24/09/2021

Paraná quer acelerar recebimento de vacinas após MS liberar imunização dos adolescentes

Novas doses da Pfizer devem chegar ao estado nesta sexta-feira (24). Em entrevista à CBN Curitiba o secretário-geral do CRM-PR, Luiz Ernesto Pujol, reforça a importância da vacinação do grupo, pois possibilita o retorno às aulas com segurança, sem deixar de lado a necessidade dos demais cuidados preventivos

A nota técnica suspendendo a vacinação, emitida no dia 16 de setembro pelo Ministério da Saúde, foi revogada na quarta-feira (22) após a Anvisa afirmar que a morte de uma adolescente, em São Paulo, não tinha nenhuma relação com a aplicação do imunizante da Pfizer. 

Conforme o MS, o efeito adverso da vacina foi usado como justificativa para suspender a vacinação, mas a recomendação foi ignorada pela maioria dos estados e municípios. Ainda segundo o Ministério, a suspensão se deu também pela aplicação de imunizantes em adolescentes não autorizados pela Anvisa. A única fabricante autorizada a aplicar as doses nas pessoas de 12 a 17 anos é a Pfizer. Na ocasião, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, chegou a dizer que foi pego de surpresa com a suspensão da vacinação.

Durante o anúncio, na noite de quarta-feira, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, ressaltou que a nota técnica foi emitida como forma cautelar para evitar qualquer outro prejuízo em adolescentes. "Tem aprovação da Anvisa e mostrou-se que os benefícios são maiores que os eventuais riscos de efeitos adversos", afirmou em entrevista. E disse também que foram solicitadas aos estados informações sobre eventuais aplicações de vacinas não autorizadas para o grupo. Mesmo com a revogação da nota, Cruz destacou que estados e municípios devem priorizar a imunização dos adolescentes com comorbidades e/ou deficientes.

Mesmo com o anúncio do Ministério da Saúde, uma comitiva da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa) seguiu para Brasília nesta quinta-feira (23) para tentar acelerar o processo de intermediação da vacinação para garantir as doses para o estado, implementar esforços para a diminuição do intervalo entre as duas doses, além das doses de reforço. Na ocasião o Ministério da Saúde garantiu o envio de 99.450 doses da Pfizer/Comirnaty ao Paraná para a vacinação de adolescentes com comorbidades e deficiência permanente. Os imunizantes estão previstos para chegarem em dois voos no final da tarde desta sexta-feira (24). (Leia mais)

No Paraná, antes mesmo da revogação da nota técnica, a Sesa já havia informado a continuidade da vacinação dos adolescentes, sem comorbidades, a partir da próxima semana, com pessoas com 17 anos completos. A decisão foi tomada pela Sesa em reunião com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems/PR) e a Associação dos Municípios do Paraná (AMP). No entanto, em entrevista à CBN Curitiba, o secretário de saúde do Paraná, Beto Preto, lembrou que a responsabilidade de aquisição das doses é do governo federal, cabendo ao executivo estadual a distribuição e aplicação das vacinas.

O pediatra e secretário-geral do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Luiz Ernesto Pujol, frisa que a vacinação dos adolescentes favorece, inclusive, a retomada do ensino. "As crianças voltam às escolas protegidas. É uma medida extremamente acertada, mas não nos impede de manter os cuidados: distanciamento social, uso de máscara, higiene das mãos, ambiente arejado, mesmo com a vacina", reforça.

Ainda na terça-feira (21), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar dizendo que a decisão de promover a imunização de adolescentes acima de 12 anos é da competência dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Segundo o Vacinômetro Nacional, 16.090 doses já foram aplicadas em adolescentes pelas prefeituras municipais do Paraná.

Fonte: CBN Curitiba com informações da SESA-PR.

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