liderança política, embora não tenha se candidatado a cargo eletivo. Foi sócio-fundador do Country Club e fundador da ANPR, além de diretor-presidente da Somaco, revendedora Volkswagen. Faleceu em 2007, aos 80 anos.

A Santa Casa surgiria em 1954, sob articulação do padre João Jansen (Maringá) e de Dom Geraldo de Proença Sigaud (Jacarezinho), este convidando cinco integrantes da Congregação dos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, da Alemanha, para se radicarem na cidade do interior para ajudar na atenção à saúde dos trabalhadores rurais.

O Hospital Santa Rita foi fundado em 1959 pelo casal de médicos Iorfinda Mora de Melo e Francisco Caponi de Melo, formados em 1948 pela UFPR e que tinham iniciado as atividades na cidade de Marialva. Depois, passou a fazer parte da sociedade o irmão da Dra. Iorfinda, o Dr. Hiran Mora Castilho, formado pela mesma UFPR em 1957. Um dos médicos pioneiros da radiologia em Maringá, o Dr. Frederico Chalbaud Biscaia, atuou no Santa Rita grande parte de sua vida profissional. Descendente de tradicional família de Curitiba, onde nasceu, o Dr. Frederico formou-se em 1947 pela UFPR e chegou no início dos anos 1950 em Maringá, onde foi um dos fundadores da primeira loja maçônica e que hoje tem o seu nome. Um filho é médico e atua em Maringá.

Entre os médicos empreendedores de Maringá no início do desenvolvimento da cidade constam o Dr. Onofre Pereira de Mendonça, que depois de alguns anos de atividades em São Paulo fundou o hoje denominado Hospital Psiquiátrico Maringá e que comemora 60 anos; e os Drs. Maurílio de Oliveira e Itizo Nishimura, que ainda no começo dos anos 1960 deram impulso ao Hospital e Pronto-Socorro Infantil São Lucas, que teria as atividades encerradas em 1992 e hoje tem o prédio como Secretaria Municipal de Saúde. O Hospital e Maternidade São Marcos foi fundado em 21 de setembro de 1962, sob a liderança do Dr. Said Ferreira.

clique para ampliarclique para ampliarRecepção aos novos médicos na sede da Regional (destaque); Dra. Thelma; Dra. Fabíola, diretora do CRM em Maringá, com os conselheiros Marcio de Carvalho, Thadeu Breny F° e Katia Nakamura e novos colegas; Drs. Hiran Castilho e Fabio Junqueira; e família Yamaguchi. (Foto: Arquivo)

Outros expoentes

Dentre outros destacados expoentes da Medicina em Maringá, ao longo dessa trajetória de 75 anos, constam os Drs. Leandro Lobão Luz, Hélenton Borba Côrtes, Frederico Chalbaud Biscaia, Thelma Villanova Kasprowicz, Mário Massaru Miyazato, Minao Okawa, Augusto Pinto Moreira e José Haddad, este formado em 1956 pela UFPR e que descende de tradicional família pioneira da cidade. Todos são falecidos.

O Dr. Leandro nasceu em 1921, em Salvador, e se formou pela Federal da Bahia em 1946. Quatro anos depois desembarcava em Maringá, atraído pelas propagandas da companhia que explorava as terras. Trabalhou intensamente para melhorar as condições de saúde da população, ao lado de colegas como os Drs. Laffayete Tourinho e José Gerardo Braga. Faleceu em dezembro de 2016. Um de seus filhos é cardiologista no Rio de Janeiro.

O Dr. Hélenton teve destacado papel não apenas na Medicina como na cultura maringaense e desenvolvimento social. Nascido em Curitiba, em 1920, era irmão do também médico e professor Atlântido Borba Côrtes e do advogado e ex-deputado federal Divonzir Borba Côrtes, um dos fundadores da Faculdade de Direito de Curitiba. Formado em 1946 pela Universidade do Paraná, chegou em Maringá em 7 de abril de 1951, instalando o Posto de Higiene e tendo destacada atuação para se criar o Centro de Saúde de Maringá. Chegou a assumir mandato legislativo e foi Secretário de Educação, Saúde e Assistência Social de Maringá. Faleceu em 8 de fevereiro de 1988.

A Dra. Thelma Villanova Kasprowicz era irmã da Dra. Mitzy Villanova Menon, a primeira médica registrada no CRM-PR com a indicação de residência em Maringá. Nascida em maio de 1930, chegou na Cidade Canção no final dos anos 1950. Especialista em pediatria, atuou por cinco décadas na Santa Casa de Maringá. Hoje, o Hospital Municipal de Maringá leva o seu nome. Ela faleceu em novembro de 2012, aos 82 anos. Era casada com o descendente de poloneses Luty Kasprowicz, que assina projeto arquitetônico de diversos prédios maringaenses, como o da Biblioteca Munhoz da Rocha Neto.

Dos médicos pioneiros e que continuam presentes no cotidiano maringaense estão o cardiologista Mário Lins Peixoto (CRM-PR 2.181); o anestesiologista Fabio Junqueira Villela Pedras (CRM-PR 723) e o ortopedista e traumatologista Hiran Mora Castilho (CRM-PR 1.808), fundador do Hospital Santa Rita. Atualmente nonagenários, os três receberam em 2016 homenagem especial na regional de Maringá do CRM-PR, ao completarem 60 anos de formados (leia mais AQUI).

Dos médicos homenageados pelo CRM-PR em 2021, que receberam o Diploma de Mérito Ético-Profissional pelos 50 anos de formados, sete eram de Maringá: os Drs. Francisco Coimbra, Eneida Machado, Euclides Manzotti, Casuco Hasegawa Yamaguchi, Georgete Machado Pereira, Nelson Bagatin e Rachid Remaile Neto. A Dra. Casuco é casada com o cirurgião geral Hiromi Yamaguchi, que já havia recebido a homenagem em 2018, e tem três filhos médicos. Confira mais AQUI.

Trajetória política

Também na história política do município os profissionais da Medicina tiveram espaço de destaque, como o médico Said Felício Ferreira (CRM-PR 948), prefeito de Maringá por dois mandatos (1983-1988 e 1993-1996), e Luiz Moreira de Carvalho (CRM-PR 708), gestor do município de 1965 a 1968.

clique para ampliarclique para ampliarInauguração do busto do ex-prefeito, com presença da viúva, D. Irma, que faleceu em abril. (Foto: Arquivo)

Natural de Dois Córregos (SP), o Dr. Said Ferreira formou-se em Medicina pela UFPR em 1957, logo seguindo para o interior do Estado. Atuou primeiro em Atalaia e depois, na década de 1960, radicou-se em Maringá, onde fundou o Hospital e Maternidade São Marcos. Concorreu a vereador e prefeito, antes da eleição de 1982, em que conseguiu a indicação para o cargo no executivo, feito repetido no pleito de 1992, para assumir no ano seguinte. Ainda foi deputado estadual entre 1991 e 1992. Faleceu em julho de 2010, aos 76 anos. Seu histórico inclui a passagem como presidente da Sociedade Médica de Maringá, a contribuição para implantação dos cursos de Medicina e Odontologia na Universidade Estadual de Maringá e a ampliação do Hospital Universitário. Há dois anos, a administração municipal homenageou o político e médico com a nomeação do Terminal Urbano Intermodal. Na inauguração do busto reverenciando o Dr. Said, compareceu a esposa Irma, que o acompanhou em toda sua trajetória. D. Irma faleceu há apenas um mês.

Natural de Divisa Nova (MG), em 1923, Luiz Moreira de Carvalho mudou-se para Curitiba na juventude, para cursar Medicina. Conheceu Cambé durante período de estágio e decidiu trabalhar como médico em uma grande serraria em Metelândia, tão logo se formou em 1948. Chegou em Maringá já no ano seguinte, tendo instalado consultório no “Maringá Velho”, tendo o Hospital São Paulo como referência para internar seus pacientes. Ajudou na organização da Sociedade Médica e candidatou-se a vereador pela primeira vez em 1952, mas só na eleição seguinte seria eleito. Cumpriu mandato até 1960, quando foi reeleito, sendo presidente da Câmara por dois anos. Em 1964, como sucessor de João Paulino Vieira Filho, tornou-se o quarto prefeito de Maringá. Viria a falecer em setembro de 1994.

