10/06/2015
Comentarista afirma que profissionais de saúde sofrem agressões por estarem na ponta de um sistema mal administrado. "São todos vítimas de um mesmo sistema que funciona mal"
Em comentário no Bom Dia Brasil desta quarta-feira (10), Alexandre Garcia fala que "os profissionais de saúde sofrem agressões por estarem na ponta de um sistema mal administrado. Pacientes e seus acompanhantes, desesperados por doenças e emergências e sem ter com quem falar, embora em teoria exista ouvidoria, apelam para a agressão, física ou verbal. Dos dois lados, são todos vítimas de um mesmo sistema que funciona mal". Acompanhe abaixo o comentário completo do jornalista ou clique aqui para assistir o vídeo.
A falta de estrutura se transforma em uma rotina estressante para os profissionais da saúde. Muitas vezes o atendimento precário acaba em agressão contra quem tenta trabalhar sem as condições mínimas necessárias. E não são agressões apenas a enfermeiros, mas ao pessoal da portaria e aos médicos também.
As pessoas que procuram o sistema público de saúde se sentem agredidas no seu direito à saúde,
que é dever constitucional do Estado, e reagem com agressão física.
Os profissionais de saúde sofrem agressões por estarem na ponta de um sistema mal administrado. Pacientes
e seus acompanhantes, desesperados por doenças e emergências e sem ter com quem falar, embora em teoria exista
ouvidoria, apelam para a agressão, física ou verbal. Dos dois lados, são todos vítimas de um mesmo
sistema que funciona mal.
Médicos e enfermeiros lidam com falta de macas, de leitos, de antibióticos,
de algodão, de analgésicos e antipiréticos, de luvas e sondas, de assepsia adequada, de exames, de tempo
e excesso de pacientes. Do lado de fora, gente que nasceu no país em que o Estado pode tudo e pouco faz, que chegou
ao hospital correndo riscos da falta de segurança pública, no incômodo da falta de transporte, ainda constata
que falta atenção à saúde, o que sobra nas falas oficiais. Agride o primeiro avental branco que
lhe aparecer na frente, desabafa na pessoa errada, na pessoa que, enfim, pode lhe ajudar a despeito de toda falta de meios
e excesso de trabalho.
E os teóricos das mesas de reunião ficam longe do embate. Esses só esgrimem com estatísticas distantes do barulho das emergências.