Novas doses da Pfizer devem chegar ao estado nesta sexta-feira (24). Em entrevista à CBN Curitiba o secretário-geral do CRM-PR,
Luiz Ernesto Pujol, reforça a importância da vacinação do grupo, pois possibilita o retorno às aulas com segurança, sem deixar
de lado a necessidade dos demais cuidados preventivos
A nota técnica suspendendo a vacinação, emitida no dia 16 de setembro pelo Ministério da
Saúde, foi revogada na quarta-feira (22) após a Anvisa afirmar que a morte de uma adolescente, em São
Paulo, não tinha nenhuma relação com a aplicação do imunizante da Pfizer.
Conforme o MS, o efeito adverso da vacina foi usado como justificativa para suspender a vacinação, mas
a recomendação foi ignorada pela maioria dos estados e municípios. Ainda segundo o Ministério,
a suspensão se deu também pela aplicação de imunizantes em adolescentes não autorizados
pela Anvisa. A única fabricante autorizada a aplicar as doses nas pessoas de 12 a 17 anos é a Pfizer. Na
ocasião, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, chegou a dizer que foi pego de surpresa
com a suspensão da vacinação.
Durante o anúncio, na noite de quarta-feira, o secretário-executivo do Ministério da Saúde,
Rodrigo Cruz, ressaltou que a nota técnica foi emitida como forma cautelar para evitar qualquer outro prejuízo
em adolescentes. "Tem aprovação da Anvisa e mostrou-se que os benefícios são maiores que os eventuais
riscos de efeitos adversos", afirmou em entrevista. E disse também que foram solicitadas aos estados informações
sobre eventuais aplicações de vacinas não autorizadas para o grupo. Mesmo com a revogação
da nota, Cruz destacou que estados e municípios devem priorizar a imunização dos adolescentes com comorbidades
e/ou deficientes.
Mesmo com o anúncio do Ministério da Saúde, uma comitiva da Secretaria de Saúde do Paraná
(Sesa) seguiu para Brasília nesta quinta-feira (23) para tentar acelerar o processo de intermediação
da vacinação para garantir as doses para o estado, implementar esforços para a diminuição
do intervalo entre as duas doses, além das doses de reforço. Na ocasião o Ministério da Saúde
garantiu o envio de 99.450 doses da Pfizer/Comirnaty ao Paraná para a vacinação de adolescentes com comorbidades
e deficiência permanente. Os imunizantes estão previstos para chegarem em dois voos no final da tarde desta sexta-feira
(24). (
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No Paraná, antes mesmo da revogação da nota técnica, a Sesa já havia informado a continuidade
da vacinação dos adolescentes, sem comorbidades, a partir da próxima semana, com pessoas com 17 anos
completos. A decisão foi tomada pela Sesa em reunião com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde
do Paraná (Cosems/PR) e a Associação dos Municípios do Paraná (AMP). No entanto, em entrevista
à CBN Curitiba, o secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, lembrou que a responsabilidade de
aquisição das doses é do governo federal, cabendo ao executivo estadual a distribuição
e aplicação das vacinas.
O pediatra e secretário-geral do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Luiz Ernesto Pujol,
frisa que a vacinação dos adolescentes favorece, inclusive, a retomada do ensino. "As crianças voltam
às escolas protegidas. É uma medida extremamente acertada, mas não nos impede de manter os cuidados:
distanciamento social, uso de máscara, higiene das mãos, ambiente arejado, mesmo com a vacina", reforça.
Ainda na terça-feira (21), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar
dizendo que a decisão de promover a imunização de adolescentes acima de 12 anos é da competência
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Segundo o Vacinômetro Nacional, 16.090 doses já foram aplicadas em adolescentes pelas prefeituras municipais
do Paraná.
Fonte: CBN Curitiba com informações da SESA-PR.