23/08/2007
População do Sul é maior consumidora de bebida alcoólica
Sul é o "melhor" de copo, mostra pesquisa
Perfil de consumo do brasileiro foi apresentado ontem pela Secretaria Nacional Antidrogas
A população dos estados da região Sul do País é a que mais consome bebida alcoólica corriqueiramente, e também está entre
a que mais faz uso pesado das bebidas, ou seja, bebem muito de uma única vez, até a embriaguez. O perfil de consumo do brasileiro
foi apresentado ontem pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), que desde novembro de 2005 patrocina uma pesquisa para
conhecer o hábito nacional detalhado do consumo etílico.
A pesquisa foi encerrda em abril de 2006, e foi feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foram ouvidas
3.007 pessoas de todos os estados e sexos. O extrato também deu atenção aos adolescentes e os jovens, faixa etárias onde é
verificado o maior problema de "binge" ¿ quando uma pessoa bebe de forma abusiva. Por padrões internacionais, o binge é estipulado
quando a pessoa consome 5 doses ou mais de bebida, no caso dos homens, e 4 doses para as mulheres.
A região Sul aparece com a maior porcentagem de binge. Entre a população que respondeu à pesquisa, 36% admitiu que passa
dos limites com certa constância. A média nacional é de 28%. A região também é que tem o menor índice de pessoas que se disseram
abstêmias no último ano. 35% da população pesquisada respondeu desta maneira no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
contra 50% de nordestinos e habitantes do Sudeste, 47% do Centro-Oeste e 54% da população do Norte.
A pesquisa passou pelos principais municípios brasileiros mais as capitais. No Paraná, foram 13 municípios, incluindo
a Capital. Quatro foram da Região Metropolitana ¿ Curitiba, São José dos Pinhais, Colombo e Campina Grande do Sul. Do total
de pessoas ouvidas com 18 anos ou mais, 3% admitiu que faz uso nocivo das bebidas, e 9% que são dependentes.
Porém, o dado mais importante da pesquisa é a que mostra que quanto menor a idade, mais o uso do álcool se torna sistemático
e abusivo. Na faixa etária dos 18 aos 24 anos se verificou que a constância de binge só perde para a faixa etária dos 35 a
44 anos.
De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que participou da divulgação do 1º Levantamento Nacional sobre
os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, os resultados do levantamento revelam que o consumo abusivo de álcool
e suas conseqüências é um grave problema de saúde pública. "Por um lado, esse estudo serve de alerta para a população que
bebe muito e com freqüência e para a que não bebe. Por outro lado, vai refinar e direcionar as políticas e as ações do ministério
nessa área, porque sabemos onde está o problema e como vamos reverter essa situação", ressaltou o ministro.
Desde o último dia 11, é veiculada na televisão uma campanha publicitária alertando sobre os riscos e danos associados
ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. As peças levantam temas como: "O que a Propaganda não mostra", "Adolescentes,
bebida não é brincadeira" e "Trânsito - bebida não é só diversão". A intenção da campanha publicitária não é proibir o consumo,
mas prevenir e promover saúde.
Fonte: Jornal do Estado