clique para ampliarclique para ampliarDr. Luiz de Carvalho, um dos médicos que foi prefeito. (Foto: Arquivo)

Cidade Ecológica

Com elevado porcentual de área verde, Maringá é conhecida também como Cidade Ecológica ou Cidade Verde. A despeito do rápido crescimento econômico que viveu desde sua fundação, a cidade foi planejada de forma a abrigar avenidas largas e ampla arborização. São 13 reservas florestais, totalizando 1,4 mil quilômetros quadrados de área protegida. Além disso, as 105 praças e mais de 160 mil árvores garantem um índice de cerca de 26 metros quadrados de área verde por habitante. Um dos cartões-postais do município, o Parque do Ingá foi inaugurado em 1971 e compõe um grande espaço de mata nativa.

Situada geograficamente a noroeste do Paraná, a cidade é cortada pelo Trópico de Capricórnio. Sua população é formada pela contribuição de diversas etnias, com predominância das colônias japonesa, alemã, árabe, portuguesa e italiana. O povoamento da região onde hoje se localiza o município de Maringá se deu principalmente pela chegada de agricultores de São Paulo e Minas Gerais, atraídos pela presença da terra roxa – famosa por ser muito fértil.

No dia 10 de maio de 1947, a Companhia de Terras Norte do Paraná abriu um escritório no cruzamento entre a Avenida Duque de Caxias e a Rua Joubert de Carvalho, dando início à venda de lotes da região conhecida como “Maringá Novo” e tornando a data marco da fundação oficial da cidade.

clique para ampliarclique para ampliarDr. Said, que deu grande impulso desenvolvimentista de Maringá. (Foto: Arquivo)

Cidade Canção

Entre as versões que existem sobre a origem do nome da cidade de Maringá, está a de que a cidade o teria “emprestado” de um córrego da região que, por sua vez, teria sido nomeado inspirado na canção do médico mineiro Joubert de Carvalho (1900-1977), “Maringá, Maringá”, autor de vários hits da época, tais como “Taí”, “Coisinha Boa” e “Pierrot”.

Joubert de Carvalho conheceu a cidade de Maringá em 1959, sendo homenageado com uma rua em seu nome. Em 1972, alguns anos antes de falecer, ele foi novamente à cidade para inaugurar seu próprio busto na Praça Raposo Tavares. Atualmente, o “apelido” Cidade Canção é referendado pela Lei Municipal 5.945/2002, de autoria do vereador João Batista Beltrame.

clique para ampliarclique para ampliarTurma de formandos da UEM, em 2018. (Foto: Arquivo)

Cidade Universitária

Cidade polo de diversos serviços para toda a região Noroeste, Maringá é importante centro universitário, sendo um dos principais formadores de profissionais de Medicina da Região Sul. Fundada na década de 1970, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) abriga o curso de Medicina desde 1988. Inaugurado no mesmo ano com o auxílio do então prefeito Said Ferreira, o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) foi construído para ser o hospital-escola dos cursos de Medicina e Odontologia.

Mais recentemente, novas escolas foram autorizadas a funcionar na cidade. Em 2011, o curso de Medicina da UniCesumar foi autorizado a oferecer 100 vagas anuais para o curso (posteriormente esse número foi ampliado para 298) e também o Centro Universitário Ingá (Uningá) obteve autorização para oferecer outras 100 vagas de Medicina. O total de vagas de ingresso, hoje, somam 438, o que torna Maringá um dos principais polos formadores entre cidades de médio porte do Brasil.

Tal relevância na área médica reflete-se também nas entidades representativas do setor presentes no município, como a Sociedade Médica de Maringá, que tem 73 anos de atividades e hoje é presidida pelo cirurgião geral e do aparelho digestivo Dr. Lucas Eduardo Savóia de Oliveira, e a Unimed Maringá, fundada em agosto de 1982 e que hoje conta com quase 1 mil cooperados, 700 colaboradores e 160 mil clientes, além de já ter aprovado em assembleia, no segundo semestre de 2021, a construção de hospital próprio.

