18/02/2015
A estimativa é que o reajuste médio mundial seja de 10,15%
As operadoras e seguradoras de saúde vão propor neste ano um reajuste médio de 18% para os convênios médicos corporativos modalidade de benefício concedida pelas empresas aos funcionários. A estimativa é que o reajuste médio mundial seja de 10,15% neste ano, de acordo com pesquisa realizada pela Aon. No Brasil, há quase 34 milhões de usuários de planos de saúde corporativos, o equivalente a 66% do total do mercado.
As operadoras e seguradoras de saúde vão propor neste ano um reajuste médio de 18% para os convênios médicos corporativos modalidade de benefício concedida pelas empresas aos funcionários. Tratase de um aumento de quase dois pontos percentuais em relação ao registrado em 2014 e uma das taxas mais elevadas no mundo. A estimativa é que o reajuste médio mundial seja de 10,15% neste ano, de acordo com pesquisa realizada pela Aon.
No Brasil, há quase 34 milhões de usuários de planos de saúde corporativos, o equivalente a 66% do total do mercado. “O aumento expressivo nos custos da saúde no Brasil são decorrentes da variação do dólar, pois muitos equipamentos e medicamentos são importados, da falta de leitos hospitalares e porque o plano de saúde é usado sem controle”, explica Humberto Torloni, vicepresidente de benefícios globais para a América Latina da Aon, uma das maiores corretoras e consultorias de seguros do mundo.
O levantamento da Aon englobou dados dos 83 países em que atua. No Brasil, a Aon administra uma carteira com 1,3 milhão de usuários de planos de saúde. A curva ascendente nos custos de saúde no Brasil vai na contramão que vem ocorrendo nos Estados Unidos, país em que o setor de saúde tem semelhanças com o mercado brasileiro e têm custos elevados devido à incorporação de tecnologias caras. No mercado americano, o reajuste médio previsto pela Aon neste ano é de 6,5%, queda de dois pontos percentuais em relação a 2014.
Segundo Torloni, nos Estados Unidos, há em curso uma mudança no modelo do benefício saúde aos funcionários. As companhias americanas concedem uma quantia em dinheiro para o empregado adquirir um seguro saúde, mas ele também arca com uma parcela do custo da apólice e dos procedimentos médicos. “Nos EUA, o funcionário escolhe, uma vez por ano, o seguro saúde de sua preferência. O reajuste é baseado no seu histórico de uso, o que faz ele usar o plano com mais cautela”, diz Torloni.
Diante do custo elevado do convênio médico no Brasil, as empresas buscam cada vez mais alternativas para reduzir a despesa desse benefício que, muitas vezes, é fruto de acordo sindical e não é possível cancelar. Segundo o executivo da Aon, aumentou o número de empresas com planos de saúde com coparticipação (em que o funcionário desembolsa uma parcela do custo de consultas ou procedimentos que utiliza) e programas de prevenção à saúde. Além disso, as empresas estão optando por um modelo em que o pagamento é feito à operadora após o sinistro, com uma contratação do “stop loss”, instrumento financeiro que garante despesas extras. Hoje, o sistema mais comum no Brasil prevê a remuneração antecipada com base na expectativa dos gastos futuros e posterior reajuste.
Fonte: Valor Econômico