12/03/2009
Parto: um ato médico
O Brasil é um dos campeões mundiais em números de cesáreas. Os índices registrados atualmente são muito mais altos do
que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por esse motivo, entidades médicas, profissionais de saúde e ONGs espalhadas
por todo o país tem trabalhado na difícil tarefa de reverter este quadro e incentivar o parto natural, sempre que houver condições.
A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia alerta, no entanto, que parto natural não significa abrir mão de todo
o conhecimento e tecnologia disponíveis. Mesmo que todos os exames, histórico e avaliação clínica do médico apontem para o
parto normal, o ambiente hospitalar, a presença do médico obstetra e diversos outros cuidados são imprescindíveis. A Medicina
não é uma ciência exata e não existem certezas absolutas. Dependendo da evolução do parto, diversas variáveis podem levar
à necessidade de uma cirurgia ou de outros procedimentos de emergência. Procedimentos, aliás, que são atos privativos dos
médicos.
Por esse motivo, ainda que a gestante esteja propensa ao parto natural, ela deve ter seu direito à qualidade na assistência
ao parto assegurado, o que inclui a presença do médico obstetra e do neonatologista em ambiente hospitalar equipado e pronto
para qualquer eventual emergência. O enfermeiro obstetra é um profissional capacitado e treinado para dar suporte à atividade
do médico, auxiliando-o tanto no parto normal como na cesárea, mas jamais substituindo-o. Este profissional não tem formação
nem mesmo autorização para agir em caso de qualquer intercorrência antes, durante ou imediatamente após o parto.
A chegada do bebê é um momento único na vida da mulher. Cabe a todos nós contribuir para que este momento transcorra com
o máximo de segurança, afastando todo e qualquer risco evitável.
Nota da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO