23/06/2021
Com 44 anos de idade e 17 de formação, o médico faleceu no Marcelino Champagnat. Sua morte eleva para pelo menos 78 o número de médicos vitimados pela Covid-19 no Paraná
O Conselho Regional de Medicina do Paraná registra com pesar o falecimento do médico ortopedista Leonardo Oliveira Nobre (CRM-PR 21.967), ocorrido na manhã desta quarta-feira (23) no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, onde estava internado havia alguns dias. Chefe do Grupo do Ombro do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário Cajuru/PUCPR e presidente da Comissão de Ensino e Treinamento da SBOT-PR, o médico tinha 44 anos de idade e 17 de formado. Sem comorbidade e imunizado com as duas doses da vacina, ele teve complicações pela Covid-19. Sua morte eleva para pelo menos 78 o total de médicos falecidos no Paraná por causa da doença.
Natural de Pelotas (RS), onde nasceu em 23 de março de 1977, o Dr. Leonardo Nobre deixa a esposa Aline Zanotto Nobre e dois filhos pequenos: Rodrigo, de oito anos, e Laura, de cinco. A despedida do médico ocorre nesta quinta-feira (24), em cerimônia restrita à família no Crematório Vaticano, em Almirante Tamandaré. Não haverá velório.
Após formar-se pela Universidade Federal de Pelotas em 31 de julho de 2004, o Dr. Leonardo registrou-se inicialmente no CRM-RS, obtendo o número 28.608. Já no começo do ano seguinte começou a fazer residência em ortopedia e traumatologia na Católica do Paraná. Registrou-se no CRM-PR ainda em março de 2005 e depois, em 2008, no de Minas Gerais (obteve o número 46.823). Atuava nas áreas de Ortopedia e Traumatologia, Cirurgia e Artroscopia do Ombro e Traumatologia Esportiva.
Além de compor o serviço do Hospital Cajuru, o médico ainda integrava a equipe do IJO (Instituto de Joelho e Ombro) e era acionista, junto com a esposa, da empresa Medycall Servicos Médicos. Era membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), da SBCOC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo), da SBRATE (Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia Esportiva), da AAOS (American Academy of Orthopaedic Surgeons), da ISAKOS (International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine) e da SLARD (Sociedad Latinoamericana de Artroscopía, Rodilla y Deporte). Teve intensa atividade como palestrante e conferencista. Fazia parte do corpo médico do Grupo Hospitalar São Vicente há quase 12 anos, conforme nota de pesar emitido pela instituição.
Manifestações de pesar
A notícia da morte do jovem médico teve grande repercussão nas redes sociais. Uma amiga registrou: “Muito triste. É difícil assimilar essa notícia; tão jovem e cheio de vida... Que o Senhor o tenha em seus braços; descanse em paz! Meus sentimentos e orações pelo conforto espiritual aos familiares!”. Outro reforçou: “Que tristeza! Vai em paz grande Cliff. Sentimentos e força para toda família!”. Em outras postagens, pessoas próximas assinalaram: “Inacreditável, triste com essa partida tão precoce, peço muita força aos queridos familiares, vai em paz amigo!” e “Sem palavras. Sem palavras… Vá em paz amigo. Meus sentimentos a toda a familia.”
Outro amigo da infância e juventude em Pelotas, assinalou: Meu irmão, é muito duro saber que vc se foi, mas Deus tem um plano maior pra ti. Te chamou pra perto dele para cuidar de quem chega! Fostes muito grande aqui. Sou testemunha de tudo que passaste para realizar o sonho de ser médico! E um ótimo médico! Pai exemplar, marido, amigo e irmão! Às vezes a vida nos afasta, profissão, compromissos, mas o verdadeiro amigo é aquele que, não importando o tempo de afastamento, é como se tivéssemos o visto no dia anterior. E sempre foi assim conosco! Vivemos coisas incríveis que jamais sairão da minha memória. Descansa em paz. Te amo meu amigo!”