22/08/2006
Recursos públicos para a saúde do brasileiro são baixos, diz Fiocruz
Distribuição per capita é menos da metade do investido na Argentina e Uruguai
Informações divulgadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que os recursos públicos para a saúde destinados anualmente
para cada brasileiro são um dos mais baixos do mundo - mesmo entre os países do chamado "terceiro mundo".
Enquanto na Argentina são destinados US$ 362 para cada cidadão, e no Uruguai US$ 304, no Brasil a distribuição per capita
é de apenas US$ 140 - cerca de 10% do que é gasto anualmente por cidadão em países da Europa, no Japão e no Canadá em saúde
pública.
Esta realidade "comprometedora", na avaliação da Fiocruz, convive, paradoxalmente, com uma outra realidade: o Brasil é
um pólo de pesquisas de ponta e também palco de políticas públicas exemplares - como no caso da distribuição gratuita de anti-retrovirais
(medicamentos para tratamento da aids e de doenças oportunistas).
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), Paulo Gadelha, a grande
luta por um sistema de saúde pública de qualidade no Brasil depende, além de recursos adicionais per capita para o cidadão,
da troca de experiências e do comprometimento de todas as partes envolvidas no setor. "A presença de tantas autoridades e
de pesquisadores no Rio de Janeiro possibilitará uma união de esforços no diagnóstico e na busca de soluções para os problemas
locais e mundiais de saúde pública", acredita.
Entre as autoridades e especialistas presentes ao 11° Congresso Mundial de Saúde Pública, nesta semana no Rio, estarão
- além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que abre o encontro nesta segunda-feira (21) - o ministro da Saúde, Agenor
Álvares, a diretora-geral da Organização Pan-americana de Saúde, Mirta Roses, os ministros da Saúde, do Chile, Maria Soledad,
da Bolívia, Nila Heredia, da Nicarágua, Margarita López, e do México, Julio Frenk.
Os organizadores confirmaram ainda a presença dos ministros brasileiros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus
Ananias, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
Fonte: Agência Brasil