18/09/2014
Santa Casa de Londrina comemora aniversário de 70 anos com campanha pela doação de órgãos
Quando você doa órgãos a vida continua. Com este slogan somado à força da história de dois ex-pacientes transplantados e o apoio de vários parceiros, a Santa Casa de Londrina lançou em setembro uma campanha para estimular a doação de órgãos em Londrina e região. A Campanha comemora os 70 anos do Hospital (7 de setembro) e também o Dia do Doador de Órgãos (27 de setembro), além de atender à filosofia da Instituição de Priorizar a Vida.
O lançamento teve a participação de Edmilson Cruz Andrade, 29 anos, que recebeu um coração há dois anos:
E de Dalila Vaine Siqueira, 18 anos, que recebeu um rim há pouco mais de um ano:
"Os números mostram que a resistência da sociedade ainda é muito grande na doação de órgãos dos pacientes que, infelizmente, estão em morte encefálica. A vida pode ter continuidade com a doação. A Santa Casa quer chamar a atenção para isso e continuar dando cuidado à vida das pessoas", destaca o superintendente da Irmandade da Santa Casa de Londrina (ISCAL), Fahd Haddad.
Em média, 48% das famílias no Brasil recusam doar órgãos, segundo estatísticas. Levantamento do primeiro semestre de 2014, feito pela Comissão Intra-Hospital de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da ISCAL, comprova o índice. Das 18 notificações de morte encefálica dos hospitais do grupo, oito órgãos eram viáveis para doação. Destes, apenas quatro foram doados.
Segundo a coordenadora de enfermagem da CIHDOTT - ISCAL, enfermeira Érika Bezerra Ludwig, muitos recusam doar por desconhecer o desejo do ente que morreu. “A família tem que decidir pela doação num momento de muita tristeza. Quando conhecem o desejo do ente querido, fica tudo mais fácil”, destaca a enfermeira.
Fila de espera e transplantes
Neste ano, de acordo com estatísticas da Comissão de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes (COPOTT) de Londrina, 95 transplantes foram realizados na região, sendo 70 de córneas, 23 de rim e 2 de coração. Destes, 12 de rim e 2 de coração na Santa Casa de Londrina que o único hospital do interior do Estado credenciado para transplantes cardíacos. O primeiro deste tipo no Hospital foi em 1994. Antes, em 1985, o Hospital realizou o primeiro transplante de rim. Nesses 70 anos de atividades, já são 340 transplantes renais e 50 cardíacos. Apesar desses números, dados da COPOTT – Londrina revelam que 500 pessoas aguardam por um órgão em Londrina e região, destas 300 esperam por um rim. No Paraná, o número sobe para mais de 2.000 pessoas, sendo mais de 1.600 aguardando por rim e 50 por coração.