25/10/2006
Professores da USP ressaltam a importância das Telepatologias
Informações contidas no prontuário do paciente e exames realizados são apresentados pelos professores da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) aos acadêmicos das Universidades Paranaenses, que têm a oportunidade debater
o caso para descobrir o que levou o paciente à óbito. Em seguida, é realizada a necropsia e os participantes da Telepatologia
chegam a um consenso sobre o diagnóstico que levou à morte do paciente.
Através do recurso da videoconferência, o Conselho Regional de Medicina do Paraná transmite, mensalmente, para professores,
médicos e estudantes do Paraná a aula-debate realizada em São Paulo. Nos dias dessas reuniões, os professores vão à FMUSP
com muito entusiasmo e maior ansiedade e expectativa. "Esse tipo de atividade é fundamental para o aprendizado e treinamento
dos professores e acadêmicos. A interação entre as escolas é salutar, produtiva e instrutiva", afirma a clínica geral, Maria
Lúcia Bueno Garcia. A médica assistente da Disciplina de Clínica Geral e Propedêutica do Departamento de Clínica Médica do
Hospital das Clínicas da FMUSP é quem conduz as aulas, apresentando aos participantes as informações contidas no prontuário
do paciente e os exames clínicos e microscópicos realizados. Para ela, o ponto alto das reuniões está no prazer de incentivar
e aprender com o raciocínio clínico dos colegas através da diversidade de pensamentos e formações.
Durante a aula, o Professor Titular de Patologia da FMUSP, Paulo Hilário Nascimento Saldiva, faz a necropsia somente após
os participantes esgotarem as hipóteses clínicas e possíveis diagnósticos do paciente. "A necropsia é um cenário de aprendizado,
no qual podemos testar e conhecer nossos limites e dos métodos diagnósticos que dispomos", explica. O chefe do Departamento
de Patologia da USP acredita que essas discussões são privilégio raro. "Poucos médicos possuem a oportunidade de poder interagir
com colegas e alunos de outras faculdades indo até as últimas possibilidades diagnósticas (a necrópsia)", afirma um dos mais
conceituados patologistas do país.
O evento é gratuito, não necessita de inscrição e é realizado sempre durante a manhã da última terça-feira de cada mês,
nos auditórios das sedes do Conselho em Curitiba e Maringá. A última Telepatologia foi realizada no dia 26 de setembro e contou
com a participação de cerca 70 pessoas da UFPR e UEM. A próxima transmissão será realizada na última terça-feira de outubro,
dia 31.
Normas técnicas para Telemedicina no Brasil
A crescente informatização do setor de Saúde, tanto público como privado, e a popularização das atividades de Telemedicina
no País têm gerado a necessidade da garantia da segurança e da integração das informações produzidas. Por este motivo, especialistas
de todo o País de diversas áreas ligadas à telemedicina se reuniram, em setembro (12), para a instalação da Comissão de Estudo
Especial Temporária de Telemedicina. A instalação desta Comissão e sua condução pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) é um desdobramento seqüencial do projeto do Sistema Brasileiro de Telemedicina. A partir de uma parceria entre o Ministério
da Saúde, a Universidade Federal de Santa Catarina (Cyclops-Telemedicina) e a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina
(SES-SC), o objetivo é estabelecer um conjunto de normas técnicas para regulamentar tecnologias de telemedicina assistencial
no país e também gerar uma plataforma de software-modelo que proverá ferramentas para atividades de telemedicina nos Estados.