30/12/2009
Para evitar nova crise, médicos plantonistas de Londrina receberão R$ 360 mil até março
Governo estadual ajudará com R$ 100 mil mensais, embora Londrina tenha gestão plena do SUS
Para evitar nova crise na saúde pública em Londrina e permitir a reabertura do pronto-socorro do Hospital Evangélico (HE),
a prefeitura e o governo estadual propuseram pagar R$ 360 mil aos médicos plantonistas até março de 2010. Profissionais tanto
do HE quanto da Santa Casa de Londrina avaliarão a proposta em assembleias na manhã de quarta-feira (30). Até lá, o PS do
HE permanece sem atender.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin, o governo estadual deve ajudar no pagamento com R$ 100
mil "durante este período de crise". "Pela lógica do sistema [SUS] o Estado não tem como ter participação, uma vez que o município
de Londrina tem gestão plena do SUS, mas estamos num tempo de crise", disse o secretário. Os outros R$ 260 mil mensais serão
pagos pelo município.
O pagamento será feito de novembro até março, já que o acordo anterior entre médios e administração municipal previa o
depósito até outubro. Em cinco meses, o pagamento chegará a R$ 1,8 milhão. Diretores dos hospitais sinalizaram "um esforço
conjunto para atender a população". A decisão final sairá após a assembleia. O HE paralisou as atividades porque a escala
de plantão à distância estava fechada até a segunda-feira (28). Já a escala da Santa Casa está montada até dia 30.
Paralisação
O pronto-socorro do Hospital Evangélico (HE) interrompeu as atividades novamente às 7 horas desta terça-feira (29). Os
médicos plantonistas, que já paralisaram o serviço em novembro junto com a Santa Casa, alegam "indefinição com o município"
em relação ao pagamento dos incentivos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Reportagem do JL publicada nesta terça
adiantou a intenção dos médicos em fechar o PS novamente.
Em nota à imprensa, a assessoria do HE informou que "o acordo firmado para pagamentos de valores atrasados de junho a
outubro continua sendo cumprido pela prefeitura". Segundo o hospital, a parcela referente a agosto foi depositada no último
dia 16 de dezembro, faltando ainda os pagamentos de setembro e outubro, no valor de R$ 603.720,00. Entretanto, em assembleia
realizada também no dia 16, os plantonistas do HU sinalizaram para a paralisação por causa da "indefinição para a continuidade
dos pagamentos e serviços de outubro e diante".
Durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, o médico do HE, Osney Marques Moure, afirmou a impossibilidade
de manter o pronto-socorro em funcionamento diante da "falta de plantonistas na escala". Segundo a assessoria de imprensa
do hospital, são 200 plantonistas em 24 especialidades. Os pacientes particulares estão sendo atendidos em outra ala do próprio
HE. Os pacientes do SUS serão transferidos para outros hospitais.
A assessoria do HE disse que o hospital comunicou a possibilidade de paralisação do pronto-socorro aos órgãos responsáveis
- 17ª Regional de Saúde, Ministério Público, Samu, Siate e Central de Regulação. Mesmo assim, outros órgãos como o Hospital
Universitário (HU) e a Santa Casa, além da própria população, foram pegos de surpresa com a decisão de fechar o pronto-socorro.
O HU anunciou, durante coletiva de imprensa, que restringirá o atendimento caso a paralisação de mantenha. "Muitos funcionários
estão de férias e isso agrava a situação no atendimento de uirgência e emergência. Só vamos atender casos trazidos pelo Siate,
Samu e Central de Leitos que forem previamente comunicados", declarou o superintendente do HU, Francisco Eugênio.
Fonte: Jornal de Londrina
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Médicos plantonistas paralisam atividades em Londrina
O Hospital Evangélico de Londrina fechou o seu Pronto-Socorro (PS) durante todo o dia de ontem (29 de dezembro). Os pacientes
que precisaram de atendimento de urgência e emergência foram orientados a procurar outros hospitais da cidade e apenas quem
já estava internado continuou recebendo cuidados médicos.
O problema se deu porque os médicos plantonistas não recebem seus honorários, referentes aos atendimentos realizados pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), desde outubro. Uma proposta foi feita na Prefeitura de Londrina, ontem, mas o PS deve continuar
fechado até que sejam realizadas assembleias nos hospitais, hoje.
A situação do atraso de pagamento também atinge outros hospitais, como a Santa Casa de Londrina e o Hospital Infantil.
A maior parte dos plantonistas, de diversas especialidades, atende no Evangélico, por isso, esta unidade foi a prejudicada.
Os médicos que atuam nessas atividades são autônomos e recebem o valor da prefeitura municipal. Em novembro, outra paralisação
havia ocorrido porque a prefeitura não tinha pago os valores referentes ao período de junho a outubro.
Então as partes entraram em um acordo: os valores seriam pagos em cinco parcelas, referentes ao período de junho a outubro
e, a partir deste mês, uma nova proposta seria feita pela prefeitura, o que não aconteceu.
Por conta do imbróglio, ontem à tarde, todas as partes se reuniram na prefeitura de Londrina e chegaram a uma nova proposta:
R$ 360 mil serão pagos aos médicos, sendo que R$ 260 mil por parte da prefeitura, e o restante virá do governo do Estado.
O diretor da Santa Casa de Londrina, Faad Haddad, comentou que a proposta é paliativa, e que uma outra alternativa tem
que ser negociada ano que vem. O acordo anterior, firmado em novembro, ficou na casa dos R$ 603.720,00.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná, mas foi informada de que o órgão não tinha
informações sobre o problema. O Hospital Evangélico de Londrina é filantrópico e um dos mais tradicionais da cidade, com mais
de 60 anos de existência.
Fonte: ParanáOnLine