Os trabalhos da Prefeitura visando a organização
de ações de combate ao Coronavírus continuaram nesta sexta-feira pela manhã. O prefeito em exercício,
Edson Scabora, e diversos secretários municipais se reuniram com representantes da sociedade civil organizada às
8h30 no Auditório Hélio Moreira. Foi o primeiro encontro do recém-criado Comitê Gestor de Combate
ao Coronavírus.
Em seguida, foi
realizada uma reunião com prefeitos e secretários de saúde de cidades da região, como o presidente
da Amusep, Romualdo Batista, de Mandaguari. Outros prefeitos presentes foram Tarcísio Marques dos Reis, de Paiçandu;
Profesor Índio, de Mandaguaçu e Victor Martini, de Marialva. Também estiveram representados os municípios
de Sarandi, Mandaguaçu, Ângulo, Floresta, Iguaraçu, Ivatuba e Astorga. Esteve presente o consultor da
Organização Pan-Americana da Saúde, Rafael França. Neste encontro, a região se comprometeu
em seguir o planejamento de combate elaborado por Maringá.
No encontro com a sociedade civil organizada foram detalhadas as ações organizadas
pela Prefeitura, como aumentar a fiscalização em bares e restaurantes, que não será mais de orientação,
mas de punição para quem não cumprir os decretos municipais; intensificar o trabalho conjunto entre a
Guarda Municipal e a Polícia Militar para impedir a realização de festas clandestinas. Também
foram explicitadas ações realizadas pela Secretaria de Saúde no sentido de prestar atendimento de qualidade
aos pacientes, além do aumento no número de testes.
"Estamos atravessando um momento delicado. Cidades da região estão com leitos praticamente
tomados. Se lotar lá, os pacientes virão para Maringá. Precisamos aliviar a pressão sobre nossos
hospitais. Por isso, vamos agir pontualmente para evitar o pior”, frisou Edson Scabora ao abrir a reunião com
a sociedade civil. Mario Hossokawa, presidente da Câmara Municipal, lembrou que a Prefeitura agiu de forma correta tanto
nos decretos visando o isolamento social, quanto na diminuição das medidas tomadas quando os números
diminuíram. “Agora, o Município tem que fazer cumprir os decretos para evitar o pior, que são as
mortes e o lockdown”.
A secretária
de Saúde, Maria da Penha, alertou que se houver excessos na concentração de pessoas neste final de semana,
a partir de segunda-feira pode se esperar o pior na saúde. Ela frisa que as famílias devem conversar com os
jovens, pois aumentou muito o número de doentes nesta faixa etária. Penha lembrou ainda que o Estado analisa
suspender as cirurgias eletivas, o que poderá acontecer dependendo do ritmo de contaminações no estado.
Ederlei Alkamim, diretor da 15ª Regional
de Saúde, corroborou a situação drástica da rede de saúde das cidades da região
e que o Governo do Estado já liberou a reativação de leitos da Covid, desativados em setembro. A promotora
pública, Michele Nader, frisou que o MP atuou de forma correta na administração da pandemia desde o início
do ano.
“Infelizmente, com
a diminuição do número de casos houve relaxamento dos cuidados e a aglomeração de pessoas,
o que resultou na maior disseminação da doença. Este é o momento ideal para unir a sociedade,
realizar ações e conscientizar as pessoas. A preocupação do MP é o comprometimento dos
leitos. É frustrante saber que pode haver a necessidade de o Estado suspender as cirurgias eletivas”, ponderou
Michele Nader.
Valdir Scalon, presidente
do Sindvest, disse que a indústria está rigorosamente cumprindo os decretos municipais. Ele concorda que a situação
está crítica e comentou o perigo do lockdown. “Se não houver atitudes imediatas de contenção
da aglomeração de pessoas, a cidade fecha por decreto ou por falta de gente”. Ele contou que os soppings
de atacado do setor estão fazendo vendas virtuais. Ali Wardani, presidente do Sivamar garantiu que a maior parte
dos comerciantes está agindo com segurança e que o setor está pronto para colaborar com a Prefeitura.
O professor da UEM e médico, Daoud
Nasser, explicou que os hospitais estão “em atitude de guerra”. Segundo ele, triplicou a procura por Pronto
Socorro nos últimos dias. Nasser também conclamou por “atitudes drásticas” e acredita que
hoje não há necessidade de fechamento do comércio. “É preciso providências urgentes
para evitar o pior. Mas, se continuar o atual índice de replicação do vírus, a Prefeitura vai
ter que fechar o comércio antes do Natal e isso seria uma tragédia”, comentou.
José Pereira, diretor da Santa Casa, elogiou a Prefeitura
por criar o comitê e ressaltou que os hospitais vivem o “pior ano da história”. Segundo ele, o estresse
entre os médicos e funcionários é muito grande. Existe o medo de levar o vírus para suas casas.
“Temos muitos colaboradores de atestado. Alguns têm medo de atuar nas alas de tratamento da Covid”, enfatizou.
O diretor explicou ainda que a reativação dos leitos do governo do estado não são rápidas,
pois são precedidas de mudanças estruturais. Segundo José Pereira, existem cirurgias eletivas que têm
que acontecer.
Elisabete Kobayashi,
superintendente do HU, passou um panorama da situação da instituição. “Nosso Pronto Socorro
atende mais de cinco mil pessoas e o número de acidentes na cidade aumentou. Outra preocupação é
que não existe como fazer gestão com essa taxa e podem haver surtos de Covid internamente se a situação
piorar”.
Diante da dificuldade que o município está
encontrando para contratar médicos, Fabiola Tasca, do CRM, ofereceu apoio. “Temos percebido um aumento de registros
de médicos que vêm morar na cidade e podemos fazer contatos visando a contratação destes profissionais”.
Rafael Cecato e Genir Pavan, representantes
da Abrasel, disseram que a entidade está apoiando as iniciativas da Prefeitura contra o coronavírus. O comandante
do Quarto Batalhão, Márcio Antonio, lembrou que estão sendo realizadas reuniões de organização
da fiscalização que será feita a partir desta sexta-feira, 20 horas, em conjunto com a Guarda Municipal,
Conselho Tutelar e diversas secretarias da Prefeitura.
Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá