29/05/2008

Política de atenção à saúde do homem quer mudar cultura sobre medicina preventiva

Mudar a cultura do homem sobre a medicina preventiva é o grande desafio da Política Nacional de Promoção e Atenção à Saúde do Homem, que será lançada em agosto. De acordo como o diretor de Qualidade Existencial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Emílio Cezar Zilli, os homens brasileiros acreditam que têm toda a força e poder para escapar das doenças degenerativas que chegam com a idade.

O comodismo, a vergonha e até o medo de descobrir alguma doença faz com que não freqüentem os ambulatórios de atendimentos como as mulheres. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2007, as mulheres se submeteram a cerca de 17 milhões de consultas preventivas, enquanto 2,7 milhões de homens procuram os médicos para exames regulares.

Segundo o diretor da SBC, a cultura dos homens brasileiros de procurar o médico somente quando estão doentes faz com que cerca de 40% das mortes sejam ocasionadas por doenças cardiovasculares. Ele alerta que, para aumentar o número de atendimentos a homens nos ambulatórios, é preciso mais investimento no setor.

"Muitos homens também não têm muitas chances de procurar um médico por falta de tempo, por falta de um serviço médico adequado [próximo a] ele e por não ter condições financeiras e estímulo para procurar o médico".

Segundo o coordenador da Área Técnica da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Ricardo Cavalcanti, a Política Nacional de Promoção e Atenção à Saúde do Homem vai atender o público na faixa de 25 a 59 anos. "Nosso alvo são quase 40 milhões de homens no país, praticamente toda a nossa força produtiva", disse.

Para ajudar na construção da política o ministério está realizando seminários com psiquiatras, urologistas, cardiologistas, pneumologistas e gastroenterologistas, para identificar as medidas que podem ser tomadas para auxiliar no programa.

Cavalcanti disse que, até o momento, o governo vai investir R$ 196 milhões em ações que levem o atendimento ao país e em programas educativos para fazer com que o homem procure o médico com mais freqüência. Está prevista também a distribuição de 26 milhões de cartilhas sobre prevenção, diagnóstico e tratamentos de doenças e promoção à saúde do homem.


Fonte: Agência Brasil

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