Cabe ainda destacar a Representação Regional do CRM-PR, localizada na Rua das Azaleias, tendo como diretora a Dra. Fabíola Menegoti Tasca, a vice-diretora Dra. Ana Maria Silveira Machado de Moraes, a secretária Dra. Adriana Albuquerque Nicolau, e os representantes Drs. Adans Weslley Trautwein, Aldo Yoshissuke Taguchi, Claudio Vinicius Fritzen, Edson Luciano Rudey, Enio Teixeira Molina Filho, Rafael Ribeiro Mori e Kazumichi Koga. O ex-diretor da Representação Regional, Dr. Marcio de Carvalho, é atualmente conselheiro do CRM-PR, a exemplo da Dra. Katia Hitomi Nakamura, chefe do Serviço de Neurocirurgia Hospital Rede Metropolitana de Sarandi. A sede da unidade do CRM-PR fica na Rua das Azaléias, na Zona 5 e tem no atendimento os funcionários Adriana Alves Calderani e João Vitor Ramos da Silva. A unidade representativa de Maringá foi constituída ainda nos anos 1980, juntamente com a de Londrina, sendo ratificadas pela Resolução CRM-PR 23/88.

Dos médicos que já atuaram como conselheiros representando Maringá aparecem os Drs. Frederico Biscaia, Hiran Mora Castilho, Mário Lins Peixoto, Minao Okawa, Kemel Jorge Chammas, José Carlos Amador, Ana Maria Silveira Machado de Moraes e Carlos Edmundo Rodrigues Fontes.

Livro dos 75 anos

Maringá: 75 anos em 75 fotos” é o título do livro lançado no final de maio para comemorar o aniversário da cidade. É de autoria do pesquisador Miguel Fernando, com edições digital e impressa. A obra exibe um pouco do que o Maringá Histórica vem desenvolvendo ao longo das últimas décadas, com destaque para a sua principal metodologia: a iconografia, que trata da interpretação de narrativas a partir da decodificação de antigas imagens.

“Sem dúvidas, este impresso é um dos trabalhos mais importantes já desenvolvidos por mim. Afinal, não se resume a apenas um livro estruturado nos últimos meses, mas sim o toda uma vida dedicada a preservar e pesquisar a história de nossa cidade”, destacou o autor no lançamento. O livro impresso teve tiragem de 500 exemplares, com distribuição gratuita mediante doação de litro de leite. A doação será repassada à Rede Feminina de Combate ao Câncer.

clique para ampliarclique para ampliarPeça da campanha dos 75 anos. (Foto: Divulgação)

O cartão postal da cidade

Em 2022, Maringá também comemora o cinquentenário da inauguração da Catedral Nossa Senhora da Glória, não somente um símbolo religioso, mas, também, o mais conhecido monumento da cidade. De acordo com a administração municipal, em setembro, durante a Semana do Turismo, haverá programação também dedicada à história da Catedral e a importância do monumento para a identidade imaterial do município.

Pronta para o futuro

A Prefeitura de Maringá elaborou programação repleta de atividades para comemorar os 75 anos do Município. Os eventos começaram no dia 1° com o Cinema a Céu Aberto. E prosseguem até o dia 4 de junho com o show do cantor Erasmo Carlos. Entre os “presentes” para a população, os pontos altos acontecem nesta segunda-feira, 9, quando será feriado na cidade. O desfile de aniversário em frente à Catedral, às 9h; a abertura dos portões na Expoingá; e a entrada gratuita no show de Luan Santana, às 20h. Saiba mais AQUI.

Maringá Histórica

Saiba mais sobre a cidade no Portal Maringá Histórica (AQUI).

N.R. O presente material não tem a pretensão de esgotar referências aos pioneiros, eis que muitos não são aqui nomeados. Propõe, sim, homenagear todos os cidadãos que, de algum modo, possuem alguma relação com a história ou com o cotidiano de vida de Maringá. Possíveis correções podem  ser enviadas para o email: imprensa@crmpr.org.br

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