Em sua 78ª edição, a reunião teve 41 participantes e abordou os diferentes aspectos que envolvem o tema
O Conselho Regional de Medicina do Paraná realizou na tarde desta quinta-feira, 17 de fevereiro, sua 78ª
Sessão Plenária Temática com tema “Transfusão em Testemunha de Jeová”. Participaram,
tanto presencialmente como via web, médicos, conselheiros, diretores de hospitais, advogados, representante da COLIH
(Comissão de Ligação com Hospitais) e outros interessados.
A reunião foi aberta pelo presidente do CRM-PR, Dr. Roberto Yosida, que deu as boas-vindas aos participantes e
passou a palavra ao Corregedor-Geral do Conselho, Dr. Mauricio Marcondes Ribas, para a apresentação inicial.
Ele destacou que o assunto faz parte do dia a dia dos diferentes serviços e sempre gera muitas dúvidas na equipe
médica. No que diz respeito às atividades da Corregedoria, citou três casos que foram analisados pelo
Conselho ao longo dos anos e suas consequências para médicos e pacientes.
Especialista em Hematologia e Hemoterapia, a conselheira Dr.ª Cecília Neves de Vasconcelos trouxe em sua
fala informações técnicas, mas também reflexão sobre o assunto. Ela explicou que alguns
hemoderivados são aceitos pelos pacientes Testemunhas de Jeová, mas frisou a necessidade do médico conhecer
e ter em mente todas as possibilidades. “É importante ter a compreensão do que pode e o que não
pode, conhecer as técnicas, as normas éticas e ter o entendimento do paciente. Alguns derivados do plasma são
aceitos, mas a primeira premissa é ver como está o paciente clinicamente no momento.”
A Dra. Cecília também falou sobre outros tratamentos e terapias que podem ser utilizados como alternativa.
“Elas não substituem a transfusão, mas podem segurá-la se houver condições.”
Por fim, reforçou que o médico deve sempre lembrar que a pessoa é única e tem a sua dignidade,
devendo ser tratada com respeito e imparcialidade. E deixou as questões “A Medicina está acima de tudo?
Acima do paciente? Acima do desejo pessoal dele?”
Encerrando as apresentações o Consultor Jurídico do CRM-PR, Dr. Antonio Celso Cavalcanti Albuquerque,
falou sobre suas experiências frente ao Departamento Jurídico da instituição e dos poucos questionamentos
que recebeu, por meio de consultas, a respeito do tema e frisou a necessidade de o médico seguir sempre o que rege
o Código de Ética Médica.
Abrindo espaço para interação com os participantes foram várias as contribuições,
por meio de experiências e diferentes pontos de vista. A conselheira Dra. Nazah Cherif Mohamad Youssef lembrou da função
dos comitês de Bioética dentro das instituições, que dão apoio nessas situações,
e frisou que “o que é não maleficência para o médico, pode não ser para o paciente”.
Também conselheiro, o Dr. Alcindo Cerci Neto falou das possíveis consequências sociais para o paciente
Testemunha de Jeová que receber uma transfusão e reforçou que o médico também tem a opção
da objeção de consciência dependendo do caso. Por fim, a participante Mychelli Fernandez lembrou da possibilidade
da utilização das diretrizes antecipadas de vontade como forma de proteger o paciente e a equipe médica
que irá atendê-lo.