23/01/2020

Publicação da SBPT traz Recomendações Nacionais 2020 para o tratamento da asma

Revisão crítica das evidências recentes de tratamento farmacológico da doença envolveu 22 pneumologistas brasileiros convidados, dentre eles o Prof. Alcindo Cerci Neto, conselheiro do CRM-PR e do CFM

Jornal Brasileiro de Pneumologia vol. 46 n. 1, de janeiro de 2020, traz como artigo especial as recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia 2020, além de muitos outros conteúdos.

As recomendações sobre asma foram redigidas por 22 pneumologistas brasileiros convidados a revisar criticamente as evidências recentes de tratamento farmacológico da doença em crianças e adultos. O único especialista paranaense presente na elaboração do artigo especial, que está em destaque na publicação, é o Prof. Alcindo Cerci Neto, da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Pontifícia Universidade Católica de Londrina, que também é conselheiro do CRM-PR e suplente no Conselho Federal de Medicina.

Além do trabalho em destaque, outro artigo original sobre asma, desta vez um estudo de base populacional com indivíduos de 40 anos de idade ou mais, relacionou o índice de massa corporal (IMC) e os sintomas respiratórios na doença.

Sobre este artigo, os autores relatam que a obesidade é fator de risco para asma em diversos grupos demográficos. “Asma e obesidade são condições comuns, predominam em mulheres e podem coexistir”, relata a principal autora, Elaine Cristina Caon de Souza.

“Avaliamos 1023 indivíduos com IMC normal, sobrepeso ou obesos. A prevalência de diagnóstico prévio de asma foi 11,0%. Obesos relataram mais frequentemente diagnóstico prévio de asma, dispneia e sibilos no último ano. Ser obeso dobrou a chance de diagnóstico médico prévio de asma”, detalhou a pesquisadora.

Na área de reabilitação pulmonar e DPOC, o leitor pode conferir o artigo original “Valores normativos para o teste Unsupported Upper Limb Exercise para adultos saudáveis no Brasil“.

Segundo os cientistas, o treinamento da musculatura dos MMSS deve integrar os programas de reabilitação pulmonar. Estudos mostram melhora da capacidade de exercício, da sensação de dispneia e da função dos MMSS após um programa de treinamento físico específico.

O Unsupported Upper Limb Exercise (UULEX) é um teste simples e barato que tem sido utilizado em ensaios clínicos e programas de reabilitação para avaliar a capacidade de exercício dos MMSS. O UULEX é caracterizado por ser um teste incremental, padronizado, limitado por sintoma, que avalia o pico de capacidade de exercício dos MMSS sem apoio.

Os movimentos efetuados durante o teste refletem as atividades realizadas pelos MMSS nas tarefas do dia a dia, o que o torna de grande aplicação clínica.

“O presente estudo foi capaz de fornecer valores normativos para o teste UULEX em uma amostra de indivíduos saudáveis no Brasil. Os valores normativos foram influenciados pela idade, sexo e IMC e permitirão identificar comprometimentos no pico de capacidade de exercício dos MMSS em pessoas com diferentes limitações funcionais de MMSS”, explica a principal autora do artigo, Vanessa Pereira Lima.

“Essas informações serão úteis tanto para o uso na prática clínica, mensurando os resultados dos programas de reabilitação pulmonar, quanto para o desenvolvimento de pesquisas clínicas na área”, conclui a pesquisadora.

O leitor vai encontrar, ainda, uma reflexão sobre ciência aberta no editorial, além de conteúdos sobre estadiamento do câncer de pulmão, cirurgia robótica em doenças torácicas, tabagismo, apneia do sono, educação continuada em Imagem sobre consolidações/opacidades em vidro fosco, além das cartas ao editor sobre acometimento pulmonar na dengue e mais. Confira: http://jornaldepneumologia.com.br

Consulta pública e asma alérgica grave

O Ministério da Saúde anunciou ter incorporado tratamento para asma alérgica grave, atendendo assim pacientes do SUS, que passam a ter mais uma opção, o medicamento omalizumabe. A participação da sociedade, durante a consulta pública, foi fundamental no processo de avaliação da tecnologia. Veja aqui o relatório da Comissão. Contribuições enviadas por pacientes e especialistas auxiliaram na avaliação da tecnologia.

O omalizumabe é indicado para tratamento da asma alérgica grave em pacientes que não conseguiram o controle da doença mesmo após o uso do tratamento já disponível no SUS, com corticoide inalatório e beta-2 agonista de longa ação.

Confira aqui material do Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), atualizado em 22 de janeiro último.

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