Especialista reforça a importância de manter as consultas e exames de rotina e explica as diferentes opções de tratamento
disponíveis
O Outubro Rosa é uma campanha mundial realizada anualmente no mês 10, para conscientizar as pessoas a respeito
da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, aumentando as chances de cura e reduzindo
a mortalidade. A campanha é simbolizada pelo laço cor-de-rosa. “Vale sempre alertar que o câncer
de mama é um tumor curável em mais de 90% dos casos descobertos em fase inicial”, declara o cirurgião
oncológico Dr. Bruno Azevedo (CRM-PR 20472 | RQE 1012), presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
– Regional Paraná (SBCO-PR).
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele
não melanoma, corresponde, atualmente, por cerca de 28% dos novos casos de câncer em mulheres.
Vendo números tão atípicos devido a pandemia, onde diagnósticos foram adiados por medo e
protocolos, ações de conscientização no mês rosa são muito importantes para assim
mostrar a real necessidade do diagnóstico precoce. “Nós, profissionais da área oncológica,
temos como uma das grandes preocupações o adiamento dos exames diagnósticos e de controle ocasionados
pela Covid-19. O câncer é uma urgência e, por isso mesmo, não podemos perder tempo no tratamento.
E acreditamos que é através da informação que podemos mudar o cenário atual”, explica
Dr. Bruno.
E nesse mês, a idéia é criar um grande movimento de união visando o alerta em relação
ao diagnóstico precoce e prevenção, ressaltando a importância da causa e assim que mais pessoas
possam buscar um profissional e deixar os exames de rotina em dia. Simples ações, que salvam vidas.
Prevenção e Diagnóstico
Apesar da alta incidência, a boa notícia
é que, se diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de mama tem um bom prognóstico, explica Dr. Bruno
Azevedo. Os principais sintomas incluem o surgimento de nódulos, alterações de coloração
ou forma da pele, inversão do mamilo e dor. “Porém, é importante ressaltar que a maioria deles
são assintomáticos, sendo detectados através do exame de mamografia, que é de fundamental importância
ao diagnóstico.” Segundo o cirurgião, muitos fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer
de mama, porém, ainda não se sabe exatamente como alguns podem tornar as células malignas: “Entre
eles, destacam-se a obesidade, o sedentarismo e o tabagismo. Identificando esses fatores de risco, que chamamos de modificáveis,
podemos ajudar a prevenir o câncer de mama com a mudança dos hábitos.”
Dr. Bruno Azevedo explica ainda as principais diferenças entre cirurgia, quimioterapia, radioterapia e a imunoterapia
ou terapia biológica:
– Cirurgia: remoção de parte ou de todo o tumor, ou correção de problemas causados
pela doença. O procedimento cirúrgico depende da localização do tumor e dos seus efeitos, ou órgãos
envolvidos. Vale dizer ainda que esta área também tem crescido muito nos últimos anos e que o futuro
está cada dia mais perto. Podemos afirmar isso, uma vez que a tecnologia está cada dia mais presente nas cirurgias.
A Cirurgia Robótica já é uma realidade e é uma evolução da cirurgia laparoscópica,
com instrumentos de grande precisão e variações de movimentos. Os benefícios da cirurgia minimamente
invasiva em geral incluem menor sangramento durante a cirurgia, menos dor no pós-operatório, recuperação
mais rápida, entre outros, quando comparado à cirurgia convencional. “Mas vale dizer ainda que é
uma realidade distante da grande população, devido aos custos elevados, uma vez que os procedimentos ainda não
estão citados entre os obrigatórios para cobertura nos planos de saúde”, explica.
– Quimioterapia: remédios para controle ou destruição das células tumorais. Essas medicações
podem ser administradas das mais variadas formas, como por exemplo: endovenosa, subcutânea e via oral.
– Radioterapia: nessa modalidade de tratamento utilizam-se radiações ionizantes (raio-x e raio-gama,
por exemplo) com o objetivo de eliminar células tumorais, ou para reduzir a chance de que um tumor removido com cirurgia
retorne. Essa forma de energia pode ser produzida através de aparelhos específicos, denominados aceleradores,
ou através de materiais radioativos colocados próximos ao corpo do paciente ou diretamente na área a
ser tratada. Não provoca dores durante sua aplicação e também não é visível
durante a sessão de tratamento. Os efeitos colaterais da radioterapia estão relacionados à área
do corpo tratada, sendo assim, variado entre os pacientes.
- Imunoterapia ou terapia biológica – não é mais apenas o futuro da oncologia, mas parte da
realidade. O que ela faz é basicamente estimular o sistema imunológico da pessoa. Inicialmente, seu uso era
restrito ao tratamento de melanoma, mas os estudos na área avançaram muito nos últimos anos e permitiram
a expansão da aplicabilidade para outros tipos da doença. Quando bem-sucedido, o método propicia respostas
duradouras do sistema imunológico, que passa a ter uma espécie de memória contra o tumor. Além
disso, os efeitos do tratamento são muito menos agressivos quando contrapostos às abordagens tradicionais. “A
imunoterapia nos permite direcionar o tratamento contra células tumorais. Um exemplo muito prático: na quimioterapia
convencional, não consigo selecionar a célula tumoral, então vou ter efeitos colaterais como queda do
cabelo, alteração da função intestinal e gástrica do paciente, alteração
na formação de glóbulos vermelhos etc. Nessa nova abordagem, isso não acontece”, finaliza
Dr. Bruno Azevedo.
Fonte: Assessoria de Imprensa