A contribuição da Medicina para evitar que o Brasil seja um dos campeões mundiais em mortes no trânsito foi um dos temas
da primeira edição do Fórum de Medicina de Trafego do Conselho Federal de Medicina (CFM), que aconteceu nesta quinta-feira
(23), em Brasília (DF). Além da redução da morbimortalidade no trânsito, o evento abordou tópicos importantes da especialidade,
como distúrbios do sono e direção veicular.
clique para ampliarFórum realizado pelo CFM nesta quinta-feira (23) em Brasília
debateu formas de se reduzir a morbimortalidade no trânsito (Foto: CFM)
“Os números mostram que os acidentes de trânsito constituem um grave problema de saúde pública e um fato se impõe: apesar
dos avanços da legislação ao longo dos anos e também do aumento na fiscalização, especialmente após a Lei Seca, há necessidade
de aperfeiçoamento das estratégias para tornar o trânsito brasileiro mais seguro”, pontuou o presidente do CFM, Carlos Vital,
em sua fala de abertura.
Após comentar os
números recém divulgados pelo CFM – que demonstram os impactos dos acidentes
de trânsito para o Sistema Único de Saúde (SUS) –, Vital reforçou que os dados podem ajudar a entender a dimensão do problema.
“Esperamos que essas informações orientem os debates deste Fórum, para que possamos, juntos, abrir caminhos de paz no trânsito
brasileiro”.
Ao saudar os presentes, o corregedor do CFM e coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Tráfego,
José Fernando Vinagre, destacou o engajamento dos membros dos componentes da Câmara. “A especialidade da medicina de tráfego
tem uma inserção direta na sociedade e pode ajudar o País a combater essa epidemia de acidentes no trânsito”.
Além
do presidente e do corregedor do CFM, também estiveram presentes na solenidade de abertura o presidente da Associação Médica
Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira; o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Juarez Monteiro
Molinari; e a presidente da Comissão Especial de Direito Médico e da Saúde da OAB Nacional, Sandra Frota Albuquerque.
Avanços e desafiosDurante a manhã, palestrantes de diversas áreas abordaram se voltaram para
a questão “como a área da saúde pode contribuir para a redução da morbimortalidade no trânsito”. Um deles foi o consultor
de segurança no trânsito da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), Victor Pavarino.
Em sua fala, ele destacou que, do ponto de vista legal, o Brasil cumpre com a maioria dos requisitos estabelecidos
para os principais fatores de risco e proteção no trânsito como, velocidade, direção sob efeito de bebida alcoólica e uso
de cinto de segurança, capacete para motos e mecanismos de retenção para crianças.
No entanto, segundo ele há particularidades
em cada localidade, que são determinantes para o sucesso das iniciativas. “Os profissionais das áreas de saúde, trânsito,
segurança pública e demais podem fazer um excelente trabalho intersetorial, ao qualificar as informações e definir o quadro
de acidentes e as intervenções necessárias. Mas cabe aos gestores locais investirem efetivamente em medidas necessárias, com
os custos políticos e financeiros que isto implica”, disse.